Relatório da Companhia de Estradas de Ferro Noroeste do Brasil referente ao ano de 1916.

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COMPANHIA DE ESTRADAS DE FERRO NOROE STE DO BRAZIL V .. .. • ' ·""' ._· .il; • dli! • I I r==::©==J li r==::©==J li r==::©==·J I COMPANHI. DE ESTRADAS DE FERRO NOROESTE DO BRAZIL Srs. Accionistas: Cumprindo o disposto no art. 23 dos Estatutos vem a Directoria, com prazer, submetter á vossa esclarecida apreciação as contas e o balanço de 1916, acompanhados do . parecer do Conselho Fiscal, bem como referir-vos os· pr in cipa es factos oc- coridos nesse período. . Está certamente na vossa memoria que, em seguida á assi­ gnatura do termo de concessão na Secretaria da Viação e Obras Publicas, a Companhia contratou a constrncção da linha e seu apparelhamento com a 11Compag nie dénerale des Chemins de Fer et des Travaux Public,.s que, por sua vez, encarregou da ·construcção dessas obras ao Engenheiro Joaquim Machado de . Mello, hoje seu Presidente. Dando inicio aos trabalhos o Dr. Machado de Mello confiou . o reconhecimeMto do rio Tieté, a partir de Ayrosa Galvão, esta- . ção da Companhia Paulista, até ao rio Paraná, ao Dr. Gonzaga· de Campos o qualdando mais uma prova da sua competencia profissional, desempenhou essa missão. com a maior rapidez e com o melhor exito, tendo apresentado, acompanhada de mappàs e descripções, uma memoria que mereceu a honra de figurar co­ mo annexo no relatorio do Ministro da Viação relativo ao anno •' de 1906. foi baseado nelle que o Engenheiro ·João Feliciano da Costa ferreira procedeu aos estudos dos cem prim eiros kilometros ap­ provados pelo decreto n. 5.719 de 10 de Outubro de 1905. Os dos cem kilometros seguintes foram feitos pelo Engenheiro Oon.'. zaga de Campos, a quem já· nos referimos. · Nqs termos da concessão era a cidade de Cuyabá terminal' da linha. . Procedia a Compaqhi á sua construcçãp quando O / V Governo, . no .intu ito de l â1-a até á fronteira da . Bolivia, ,rê -: sõlveu .alterar lhe o traçado P.ara dar-lhe por pqnto ter t:ti.i n:àl :.·a:_: ; ·"( . ·: · ·: .:{·,:., .::; :·,:· -:- • l _ •· ,'· .; ....". ". . .,.i· • • .' ú - 4 - cidade de Corum bá. Para esse fim foi expedido o decreto n. 6.890 de 24 de Março de 1908, em virtude do qual passou a Companhia a ser apenas constructora da Estrada de ferro de Itapura a Corumbá e sua arrendataria até 30 de Setembro de 1990. Afim de imprimir a maior celeridade aos trabalhos, a Com­ panhia atacou a construcção pelos dois pontos extremos da linha; mas quando se achava empenhada em vencer as grandes diffi­ culdades que se lhe oppunham, entendeu o Governo que devia , rescindir o contracto, allegando morosidade por parte da con­ tratante. - (decreto n. 10.523 de 23 de Outubro de 1913). Não podia o Governo decretar a rescisão-ex propria au­ ctoritate. Muito recentemente reconheceu elle a verdade deste princi­ pio quando, 11 na ausetzciá da clausula que permittisse a decreta­ ção por acto do Poder Executivo da caducidade do contrato para a construcção da Estrada de Ferro Colonial de Monte Azul, solicitou a intervenção da Procuradoria Oe,al da Fazenda, no sentido de promover judicialmente a rescisão." E do mesmo modo procedeu com relação á Estrada de · ferro Colonial de Guaratinguetá a Pin damonhangaba. _(Mensagem dirigida. ao Congresso pelo Presidente da Republica em 3 de Maio deste anno). Decretou-a, entretanto, apossando-se da estrada, sem observar as fórmas que, em casos taes, são a garantia dos que con tractam Assim foi que só posteriormente á conclusão dos trabalhos. mandou o Governo de então proceder ao inventario dos mate­ riaes e outros bens da Companhia e fazer a medição das obras executadas, para cuja conclusão faltavam apenas o assentamento de cerca de 200 kilometros de trilhos já em deposito e o appa- relhamento de obras_complementares. . • Nomeou então o Governo uma comm-issão para executar os trabalhos finaes e estabelecer a ligação dos dous trechos já em trafego. . Esses trabalhos foram realizados com o saldo do empres­ timo que a Companhia havia levantado e que se achava em de­ posito nos cofres da União. A Directoria protestou contra o acto do Ministro, mas en­ tendeu que não devia crear embaraços que viriam prejudicar uma zona riquíssima do Estado de Matto Grosso e a propria Estrada, cujo trafego depende do desenvolvimento della. Esta resolução do Governo impunha á Companhia a neces­ sidade de manter, sómente com os seus recursos, o trafego regu­ lar da sua linha de· s aurú a ltapura. Emquanto foi ella arrenda­ taria da linha de Itapura o trafego das duas estradas, sob sua unica administração, se fazia com _' o ·mesm o material, que se ia augmentando á proporção das necessidades de transporte. 5 Logo, porém, que esse material teve de satisfazer ao serviço de duas linhas distinctas, tornou-se insufficiente para cada uma dellas. Infelizmente o Governo não tem levado em conta o facto de serem devidos ao acto imprevisto da rescisão os embaraços a que teve de. occorrer a Companhia. Esse acto veio tambem crear á Companhia difficuldades quasi -in sup perave is , não só para a sua existencia, .como para a manutenção regular do trafego da linha de sua propriedade de Ba.urú a Itapura; e deu logar a uma gréve (a unica até hoje), CUJOS promotores são indicados em um inqueritó a que procedeu a policia de S. Paulo e que se acha, por certidão, em nosso poder. A Directoria,- entretanto, tem empregado todos os esforços para attender aos reclamos continuados da fiscalização, já quanto á acquisição de material rodante, já quanto á conservação da linha e ao augmento de armazens... E' assim que se construio na estação de Baurú uma plataforma com 130 metros de compri- mento e boas accommodações para passageiros; augmentou-se o edificio do restaurant e a plataforma da estação de Presidente Penna como se tinha tornado necessario, em vista do cruzamento dos trens e das refeições nesse lugar; construiram-se edifícios para o Almoxarifado, para armazens de viveres, para deposito de materiaes e de inflammaveis em Baurú, armazem para mer­ cadorias na estação de Itapura, desvios nas estações de Jacutinga, Presidente Alves, Presidente Penna e Baurú, boeiros e· drenos na linha e outras obras de menor importancia. E' bem de ver que de todos estes factos devia resultar para a Companhia uma situação cheia de difficuldades, principalmente . pelo lado financeiro, e taes foram ellas que vos levaram a auto­ rizar a Directoria a lançar mão de todos os recursos de que pudesse dispor, ainda que adiando a satisfação de compromissos a que só por uma razão dessa ordem poderia faltar. foi nessas , . ,_..,-. condições que, depois de ouvir advogados dos mais notaveis, para que nenhuma pena nos fosse imposta pela interrupção do trafego (clausula XVI do decreto n. 5.349 de 1904) tivemos de empregar, na conservação da linha, a garantia de juros relativa a dous semestres, o que nos servio tambem para regularízat os , pagamentos, que se achavam em atrazo, com o pessoal operario e com outros. Uma compensação tivemos, porém, para tantas contriedades e tantos embaraços, e foi a de testemunhar, dia a dia, o extraor-· dinario desenvolvimento das paragens servidas pela estrada e o augmento . do trafego que delie resultou. E' assim que, tomando o ultimo quinquennio do quadro annexo, demonstrativo da :receita e despeza dos anno-s de 1912 a 1916 delle se vê que a. receita total, que em 1912 foi de .......... 1.171:525$240, elevou-se em 1916 a 1.549:475$500. Dó .. - 6 - orçamentaria de 1915 para o de 1916 o augmento foi de 41 º/o. 1 Se, sem embargo disso, houve ainda um 11 defi cit" de 429:271$2CO, explica-se elle, em grande parte, pela construcção de obras novas, que se tornaram indispensaveis ao desenvolvimento do trafego e á segurança da linha. Não seria esta, entretanto, a differença entre a receita e a despeza se o Governo tivesse permittido á Com­ panhia elevar os fretes, como acontece com a Paulista, a Mogyana e a Sorocabana, que gozam da vantagem de uma taxa cambial que permitte elevai-os de 40 °/o, ao passo que na Noroeste con­ tinúa a vigorar para os seus transportes uma tarifa mínima cal­ culada ao cambio de 20 e isto nesta crise de cambio baixo e consequente augmento de preço de todos os materiaes de custeio. ' ' Para ver-se que esse 11 defic it 1 muito em breve desappare­ cerá, basta attentar-se para o que se tem dado com o café, ujo transporte, comparado com o de 1915, apresenta um augmento de 122 ° /o, e com o de 1914 o de 337 °/o. Seg und o informações colhidas nas Municipalidades de Baurú, Pirajuhy e Pennapolis, que constam de um quadro annexo, po­ de-se computar a producção do corren te , anno em 10.980.000 kilos, ou sejam 60,87 °/o mais do que no anno de 1916. DIR.ECTORIA . Devido á guerra européa vio-se a Companhia privada do · vali oso concurso do seu Presidente Sr. O. Harnelin e dos serviços do Director Jean Joürdan, chamados pelo Governo francez. foi em consequencia disso que em assernbléa extraordinaria de 27 de fevereiro de 1915 resolvestes investir-me no cargo de President e e ao Sr. J. Bartholorné no de Director. ' CONFERENCIA Para desfazer a surpreza causada no espirito ·publico pelos constantes actos da administração contra a nossa empreza, o Pre­ side nte da Companhia fez, no Club de Engenharia, urna confe­ r ntja que transcrevemos em annexo acompanhada de uma expo­ stç o. apresentada pelo nosso emin ente · ex-presidente, Dr. João Te1xe1ra Soares, que não tem regateado esforços nem sacrifícios para tudo que concerne ao desenvolvimento da . nossa patr ia. BALANÇO .. . No ba1a n o actual. ain a encontrareis os mesmos alga­ nsmos nas rubricas. relativas as operações na Europa, por perdu­ rar . o mesmo mottvo de não termos recebido os respectivos balancetes do nosso representapte official alli. - 7 - chando-se, entretanto, em frança o nosso collega da bi­ rectona, J. Bartholomé, nutrimos a esperança de que no seu regresso teremos elementos para regularizar esta situação • GARANTIA DE JUROS ara fa il!tar as suas relações com o Governo actual, que te!ll std>, ao lado do trabalho constante, mcthod1co, a clarividencia e o espírito inventivo, cauteloso e director. Mas, senhores, se em vez do triumpho os emprehendores esbarram com o desastre e o fracasso, nem um lenitivo, nem um consolo que lhes mitigue ao menos a sua situação moral, encontram. 18 - Triste sorte de quem no labor honesto adquire certa inde­ pendencia !! E, senhores, quando olho para a humanidade má e invejosa, me assaltam sempre ao espirita aquellas judiciosas palavras de Alexandre Herculano no seu immortal « E ur ico» : · , · O h ! homem, animal que ri e chora, o rei da creaçào: qual és tu mais: feroz, estupido ou ridiculo ?» 1Ias se a humaqidade é invejosa, o que fazer? Desculpal-a? Dcsculpemol-a. Como eu quizera ver em cada brasileiro um abastado!! Como me sentiria contente se visse a fortuna encher os nossos lares!! E, se assim fosse, o nosso paiz seria rico, respeitado, admi­ rado e invejado. São as fortunas de seus ·filhos que fazem a prosperidade das nações e suas riquezas. Haja em vista a opulenta França, a austera Inglaterra, os Estados Unidos ela America, onde existem fortunas accumuladas, e por isso mesmo vivendo na abastança seus filhos,. emprestando seus capitaes aos paizcs pobres · e assim augmentanclo as suas riquezas com o trabalho daquelles. Peço desculpa ele ter divagado um tanto fóra do fim que aqa1 me trouxe. Vou agor.1 entrar no assumpto principal desta minha palestra. Foi no Governo do bcnemerito C. onsel heir o R odrig ues Alves, tendo por ministro da Viação o illustre membro desta casa, o Dr. Lauro :Muller, .que no começo de seu Governo e nest e mesmo club prometteu só fazer engenharia e administração, libertando-se da- politica apaixonada, que apenas serve para atrophiar os paizes que se entregam a ella exclusivamente. . E foi por isso que tivemos naquelle quatriennio um dos go­ vernos m.ais fecundos da Republica, deixando cm sua passagem traços indeleveis e inesqueciveis de melhoramentos ma teriaes q ue marcarão para sempre na nossa historia uma época de trabalho e es invios até então occultos e desconhecidos, onde se escondem riquezas apreciaveis. Completaram-se dez annos no dia , 5 de Novembro passado que bati, na .então Villa de Baurú, de 600 habitantes, (hoje uma grande cidade do Estado de S. Paulo, com mais de 1 o mil), a pr imeira estaca da exploração da linha, numa extensão de 1.27 3 kilom et ros de Baurú ao rio Paraguay, inaugurada a 1 2 de Ou­ tubro passado. pelo G·O·er no que acaba de terminar o seu qua­ tricnnio. !' i i ,I' / - 19 - E scolhi esse dia p or ser o da nossa ind epcndencia politica e a data mais memoravel da nossa hist oria cont empor anea . , .. T inha como eng e nh eiro chefe o nosso dis tin cto collega Joào F .e l:c1a no da Costa Ferreir a, se cund ado por outros não menos d1s t111ct os, t es orno : l1 is s e no José Taveir a , uni co que a in d se conser va ate hoJ e nos tra balhos da estrad a, Bic a lh o Tostes, O lavo H um e_l, Carlos. Lin den, E d ua rd o Go111e s , G onz aga de Camp os, odolpho B.apt1s ta , F rancis co Paula Guima rães, e S yh·io S. lVIa r­ tm ; se nd o f1s c aes do 10-do de S. Paul o o Dr. Aris totd cs Pereir a, e do lado de Corum bá. o E ng e nheiro Gravatá, os quaes pres taram releva ntes serviço s. Comece i pois n estu do dos I oo primeiros kilo metros que ti nh am s ido precedidos de um reconh ecim e nto ra­ pido, p orque o terror dos sd vag('ns ,11 0 me per mitt;a estabelecer 'reconh eciment os positivos e definitiv os ness es ser tões. desig nados nessa época na carta gcographica e officia l do Estado de S. Paulo como terrenos desconhecid os e ain da não pene t rados. . A exploraç ão desses primeiros kilomct ros. me trazi a s é ria s a p pr e h e nsüe s e por momentos temia um desa stre ness e i ng e nte trabalho. Dos colleg as q ue a cabo de enum erar foi atacado pelos in dios o E ng e nh eiro Hum el, r ecebend o uma fl e x ada no braço, que o aleijou, o br i g a ndo-o a deix ar o serviço. Foram victimados pelas febres in clement es do lugar- os E ng e nheir os Carlos Linden, Francis co de Paula Guimarã es e ult im ame nt e ainda o E ng e nheiro Sylvio Saint l,[art in , q ue as adquiri o nos pa nta na es de Aquida uana. Outros disti nctos eng e nh eiros tiv e co mo chefes da constr uc­ ção, q ue se distinguiram tambem, e foram elles : José Praxedes e Guimarães Carneiro, e no trafego Cerqueira Lim a. :Muit os colleg as em S . Paulo me qualifica ra m de teme rario e vis ionario , a ug ura ndo mal o exito dessa ousada empreitada. Para facilitar o reconhecim e nto e conse quent es estud os de tod o o sertão, numa extensã o de cer ca de 50 0 kilometros, a té ás marg ens d rio Paraná, te ntei e muito acertadament e organizar um a commiss ã o apparelhada com tudo quanto fosse necessario para uma lo ng a exploração de rios.. . Organizei p orta nt o ess a comm 1ssà o, c hefiada. elo no_ss? d1s-· tincto collega Gonzaga de Camp os, te nd o como aux1har es d1st mctos cng-e nh eir o s com o C. ,Tillia ms, Queiroz Botelho e outros. ' O fim dessa commissà o era levanta r com precisão o rio Tie t é , que serviria de base de operações para .ºs reconh ecime nt os parciaes por dentro das mattas .e, esse : econh cm1e nto fez Go!1zagç:l de Campos de distancia em distançia, abrind o longa p1cad s perpendicu lares ao rio de um e outro lado , que serviram mais tarde para a explo ração por dentro das mesmas. Esse trabalh o, que duro cer.ca de quatr? mezes , te v o mais feliz ex ito , indicando a dir ectn z geral da hnha de Bauru a · 20 - Cuvabá, sea-unclo a orientação --1-6º "N. O., direcção esta que deu ori em ao ome da Companhia E. de F. Noroéste do Brasil. 0 Esse trabalho tambem determinou a passagem ela linha no rio Tieté no kilometro 32 2 (Canal do Infe r no), com uma ponte de 3.=50 me tros, no valor calculado de 600 contos. · R es ultou· ainda do mesmo reconhe cime nt o que a travessia do Paraná seria no Salto de Urubúpungá, quéda importante de 1 7 metros com uma descarga approximada de 4 .50 0 m. e., capaz de produz ir uma força virtual de 1.000.000 de cavallos vapor. A pont e sobre o rio Paraná teria 1.ooo metros de extensão, com uma altura de cerca de 1 44 metros, decrescendo até 5 metros nos encontros sobre o canal principal, com vãos de 40 a 50 metros, sendo um maior de I oo metros. Antes da· grande ponte de 1.ooo metros seria necessaria uma outra de 200 com 7 de altura, no bracinho, dividida em vãos de 20 a 30 metros onde fórma o rio uma ilhota. Grandes trabalhos de movimento de terra seriam necessarios antes da ponte de 200 metros e da de mil, dous aterros de um kilomctro cada um. Eram estes os primitivos projectos de estudos para o traçado a Cuyab:l, passando pela serra dos Bahús, mudado pelo Governo R odrig ues Alves, em Outubro de 1.914, em vez de U bera ba a Coxim, como determinava a primitiva concessão do Governo Pro­ visorio, sendo ministro o 1_i e neral Glycerio, ao Banco Uniào de Paulo, que depois de estudar 200 kilometros já approvados pelo {Toverno em 1 tl93 teve de abandonal-os pela difficuldade de le ·a ntar capitaes. Portanto, ao illustrc General Glyccrio, se deve o primeiro decreto. Dez annos depois, cm 1903, de volta de uma viagem á Eur opa, onde vi a tcndencia de capitaes a emig rar, pude reviver a idéa da constr ucçào dessa Estrada e procurei o Dr. João Tei­ xeira Soares, nom.e muito acatado nos círculos financeiros da Europa, e pedi-lh e para tentar o levantamento dos capitaes pre­ cizos para tão grande emprehendimento, o que foi felizmente por cllc conseguido. O Governo, tendo nes sa occasiào adquirido a Sorocabana, achou que convinha valorisal-a, fazendo partir de um de seus extremos a est rada, e aproveitando-a para servir a Cuyabá, ainda a conselho do Dr. Teixeira Soares, que sempre procurou elevar o Brasil no Extrangeiro, tendo o seu nome ligado aos maiores cmprehcndime ntos que contribuem para o augmento da nossa fortuna e prosperidade, de que gozavamos. A crise pela qual estamos passando não determina pobreza; significa apenas que cstavamos gastando mais do que recebiamos. Com dedicação honesta ao Governo e algum patriotismo voltar e mos sem duvida aos bons tempos que lá se vão. - 21· - Tenhamos confiança no futuro porque ao Brasil estão reser­ vadas, grandes surprezas agradaveis com o terminar da guerra europea, se soubermos desenvolver as nossas fontes de renda nas margens das nossas estradas. ?ª ?ª . . :;--oi, pois, no Governo Rodrigues Alves modificado o traçado pnm1t1vo desta.estrada, passando a ser o ponto inicial Baurú, em demanda da cidade de Cuyabá, no Estado de Matto Grosso, dando-se começo aos estudos da nova linha a 15 de Novembro Jle. 904. Em .Julho de 1905, oito mezes depois, o Exmo. Sr. lvl1mstro Viação, Dr. Lauro Muller, inaugurava pessoalmente , em Bauru a co 1strucção dos trabalhos e, em Setembro de 1916, I 3·1 mezes dep01s, o mesmo ltlinistro entrerrava ao trafeo-o 100 k1 ometros, com sete estações, dando-se-lhe b o seu nome áb desta primeira secção. ultima . Faziam parte da Directoria os distinctos collegas Teixeira Soares e Pedro Nolasco, occupando a presidencia o Dr. Soares. Esses illustres collegas muito contribuíram para a rapida execução das obras, que eu dirigia na qualidade de empreitdro geral. .ssim continuaram ellas em direcção a Cuyabá, e os estudos á direita do rio Tieté e respectiva locação até perto do Paraná, quando em fins de I 906 o Governo do bcnemerito Conselheiro Affonso Penna deu então ordem de não se proseguir mais em direcção a Cuyabá e ser feito um . reconhecimento com presteza em direcção a Corumbá até as fronteiras çla Bolivia. Já em data anterior o illustre engenheiro Emilb Schnoor havia publicado um importante memorial do projecto de uma linha até as divisas da Bolivia para servir :Matto-Grosso. E foi essa linha que o Governo Affonso Penna mandou reconhecer, sendo enéarregado dos estudos o referido Engenheiro Emílio Schnoor; pois ninguem melhor do que elle poderia fazel-o; .. pois já tinha imaginado esse projecto. Tive portanto de mudar os estudos para a margem esquerda elo Tieté, suspendendo os da margem direita, sempre, poré!11, em direcção a Itapura que era ponto forçado, quer para Cuyaba, qu r para Corumbá, emquanto o illust e engenheiro Sc noor proce_d1_a ao reconhecimento para Corumba, afim de çletenmnar.a poss1b1- lidade dessa linha até a fronteira da Bolivia e proceder depois aos estudos respectivos. Com essa provavel alteração eu perderia os estu? s. e a locação da prim ira directriz, uma vez demonstrada a poss1b1hdade da linha para a Bolívia, aproveitando os estudos da ma;gem esquerda para atrav ssar o Tieté em Itapura e o Parana e Urubúpungá, ou abandonaria o da margem esque da voltaria ao primeiro da margem direita, conforme a convemenc1a econo_­ mica e vantagens technicas dos dous traçados comparados n.tre st. Os trabalhos continuaram portanto com a mesma acttvtdade, . - 22 - ind epende nte dos que estavam sendo éxccutados pelo distincto profissional Emilio Schnoor, corn proficicncia e rapidez. Em Janeiro de 190 8, esse engenheiro reconheceu a possibi­ lidade do traçado de Itapura a Corumbá, apezar das difficuldades encontradas nos pantanaes de Esperança e l1iranda ( mostra photographias ). Esses trabalhos foram tambem acompanhados pelo nosso distin c to colleg a Arrojado Lisboa, que escreve u uma importapte obra sobre a zona, salientando as suas riquezas. Em 'ista desse resultado, o Governo do benemerito brasi­ leiro de saudosa me mo ria , Affonso Penna, por acto de 24 de lIarço de 19 0 8 , a,>provou a modificação do « cont ra to da Companhia de Estradas de Ferro N'oroeste do Brasil e autorizou a contractar com a mes r11a Companhia a construcção e o arrendamento da Estrada de Ferro de Itapura a Corurnbú. e dahi a fronteira do Brasil com a Boli via i> . O tr e cho de Itapura a Cuyabá, cuja concessão ficou sem C'ffoito, e foi substituído pela Estrada de Ferro Itapura a Corumbá e dahi a fronteira do Brasil corri a Bolívia, a qual seria de propriedade da Uniào, cons truid a . pela Companhia de Estradas de Ferro Xoroestc do Brasil e arrendada pelo prazo de 60 annos á mes ma Companhia, que não teria direito a indemnisaçào algvma em virtude da annulaçào da concessão referente ao trecho de l ta p ura a Cuy a b{t » . () Governo pagaria á companhia em títulos de 5 °lo juros our o ao anno recebidos por ella ao par a importancia que fosse fixada nos estudos definiti vos da Estrada de Ferro de Itapura a CorumbiL e dahi á fronteira da Bolivia, nào podendo a mesma cstrada ter extensão superior a 967 kilometros, comprimento determinad o pelo rcconheciment0 geral apresentado pela compa­ nhia, nem o preço kilometrico maximo exceder de 40:000$ ouro. O eng e nhe ir o Schnoor verificou pelos estudos que o custo da Estrada seria de ainda lançar mão para custear um trafego que pela sua grande extensã o de linh a, quasi toda pastoril, deve ser dispendioso e pouco remunerador por muito tempo. Para que não houvessem difficuld ades que poderiam ser creadas, colloquei-rne , sob o ponto de vista nacional, apezar de reconhecer que o acto do 1!Iinistro fôra injusto e talvez prejudicial ao Estado. Assim procedendo, fui mais brasileiro do que Director, respeitando o que havia proposto o Dr. Soares, com o intuito de que a estrada fosse concluída o mais depressa possível, o que felizmente conseg uimos. Tenho verdadeiro enthusiasmo por este emprehendimento, porque o im agin e i, o ini ciei e desejei concluir. Tenh o a cons cie ncia sã e satisfeita de haver feito com isso alguma coisa de util para a minha Patria. Penso que o :Minis tro que deixou a pasta da Viação não and ou acertado avocando a si o contracto que pertencia á Noroéste. Senão vejamos: A Noroéste linha tronco com 437 kilometros, terá o seu trafego remun erado e sua renda augmentada de uma maneira animadora. Em 7 annos ella subio de 17 :568$ , que era e m 1906, a 1.034:696$ 7 3 0 1 em 191 3. As despezas foram em 1906 de 64 contos de réis, em 1913 de 1.448 com o augmento de sua linha. No 1.º semes tre deste anno tivemos uma receita de 627 contos, contra urna dcspeza de 87 4. Por este? dados se vê que a receita augmenta, emquanto que o accresc1mo da despeza é péqueno cm relação ao aug rne nt o daquclla., Tenho por i so fundadas esperanças de que em pouco tempo teremos uma rec?tta que cobrirá as despezas, devendo até apre­ s ntar aldo, dev1?0 ao desenvolvime nto que vai tendo a zona tnbutana, accrcsc1da do trafego da linha de Itapura a Corumbá. - 29 1 . Ce a de 1 2 m il h õe s de pés de café já estão pla nta dos e a ª'·_?Ura e cercaes se desenvolve em toda a zona. Outras culturas estao se creand o corno o fu1n0 1f f · d 1 o- . ' , , a a .ª a, su perior a qtte recebemos a - r..._ ben t ma, e o cacao, que se vai ao-ora in ic iar As. terrase o clima muito se pr:stam para· esass lavour as. por e por e l.1uitas fazendas se tem aberto e as povoaçõessur uc-m co mo ncanto . t- A zona da No roéste será o grande celeiro de Matto-Grosso de S. Paulo _e do Rio de Janeiro, pela uberdade de suaster rsa pelo seu rap1do povoame nt o. A parte da. linha de Itapura a Porto Esperança, no rio : ra?uay, 837 1lomet1os, - composta de grandes campos de n aç ao, qu dara « de.fic1t » amda dura nte muitos annos, que cal­ culoen :i ce ca de mais de 2.000 contos confor me o quadro que confecc1one1 e passo a ler. .se_ a duas estradas fossem um a só, esse cdeficit» poder ia se r c hm1 m11do com o saldo da prim eira e reducçào completa do pessoa.! ad minist ra ti vo da segunda. Estou co n ve ncido de que o Governo só tem uma medida a tomar: fazer a fusã o das duas linhas, da forma que lh e parecer mais conve nie nt e aos int eress es publ icos, diminuindo assim o encargo annual e forçado de mais de 2 .0 0 0 contos e se o não fizer arrcpender-se-ha pelos grand es dispend ios de que não poderá se furtar. . A Noroéstc, além das vantagens que trouxe para o paiz, é uma linha nece ssar ia ao Brasil sob o ponto de ,·is ta politico e estrateg ico. E11a civilizou centenas de selvagens que inf es tava m aquclla reg iã o. Já se encontra perto da estação de Legru, no kilom et ro 177 , um acampamento de ín dios domesticados, aquclles mesmos que, dura nt e a co ns tr ucção, dizimaram a fkxas e cacetadas dezenas de t ra bal had ores - e dous engenheiros. Sobre esses in cidentes lhes vou narrar alg uns factos dos qua es de um fomos teste mu nhas , o Dr. Sampaio Corrêa e eu. Em lviaio de r 907 viajavamos para os trabalhos, quando o nosso trem ficou retido na estação T.egru, onde se deveria dar o cruzamento com o trem da carreira sahido de :Mig uel Calmon, kilometro 202. Como o trem demorasse, accusando um atrazo de quasi uma hora, despachei um portador ao seu encontro. . Pouco depois chegava o trem trazendo m _um vagão c1_nco ca daveres co m as cabeças decepadas pelos mchos, que ha,:1am atacado toda a turma de conser va, no mom ento e.11 '1::-:: ( a.e: 1 horas ), desca rreg ava m as ferra me ntas. . . E ss e - facto alarmou toda a estrada, e os Jo r naes de S. Paulo descreveram com côres negras. Foi o quanto bastou para 9-uc os trabalhadores atemorizados começassem a abandonar o serviço. - 30 - O Sr. Dr. Sampaio Corrêa, havia trazido do Rio trezentos e tantos, que aguarda,·am em Baurú, o embarque para o serviço. Vendo -os tro nc os sem cabeças, desertaram todos e nem um só seg uio para o tra balho. Outra feita os indios atacaram uma turma ele serradores de dormentes, matando dous. Houve nova debandada. Nessa occasiào fui obrigado a conse ntir que se fizes se uma batida no matto até o acampamento desses índios brc1.vios. Travou-se então, um conflicto entre os indios e os traba­ lha dores. Em outra occasiào atacaram uma turma composta de um agrimensor e quatro operarios na linha já em trafego. Estes se refug iar a m cm uma casa de turma no kilometro 2 70 . Xão podendo os indios matal-os incendiaram a casa onde todos morreram queimados. Xa zona flagellad a pelos selvagens só se podia trabalhar tendo turmas armadas de carabinas para garantir os trabalhadores que recebia m tambem com,J ferramenta uma carabina. Para ô lad o Je Esperança, os trabalhadores eram transportados pelo Lloyd. Tive mais no correr dos trabalhos a g ra nd e d iffic uld ade causada pela guerra elos jornaes italianos de S. Paulo, que tiveram repercursà o na Italia, aconselhando aos seus patr icios a não tra­ balharem na estrada, porque a Ernprcza os pagava a tir os ou os enforcava e depois os atirava ao rio. Fui obrigado a pedir ao Governo uma syndicancia. Todas estas difficuldades foram vencidas com uma tenacidade e pacic ncia c va ng clicas. Ainda este a11110 cm Abril, rebento u e m toda a linha uma gra11dc parede, a primeira em dez annos de trabalho. Já o ( ro ver no· estava então de posse ela linha de Itapur a a Cor umbá. O Go·erno de S. Paulo pôde felizmente evitar que a parede tivesse conseq ue ncias funestas, mandandu para I3aurú, uma g rand e for, a de_ policia que espe r ou o trem dos paredistas e os deteve ameaçando-os. Até que o Governo fornecesse {t Companhia recursos devi­ dos para pí..! g a me nto aos trabalhadores mal aconselhados, perma­ necera m e m Baurú, mais ele 800, depois de terem feito depredações na l i nh a, arrancando trilhos e destruindo obras de arte. O que maL; me sorp rehend e u ele tudo isso foi o res ult ado do inqucrito, que o (;overno de S. Paulo, pelo Secretario da Scgur i.tn, a Publica, mandou abrir por officia es de sua confiança. ,. . _l'j.ç 1 1 ,·...:rii"icado p elo inqucrito que i nte resses occultos pro­ mo•c ra.m aquella parede e sobre esse assurnpto não desejo me estender e passo sem commentario. Por ahi se póclc avaliar quanto esforço tem sido necessano empregar para. evitar o desm oronamento de uma estrada, a mais .. - 31 : -e essaria a r sil, e que nest es ultimos tempos tem soffr ido a eu- er r a a mais 1113usta que se póde imaginar. . Antes e concluir me seja licito ·faze r mais uma peque na séne e considerações que completem esta minha exposiçào. om construcçào da Noroéste não foram, meus senhores, atendidas some nte as exigencias estratecricas de ha muito reda- ª. das p e la Naça?, e as f ace·is commub. mcações com os paizes vizinhos; commumcaçõcs que dentro em pouco se estenderão até o Pacifico, através da Bolivia. . Nào. Foram abertos ao nosso paiz e principalmente ao Estado de S. Paulo, novos e grandiosos horizontes. Quando construia a Noroéste, imaginei estudar uma linha que ligasse o Pacifico com o Atlantico com um percurso total de 4.594 kilometros, sendo do Rio a Corumbá 2.294, e de Corumbá ao Pacifico, no porto de Malengo, no Pet;Ú, 2 .3 00 , passando por Santa Cruz de la Cierra, Cochabamba, La Paz; ou dir e ctamente ao porto de Antofogasta, no Chile, com um percurso tamb em . approximado de 2.300 kilometros de Corum0á. Esse traçado será executado pelos nossos vindouros, como vimos de executar aquelle de nossos antepassados, a Noroéste. Quem percorrer os 437 kilome tros, que se alongam de Baurú a Itapura, verificará que sem solução de continuidade não existe em todo . o paiz um tão vasto percurso de linha ferrea, onde a par de um feracissimo sólo se descortinam mattas privilegiadas que se perdem nas orlas do horizonte, tudo desafiando a cubiça do homem. E além do mais, senhores, é a via larga que nos põe em contacto com o mais rico dos Estados do Brasil, o Estado de lVIa tt o Grosso ainda desconhecido e inexplorado. Não é uma declaração de fantasia a que lhes exponho e contra a qual se levantaria a madureza dos conceitos e a reflexão, que só a pratica dos arinos e da idade i,1os póde . ar.. . Mas, senhores, as lavouras de cafe, como Ja tive occas1ão de affirmar, vão surgindo como se obedecessem ao impulso de uma vara mag ica. A Noroéste começa a ser povoada por uma pleiade de pioneiros fluminense e minei.ro , como os que outr'ora povoaram as margens da Paulista e pnnc1palmente da :Mog yana. d d E' com o concurso de tão excellentes elementos de compe­ tencia de trabalho, cheios de ambição . leg itima , que a Noroéste· será, dentro de muito pouco tempo, um dos maiores celeiros da Nação. r • E, senão, ,...vejamos : a grandez do F ar-" ' cst americano se fez com a plantação intermina dos s us milharacs, formando um dos mais sorprehe nd entes golpes de vista, que ao oJ.har do hom m é dado observar, e sobre aquelle typo de lavoura a Republica Americana firmou a sua hegemonia como paiz agrícola. Espero que, dentro de poucos annos, a Koroéste, tambcm pela possível - 32 - diversidade de culturas adaptaveis ao seu sólo, virá occupar, senão papel preponderante, pelo menos um dos primeiros lugares entre as estradas de ferro brasileiras, que servem de apoio á nossa grandeza e desenvolvimento. _ A c. omposiçào geologica do sólo por ella atravessado não deixará falhar o nosso prognostico, quanto ao successo que lhe está reservado no futuro. De um lado as terras de massapé roxo, de roxo puro e as terras baix as , estas em mais de I oo kilometros de extensão, são symptomaticas de que a mais favoravel polycultura, sobresahindo a importante industria e cultura da borracha será a característica prepond erante daquella vasta região. De outro lado, a bellissima conformação topographica, onde o sólo se desdobra por collinas de declives suaves e ligeiros, nos indica que para alli continuará a affluencia de elementos empre­ hcnded ores e com el1es consequentemente uma massa accentuada de bons colonos. E será, dando vida a essas regiões fadadas á riqueza, que conseguiremos attingir os nossos grandes destinos, dando ao paiz os meios de sahir da premente situação por que passa neste mo- . mento, e só assim resolveremos os nossos problemas economicos que estão subordinados positivamente á grandeza e á prosperidade da agricultura nacional, e para cujo desideratu n não devemos medir esforços nem sacrificios ! ! Assim, pois, meus senhores, concluindo, faço ardentes votos para que a Noroéste preencha os seus grandes destinos. :Nào cabe aqui destacar elogios a este OlJ áquelle, porque muitos foram os Brasileiros que trabalharam nesta obra meritoria. Desde 1870, ao terminar a campanha do Paraguay, nos - governos monarchicos, os nossos estadistas pensavam na realisação deste problema que julgavam sem solução, e que, apezar da cla­ rividencia da execução deste trabalho patriotico, não tiveram a necessaria coragem de abordal-o, cabendo aos governos da Repu­ blica realizal-o, dando o exemplo . de que devemos marchar para a frente na senda do progresso. Todos quelles que se interessam pelo progresso da patria e conhecem .as difficuldades que assoberbaram a execução desta grande obra, farão a . devida justiça, dando a sua gloria, não aos "Seus e x ecu tores, não áquelles que nella empregaram os seus ca- . pitacs, mas sim á Republica, aos seus governos que, a par dos maoi res tropeços e difficuldades, e assoberbados por lutas succes­ sivas, têm, não obstante, sabido comprehender o progresso é a felicidade da patria. E, meus senhores, não ha negal-o, a Noroéste é um exemplo frisante do que affirmo. Tenho concluído. >> • EXPOSIÇÃO SOBRE A Estrada de ferro Noroeste do Brasil PELO Dr. João Teixeira Soares • .. lr::::::©==J!lr::::::©==Jllr::::::©==Jllr::::::©==JIEC½c: Estrada de Ferro Noroeste do Brasil A leitura do brilhante parecer do illust re Sr. Dr. Carlos Peix oto sobre o OR : A ME NT O DA RECEITA me obriga a dizer algumas palaTas a respeito da construcçào ela Estrada de Ferro Itapura a Corumbá, afim de defend e r a r esp onsabilidade dos que collabora ram num contracto que não póde de modo alg um ter concorrido para a formação do juizo que S. Ex. mani­ festou acerca do reg imem a q ue ficou elle sujeit o. ...-. const rucçào daquella linha foi contra ctada com a Com­ panhia de E strad as de Ferro Xoroestc do Brasil. da qual eu era então Presidente, o que me dá "o dir e it o e me põe na obrigação de explic ar os antecedentes e desenv ol vim ento da questão. O governo, le ·ado por motivos de ordem intcrna.cional, ent endera dever providenc iar com ur ge ncia sobn' a extensão de noss a rêde ferro-viaria até ás marg ens do rio Paraguay, e parece ter julgado prefe ríve l o alvit re, que tiver a a appro·açào do nosso Club de Engenharia, de leva r essa viação até á fronteira da Bolívia, para assim poder estabelecer a ligação com o systema f e rro-viario deste paiz. Como fossem as li nh as da Companhia :Noroeste as que se acha va m então mais adiantadas naquclla direcção, ente nde u o Governo ser prefe ri vel entra r em accôrdo com ella para a reali­ zação do plano que decidira executar. Não sendo possív el á Compa nhia leva nta r de prompto, por meio de garantia de juros, a g rand e somma de capitaes neces­ sarios, sem serem feitas novas concessões, qu e tornassem os títulos da Companhia mais procur ados, o Governo, depois de muitos exames da q ues tão, res olveu adoptar o regim c n da lei n. 1.1 26, de 15 de DC'zembro de 1 903. O Governo teve motivos para nã o res g a tar o trecho da linha já constr uid o sob o regíme n d e garantia de jur os, ficando toda a linha proprieda de sua e sujeitando-se ás mesmas condiçôes de arrenda ment o, como parecia ser prc fcrivel ao inter esse publico. A muda nça , pois, do traçado e do regímen não foi de ini c i a ti va da Companhia e nem negocio por clla promovido; foi acto muito estuda do e reflcctido do Governo, que ente ndeu assim consultar i nt eresses nacionaes da maior rele va ncia. - 36 - Disso s e co m ·e nceu a Comp a nh i a , q ue não hesit ou e m col­ laborar para ,.a s ua rea liza ção, ta nt o mais qua nt o a modificaçflo do traçad o dava il sua estr ada uma enor me imp or ta ncia estrate­ g ica e co mmercia l. Tend o a D ir ec toria d a Com panh ia e x pos to ao Exmo. Sr. Conselh eir o Affonso Penna , P resid e nte da IZepublica , julg ar im­ possivel a constr ucçà o da linh a pelo preço e no praso exig idos, e m vist a das difficuld adcs que offerec ia m as pessimas circ umsta ncias locaes, declarou-lh e S. Ex. não _ se r licito ao Governo fa ser lar­ g uezas s impl esme n te por SP preverem difficuldades que podem fa lh a r , a ccresccnt and o que, na ex ec ução, um a vez verificada a im porta ncia dos dam nos ca usa.dos, p oderia o G o verno ter jus tifi­ ca tiva para actos de equid a de, a p cza r d e, t a nt o elle co mo o seu :Minis tro, julgarem o pr eço já muit o elevado. Ist o pareceu-m e jus to, e o communiq uci ao Dr. J oaq uim :Wi ur ti nh o e Senad or Azeredo, declarando que, s e elles me g aran­ tisse m o co ncur so par a a obtençã o de uma eq uida d e e m occa sià o o p portun a, e u en volveria a Companhi a nesse g rand e emprehend i­ .me nt o, n.os. termos propostos pd o Governo, por mim considerados 111e x e qm,·c1s. Como aquelles illus tres matt o-grossense s, vis se m que, s e fosse aband onado o projec to naq uclla bccasià o, ficaria a d iad o i nd efini­ dame nte aque11e mel hora me nt o indis p e nsa ve l ao e ng rand eciment o do seu E s tad o, pr o metteram o co ncurs o ped id o e m caso de ficar provado que o prazo e o p reço e ram i ns ufficie n tcs. Sabia p e rfeitament e a Comp a nhia sé> p oder collocar abaix o do par os títu los que ia r e ceber em pag a me nt o e que os tr abalhos nas margens dos rio s T ie té, P araná e P a ra g ua y se r ia m ca rís s imos por ca us a do pcssimo clima, e a i nda mais que, nas marg ens elo s r io.s P a r a g uay e l1ir a nda, teria ele c onstr uir m uit a s d eze nas de kilome tr os sobr e pa nt anos. Sabia t a mbem q ue a o bri g a çã o do ini cia r os s e n · iços do la d o do Parag uay e de accclerar os tr abalh os da li nha de Baur ú, p a ra conclnir 2 30 kilometros no prim eir o a rmo, justa ment e co m as outr as difficulda dcs acima a po nt ad a s, lh e vir i a ca usa r e nor me . e x ce ss o de despeza, cujo total nã o podia p re ve r. Certa, porém, es tava a Compa nhia d e que os esforços por emp reg ar não deixaria m de ser reconh ecidos pelo Governo e alcançariam o dese jado effeito d e justi fica r actos de equid ad e . S e a c mpn ·za não colh esse lucros, ao me nos evita ria a r uín a, e isso- lh e basta va , pois co nh eC'ia b e m que, em futur o p ro x im o. o valo r da est rada seria eno rm e e de natur eza a co m pQnsa r os sacrific ios que estava resolvida a faze r. O G ove r no nã o p oderia c r e ar, no ex tr a ng eiro, títul os e g ua rd al- os cm carteira, co mo fez aqui, p a r a ir e ntr eg a nd o e m pa g a me n to á med ida do avança me n to das obras, p orq ua nt o para q ue taes ti tu los se jam validos alli é necessario a nnun ciar-lhes a - 37 - e1_11issào publica e qu: realmente elles sejam subscriptos. Por causa distoo overno, no mteress e commum, realizou com a Companhia um accordo, certamente o melhor que elle tem feito para a emissã o de titulos. · A Companhia não pôde realizar a "l,enda dos titulos tão :'a ntaj osa mc nte como esperava, porque teve de negocial-os na epoca em q ue o Estado de São Paulo estava tratando do grande empres timo da valorisação, o qual, além do endosso da Uniào, teria a garantia do « stock >> de café, e por isso a Companhia teve de acceitar para o seus o mesmo preço que os banqueiros offe­ reciam por aquelles titulos, incontestavelmente de maior valor. N'essas condições, a proposta da Companhia de depositar o valor par dos titulos tornou-se extremamente onerosa. O prospecto da Companhia ao . encetar os trabalhos era o seguinte: O Governo· compromettia-se a pagar por kilome tro de linha, o maximo de 40 contos, em titulos que foram vendidos com 1 5 º /o de desconto. O Governo descontaria 15 °/0 dos p:igamentos parcia es , perdendo a Companhia o dir e ito á restituiçà o das s o mmas desse desconto, s não realizass e a obra; .A.ssi m, os 40 contos, ouro, fica, , a m reduzidos a 28, ou 47 contos, papel. A Companhla teria, fóra dos trabalhos, uma despeza certa de: 2 :0 0 0 $ 0 0 0 para os estudos, 1 :500$000 para a administração, 10:000$000 para o excesso de transporte do ma­ terial metallico ( trilhos e accessorios, pontes, material t e leg ra ph ico, etc. ) 900$000 para a fiscalizaçào, - sommando tudo em 1 +:000$000 A Companhia se comprometteu a indemnisar o Governo da diffcrença dos juros pagos pela parte da emissão que, em cada periodo, fosse julgada feita em excesso sobre as necessidades do contrato, e os juros pagos pelos estabelecime n tos bancarios, onde esse excesso ficass e depositado á disposição do Governo. Por essa obrigação e pelos juros da somma adiantada, para: refa ze r a d iffere· nça entre o producto dos titulos e o nominal de­ positado, previa a Companhia urna despeza por kilometro de 2:500$000, o que, junto ás despezas acima, veio red uzir . a réis 30: 100$000, papel, o saldo dis po n,i, e l. Era pois esta somma de 30: 100$000, papel, por kilometro, com que a Companhia devia realmen te contar para a execução de todos os serviços e· para a compra de todo o material neces­ sario, e para o accresci mo de despezas pelo excesso de rapidez a dar ao trecho da linha, sujeito á garantia de juros: Nessas condiçôes não é licito suppor que fosse a ganancia dos luc ros da empreitada que attrahira a· Companhia, entretanto . - 38 - dla poz mãos á obra, resolutamente, e chegou a accôrdo com os empreiteiros para que os serviç os fossem entregues a profissionaes nos quaes se pudesse depositar a maxima confiança. Do lado de Baurú, foram os serviços entregues ao Dr. Sampaio Corrêa, e do lado de Esperançéf ao Dr. Antonio Penido, devendo ambos, com a acquiescencia dos empreiteiros, e para evitar delongas, ente nder-se directamente com a Companhia. Por seu lado, a Inspectoria }'ederal de Fiscalização das Estradas de Ferro tambem se dirigia dir ec ta men te a esses enge­ nheiros acerca de todos os assumptos technicos, e ordenou-lhes o estud o de muitas variantes que, tornando o traçado sob o ponto de vista technico, um dos melhores de nossas estradas de ferro, o fizera m ta mbem mais oneroso do que o estudado pela Compa­ nhia para o orçamento. Essses dous distinctos profissi o na es empregaram o melhor de seus esforços, correndo mesmo risco de vida, e a ambos op­ portunamente fornecia sempre a Companhia amplos recursos. InfeHzmente, do lado de Baurú, os Indios, as febres horríveis das margens do Tieté e, do lado de Esperança, o mau clima e as difficuldades de recruta me nto de pessoal e regular fornecimento do ma terial , tornaram um verdadeiro insuccesso as tentativas feitas co111 os melhores ele me ntos. f--louvc um periodo de desorientação e desanimo por causa desse ins ucesso mas, tendo a Companhia adquirido o concurso de sub-empreiteiro de grand e capacidade e recurso, d e u-se um re­ nas cime nto el e co nfia nça. O sacrificio imposto á Companhia de subdividir o seu serviço, iniciando-o tambcm do lado de Esperança, aggravou-se extraor­ dinariamente com o facto ele tor na r-s e quasi impossível a manu­ tenção de pessoal numeroso no serviço, porque o seu recrutamento se tornou ex tr ema me nte diffi.cil, devido ás más noticias espalhadas sobre O clima em geral e ás seducçôes e maus conselhos dados ao nwsmo. na sua passag em pelo Rio da Prata. Um e ng e nh eir o francez, provecto em serviços ele estradas de ferro, que veio cheio de espera nças substituir o Dr. Antonio Penido, já fóra elo serviço por doente, nad a pôde fazer e voltou inutilizado para o seu paiz. Sem esse pesadíss imo sacrificio, entreta nto, não seria possível t' er hoJie toda a linha cntre2L. "ue ao traferess e public o, fos se n menos oneros a e desai­ rosa para a Com pa nh ia ; verificando que S. Ex. conh ecia mal a questão propuz cm reque r ime nt o q ue o G o ve r no ass um is s e a di­ r ecç ã o dos tr a balh os por conta da Comp a nh ia e só fizess e pag a­ mentos aos exec ut ores das obras e fornece dores do material por <· m pr cg a r , os q uae s se g un do me dizia m eram credor es de domín io , a que m, cm caso de caducidade de contra to, o Governo teria de pagar para p()d e r t o ma r conta da linh a. P ropuz mais, no mes mo req ucrinlC'nt o, q ue o ( i-o vP.r llo ficas se com a dir ec çã o dos s e r viços até ter conh ec ime nto e x ac to do assumpto, para entã o poder delib e ra r co mo· 1hc pai·cc css e ma is e q uita t ivo. Parecia que estas medidas, e v it a nd o desas tr es e a inturrup­ <; à ó das obras, cm nad a p rC'jud icava m os int e ress es do T hesouro . F ora m, po rém, baldados os esforços de todos os int e r essa d os, e, tendo um senh or S <'nad or por lVIa tt o-Grosso inter vind o ho assum pto com receio de paralysaçà o das obras, o S nr . l1i-n istr o meli nd rou-s e e fe z-se ent re vis t a r por um dos principaes orgàos opposicio ni s tas, faze nd o crêr que resis ti a a pr e tençôes exhorbi­ tantcs da Com pa nh ia. - 41 - Qua es e ra m essas pretcnçõcs ? A Comp anhi a r e q uer i a a prorogaçào de prazo sem onus in exequive is . Iào sendo assim, não a ac ceit,a- a . Pedio ainda que o Governo assumiss e a dir ecção elos trabalhos, como é de reg ra em quasi todos os con tra tos, até q ue se julg ass e habili tado a tomar as proYi dencias que lhe pare­ c:cs sc m acertadas ! !! Compr ehcnde- se que. desde que o Gove rno se mostra-, a rc­ so h·iclo a ir até a caduc idad e, a Compa nhia s ó tinha um int e res ­ se., que ella se desse com b re,·idadc, porque as delong as com o rcg 1 mem vexatorio, adoptado pelo Go,·erno só lh e poder ia m cau­ sar clamnos moraes e materiaes, ainda que fossem e,·itad as as parceles s uccpt iv eis de damnificar as obras já feitas. A Compa nh i a não podia esperar um a mud a nça tão radical elos nossos ha bitos ad mini s trati vos e da attitude do Governo para com ella. Até hoje ain da 1wnhum a Comp anhi a concluio uma obra sem repetidas prorogaçC>es do prazo mar cado, e a ?oroeste, apezar de tamb em nã o o ter feito, havia conseg u ido, no emta nt o, uma mé­ dia nu nca attingida ne m espe rada no Brasil, en treg and o promptos, 1 8 0 kilomet ros por anno. Além diss , nã o era compr ehe nsiv el que o Governo Yi cssc e ncontra r jámais algum i nt en 'ss e par a o Thesou ro cm chamar a si a li nh a, a me nos que não tivesse em vista alg um pr ete nd c·nt c, julg ado mais idoneo, o qual, se exis t ia , não appareceu. E' ainda de cx tranhar que o Go,·erno, julg ando-se crC'dor da Comp a nh ia, tenh a, como o f ez, procur ado por todos os meios e modos anniq uillar o seu credit o, pondo-a em d iffi culd ades sérias, senão na imp ossib ilidade ele obter recursos para saldar o seu de­ bit o, quando fosse verificado e reclamad o. Não me consta que até hoje o Gm·crno te nha recla mad o.somm a alg um a da Companhia; entretanto, na mes ma occasiào cm que clle se via na imp oss ibilidad e de effectuar o pagamento da ga­ rantia de juros ,·cncida. cscre,·ia , numa me ns ag em ao Congresso, qu e a Companh ia es ta,·a i ns olva vel !! ! As Comp a nhi as ele E s t radas de Ferro não procura m lu cros de emp reitada ; para n;- o correr ris co- la nçam mã o de empreiteiros gcraes que lh es garantam, com os recurs os por dlas obtidos, dar-lhes a estrada prompta e acabada. Tratando-se cm geral de i·egiões 1:>ouco povoadas, as obri­ gaç,)cs emitt idas pelas compa nh i as não podem obter grandes preços. Se ha banq ueiros que as compra m e reve ndem com g ra ndes lu c ros, é que ellcs preparam os mer cados para esse fim, se m no emt ant'J participarem as Companhias desses lucros. Parece vir do erro de attribuir taes lucr os ás Companhias, 0 pretexto das asseve ra ções de que cllas ou seus interessad os têm grandes vantagens. - 42 - As va ntag ens pr ocurad as pelos promotor es de taes negocios consis tem na acquisição, pc1 r p reços baixos, das acções das Com­ pa nh ia s. P r ocura-se construir a- e s trada - com o producto dos empres­ timos; e qua ndo esse intuito é cons eg uido, t em.:se as a c ções por preços comm odos ; s e não é conseg uido, ao e x cesso eventual da cle s peza da constr ucç ão, junta-s e . o deficit do trafego nos pri­ meiros temp os. Trata nd o-se de paizes novos, que as est ra das de,'·. e m desen volver, cont am os promotores da empreza ter conservado, em mãos, um titul o ele g r a nd e valor no fut ur o. E sse systen1a se · a in da não enri queceu muita gente. não causou, como se apregôa, tão g ra ves damnos ao nosso Thesouro e permitt io que o Brasil constr uiss e a maioria de suas estradas de ferro mais economicament e do que qualqu er outro paiz. a Noroeste as previsões da Compa nh ia e x cederam a toda a espectativa ; nunca se deu no Brasil, uma tra nsforma ção tão cx tr aorcli naria ; a vasta região se povoou e os terrenos se valor i­ zaram com urna rapidez incrível. Os banq ueir os int eressad os na Companhia favoreceram a cons tr ucçào de estradas de ferro na Bol ívia com a condi çã o de ser. pelo Gover no daquellc paiz, adoptado o plano de trazer o ma is rapidamente possível um dos prin cipaes ramos á fronteira brasil e i ra , de modo a ent ronca r-s e com a Noroeste. Do exposto fica patente que o contra cto da Noroeste nã o foi um negocio promo vid o pela Compa nhia, que esta não foi se­ duzida pelos grand es lucros da empr eitada, e, finalme nte, que não foi e11a que atir ou a fü1ha aos hombr os do Governo e sim este que lh'a arr ancou das suas mãos. · S e ja como fôr, está o paiz de posse de um poderoso ins­ trument o para a sua defesa e seu progresso, por cuja falta ha meio seculo e11e e s teve exposto a desastres. E' realme nte para desanim a r ver ex posta á desconsid eração publica a empreza que o realizou e delle não teve as vant agens q ue podia legitimamente esperar. R io de Janeiro, r .5 de Deze mbr o de 1 9 1 4. JOÃO TEIXEIRA SOARES RELATORIO DO SUPERINTENDENTE 19 16 ' Baurü, 31 de Março de 1917 . Tenho a honra de renietter á v. s. o. relatorio desta Superintendencia relativo ao anno de 1916 p. passado. Saudaçõ e:s Ao l ll mo. Sr. DR. JOAQUIM MACHADO DE MELLO D. D. Presidente da Directoria RIO M. /. Machado da Costa Superint endent e'. Resultados financeiros Os resultados financeiros do anno de 1916 são os mais lisongeiros que tem registado o Trafego da Estrada. liouve um augmento de 41 °/o sobre a receita de 1915 e de 52 oi0 sobre a receita. media dos tres annos anteriores, excluindo os tr nsportes em serviço da construcção da Estrada, conforme consta dos seguintes dados: Extensão do trafego em 31 de Dezembro de 1916, 436 klm. 345 mt. . A receita geral de 1917 foi _. - . . . . . . . 1.549:475$500 : e a despeza geral foi. . . . . . 1.978:752$700 havendo um deficit de . . . .· . 429:277$299 A relação da despeza para a receita é de 127, 70 º º/ tendo sido em 1915 de. _ . . . . 132, 45 º /o Comparando com o anno de 1915, temos: Receita geral de 1916 ...... . Receita geral de 1915 . .· . . . . . Augmento da receita em 1916-41, 14 °/o ou. Despeza Geral de 1916 . . . . . . . . . Despeza Geral de 1915 . . . . . . . . . Augrnento da despeza em 1616-36, 07 ° /o ou Comparando com a media dos tres annos precedentes, e excluindo os transportes em serviço da Construcção: - Receita geral de 1916 . . . . . . . . . Receita media de 1913, 1914 e 1915 ... . Augmento da receita em 1916-51, 22 °/o ou . Despeza geral de 1916 . . . . . . . . . Despeza media de 1913, 1914 e 1915. . . . Augmento de despeza em 1916-28, 98 °/o ou 1.549:475$500 1.090:807$267 451:668$233 1.978:752$700 1.454:115$340 524:637$360 1.549:475$500 1.017:911$582 531:563$918 1.978:752$700 1.534:181$597 444:501$103 No anno de 1916, houve, pois, um deficit de 429:277$200. Justifica-se, porem, este deficit pela deficiencia do appare­ lhamento da Estrada, que torna excessivamente caro o seu custeio, e pela construcção de obras novas que se tornaram indispensa­ veis ao desenvolvimento do trafego e segurança da linha. E' assim que a falta de officinas efficientes, além de tornar mais caro todos - 48 - os serviços pelo maior ·custo da mão . de obra, obriga-nos a mandar fazer as reparações mais importantes das locomotivas e carros nas officinas de outras estradas, com augmento de despe­ zas, que muito sobrecarregam o custeio: Alem disso, a escassez do material rodante, em face do desenvolvimento que vae tendo o Trafego, obriga-nos a uma despeza da mesma natureza, com o aluguel .de locomotivas e carros de outras estradas. Estão actualmente em serviço da nossa Estrada tres loco­ motivas da Companhia Mogyana e uma da Companhia Paulista, e o transporte de mercadorias é feito em grande parte por vagões das Companhias Paulista e Sorocabana. Por outro lado, a Via Permanente exige um intenso serviço de conservação, aggravado com a circumstancia de um trilho de 20 kilos para locomotivas de 12 toneladas por eixo, e ã falta de um grande numero de obras accessorias, indispensaveis á segu­ rança da' linha. Já este anno fizeram-se muitas obras novas e substituirarn-se 170.000 dormentes, isto é, mais 80.000 dormente$, ou 144:000$000, do que seria preciso em condições norrnaes. O quadro n.0 8 resume todas as despezas e obras extraordinarias que concorreram para a aggravação do deficit. A estas causas, que concorrem para prejudicar a situação financeira da Estrada de ferro Noroeste do Brazil, devemos accres­ cent,ar como a principal e mais prejudicial a seus interesses, as bases das tarifas em vigôr, de que passamos a tratar. Tarifas Cumpre-me salientar bem a causa principal da depressão da renda da Estrada e da permanencia do seu deficit. Ao passo que a Paulista, a Mogyana, a Sorocabana e outras estradas, mais bem situadas e em melhores condições de trafego, gosam da vantagem de uma taxa cambial, que lhes permitte actualmente elevar seus fretes de 40º /o, a Noroeste continúa a cobra: os seus transportes por uma tarifa minima, calculada ao cambio de 20, e isto numa crise de cambio baixo e de carestia de todos os materiaes de custeio, que tem obrigado todas as emprezas de transportes a elevarem consideravelmente os seus fretes. A Companhia Estradas de ferro Noroeste do Brazil, em­ requerimento ao Governo federal, reclamou contra esta injustiça e expoz a sua situação precaria, devida á insufficiencia dos fretes, que não lhe permitte fazer um serviço a contento do publico, nem melhorar a sua situação economica, e pediu autorisação para adaptar uma tarifa cambial, a exemplo das Estradas visinhas, ás quaes se tornou indispensavel esta concessã, o especial, para poderem offe_recer ao publico as vantagens que de facto offerecem. - 49 - O Governo porem inde!eriu este requerimento, persistindo, assim, para a Noroeste uma. situação precaria, que não lhe permittirá melhorar os seus serviços, nem satisfazer as necessidades recla­ madas pelo grande desenvolvimento da zona a que serve. E' sta u a 9uestão que deve ficar de pé, para que a No­ roeste possa att111S"i o grau_ de prosperidade a que tem direito, e para a qual sohc1to especialmente a attenção da Directoria. O quadro nume ro ' 3 dá o resumo do movimento com­ mercial da Estrada desde o an110 de 1906 em que se inauaurou o trafego, com uma extensão de 48 kilometros, até o ultimo nno. Trafego O quadros annexos representam o movimento do Trafego desde o seu inicio até a presente data, notando-se um notavel augmento no anno de 1916. O serviço de passageiros, sobretudo, já excede á capaci­ dade dos nossos· trens, tornando-se indispensavel o seu augmento, o que será levado a effeito pela inauguração, em 2 de Janeiro proximo futuro, de um trem diario entre Baurú e Araçatuba. No dia 13 de Outubro do corrente anno foi inaugurada a estação de NOGUEIRA situada no k i1omet ro 36. · Acham-se em estado adiantado de construcção as estações de Cincinato Braga, no kilometro 100· e Biriguy, no kilometro 262, que poderão ser inauguradas no proximo mez de Março. Ha pedidos da população para a abertura de estações em novos centros de producção, que são objectos de estudos da da Administração, estando já projectada e dependendo de appro­ vação do Governo, uma estação de terceira classe no kilometro 64. Annexo a este o relatorio do Chefe do Trafego no qual este distincto funccionario apresenta dados e informações interes­ santes relativos aos diversos serviços a seu cargo, sobre os quaes não careço insistir. Locomoção O serviço de tracção e locomoção resente-se não só da falta de material rodante, como principalmente dos meios para reparar o que se acha em serviço A construcção de officinas, em Baurú convenientemente apparelhadas para reparação de lo­ comotivas' e carros, é assumpto sobre o qual não preciso insistir, como uma medida das mais urgentes e indispensaveis á regula­ ridade dos serviços da Estrada. Para este fim a Estrada já adqui­ riu a area de terreno necessario á margem da linha, em Baurú, e fez a acquisição de machinismos para uma serraria no· valor de - 50 - 45:000$000 e aguarda apenas os recursos necessarios para inicio das obras montagens destes machinismos. No quadro numero 9, entre as obras novas reclamadas, consignamos a verba de . üOú:000$000 para as officir.as. E' tambem necessario construir depositos para carros e lo­ comoti'.;as nas Fstações de Baurú, Cincinato Braga, M. Calmon, Araçatuba e Itapura, assim como armazens para guardar materiaes de consumo. A insufficiencia das caixas d'agua é outro motivo de apre­ hensão para o serviço do Trafego. Situadas a uma distancia media de 50 kilometros, com pequena capacid ad e· e alimentadas a bomba, é com difficuldade que um trem de carga faz este percurso, podendo o simples desarranjo de uma bomba trazer grandes perturbações ao movimento dos trens. E' urgente, pois, que se installem mais oito caixas dagua, que constam da relação das obras novas a executar e cuja ur­ gencia se accentúa com o desenvolvimento que promette o tra­ fego no proximo anno. No relatorio annexo do Chefe da Locomoção, que com grande competencia e dedicação tem desempenhado as funcções de seu cargo, encontram-se dados e esclarecimentos completos, sobre todos os serviços desta repartição Material Rodante A despeito das difficuldades acima referidas, acha-se· o ma­ terial rodante em bom estado de conservação, graças ao esforço do nosso pessoal e ào auxilio prestado pelas officinas das Com­ panhias Paulista e Mogyana. No corrente anno o material rodante foi accrescido de tres carros de primeira classe e tres de segunda classe, comprados á Companhia Edificadora, e. de 10 vagões para mercadorias, trans­ formados de 10 pranchas nas officinas da Companhia Mogyana. O Governo f ederaJ, pelo aviso n·o 16 de 28 de Janeiro de 1916, determinou que a Estrada adquirisse o material rodante que consta da relação numero 9. Com a acquisição deste ma­ terial ficamos com um effectivo sufficiente para todas as ne­ cessidades do Trafego. Via Permanente .Muito intenso foi o serviço da conservação da Via Perma­ nente, conforme já tive occasião de referir, tendo-se feito muitos trabalhos de consolidação de aterros, lastramente e obras novas. - 51 foi a erta a exploração da pedreira de Araçatuba, que já tem forne_c1do pedras para a construcção de boeiros e consolidação de diversos trechos da linha. No relatorio do Chefe d.a _Lin a, annexo ao presente, acham-se expostos com notavel prof1c1enc1a todos os dados e esclar eci­ mentos relativos a esta Repartição· Obras Novas Muitas obras foram executadas e iniciadas no anno findo conforme constam da relação numero oito·. Entre estas figuram com·o principaes a construcção de uma plataforma com 130 metros de comprimento e bôas accommo­ da ?e.s para passageiros, na estação de Baurú; augrrento do ed1ftc10 do restaurante e plataforma na estação de Presidente. Penna, reclamado pelo crusamento dos trens de passageiros e refeições naquella estação. Edifícios para o Almoxarffado, armazem de viveres, deposito de materiaes e de inflammaveis em Baurú. Armazem para mercadorias na estação de Itapura. Desvios nas estações de Jacutinga, Presidente Alves, Presidente Penna e Baurú; boeiros e drenos na linha e outras obras de menor im portancia. No quadro n.0 9 indicamos as obras novas que julgamos mais urgentes, e as despezas para a consolidação da Via Perma­ nente, assim· como o mat.erial rodante exigido pelo Aviso n.o 16 de 28 de Janeiro de 1916, do Ministerio da Viação, tendo sido já adquirida uma parte deste material, conforme consta d.o mesmo quadro. Estas despezas, incluindo o material rodante, importam na quantia de 4.736:253$025 que, naturalmente, não poderão ser realisadas em um só anno e sim distribuídas por lres ou quatro annos successivos, conforme permittirem os recursos da Estrada. Ha, alem destas obras, outras a executar, como sejam, sub­ stituição das pontes provisorias de madeira, estação de prime ira classe em Baurú, rotundas para locomotivas etc., que, por serem menus urg ente s,· deixamos de tratar no presente relatorio. Serviço Sanitario A despeito de lhe ter sido negada pelo Governo federal a auctorisação que pediu para consignar uma verba especialmente para este serviço, a Administração da Estrada tem empregado todos os meios a seu alcance para attenuar as condições de insalubridade da zona, aggravadas este anno pelas chuvas mais abundantes. Alem dos meios de prophylaxia fornecidos ao pessoal, a Companhia tem soccorrido com medic mentos,_e servi o medico e hospitalar aos empregados accommethdos de 1mpalud1smo. -- 52 - Confiamos, porem, que o Governo, m1is bem inspirado pelos deveres de humanidade que assistem á Admin istraçâo da Estrada, reconsidere o seu acto, concedendo-lhe os i·ecursos . pe­ didos para que, com mais amplitude, póssa attender a tão huma­ nitarios deveres . Pessoal· O pessoal da Estrada tem correspondido á confiança da Adm ini straçã o. distinguindo-se todos no cumprimento dos seus deveres, cumprindo esta Superintendencia consignar aqui um voto de louvor a .todos e especialmente aos ..senhores Chefes de serviço. Baurú, 31 de Dezembro de 1916. 0 /t / 0 fia c•/i reclo t'k Y8ojk SVPERINTENDE'NTE .. QUADROS ESTATISTICOS E DIAGRAMMAS • 55 - Estrada de Ferro Noroeste do Brazil • Humero dos Quadros e Diagrammas Annexos ao Relatorio: l - Quadro das estações em 31 de Dezembro de 1916. 2-Quadro da receita e despeza geraes desde 1906 até 1916. 3 - Quadro demonstrativo da rece'ita e despeza desde 1906 até 1916. - 4-Quadro das receitas e despezas medias desde 1906 até 1916. . 5-Quadro do movimento de passageiros desde 1906 até 1916. 6-Quadro demonstrativo da receita do anno de 1916. -Quadro da distribuição da despeza no anno de 1916. - Quadro das obras novas e serviços extraordinarios execu­ tados em 1916. - Quadro das obras novas e serviços urgentes a executar. 10-Diagramma da receita e despezas geraes desde 1906 até 1916. 11 - Diagramma da receita e despeza medias por kilometro ..tra­ fegado desde 1906 até 1916. 12 e 12 bis- Diagramma da receita e despeza medias por trem e por vehiculo kilometro desde o anno de 1906 até 1916. Diagramma do numero de passageiros transportados desde 1906 até 1916. Diagramma de passageiros klm. desde 1906 até 1916. 15-Diagramma de passageiros klm. desde 1906 até 1916. 16-Diagramma dos transportes effectuados nos annos de 1914, 1915 e 1916,. 17 - Diagramma da receita e despeza durante o anno de 1916. 18- Diagramma dos percursos medios. 19- Estatistica do numero de pés de café existentes na zona. Baurú, 31 de Dezembro de 1916. M. j. Machado da Costa - 56 -. [iJ Estrada de Ferro Noroeste do Brazil Quadro das estações em 31 de Dezembro de 1916 Estações Baurú Vai de Palmas . Presidente Tibiriçá. Nogueira Jacutinga Kilometro 64. Situação klm. o 10 1 25 1 36 1 48 64 Altitude met ros 491.000 564.000 543.600 515.600 460.000 519.000 Data da inauguração 27 de Outubro 1906 1 11 11 1909 27 11 11 1906 13 11 11 1916 26 11 11 1916 ((Estação projectada) Presidente Alves 71 557.200 27 de Outubro 1906 Toledo Piza . 83 549.800 1 de Junho 1909 Lauro Müller 92 536.800 27 de Outubro 1906 Cincinato Braga. 100 500.000 (não inaugurada) Presidente Penna · 125 416.000 16 de fevereiro 1908 Albuquerque Uns . 151 396.400 16 11 11 1908 Hector Legrú 178 411.000 16 11 11 1908 Miguel Calmon. 202 416.400 16 11 11 .1908 Pennapolis 220 390.000 2 de Dezembro 1908 General Glycerio 240 371.000 1 de Outubro 1908 Biriguy. 261 383.190 (não inaugurada) Araçatuba. . 281 386.200 2 de Dezembro 1908 Corrego Azul 301 311.600 31 de Dezembro 1908 Aracanguá. 322 294.660 1 de Maio 1909 Anhangahy 340 290.000 1 li li 1909 Manso do Bacury . 357 288.000 13 11 11 191O Lussanvira. 387 289.100 13 11 li 1910 Ilha Secca. 1 404 287.000 13 11 li 1910 Itapura . 437 277.000 13 li 11 191O Baurú, 31 de Dezembro de 1916. M. }. Machado da Costa - 57 - Estrada de Ferro Noroeste do Brazil Quadro da receita geral e despeza geral de 1906 a 1916 Armo I Extensão em l I Trafego 1 Receita · 1 1906 1907 190S 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1 48 92 202 327 402 437 437 437 437 437 · 437 17:568$030 64:602$323 47:034$293 l 71·850$370 426:933$739 574:181$840 867:907$200 1.171:525$240 1.295:992$180 1.276:190$950 1.097:807$267 399956$801 818:856$801 797:928$757 1.148::398$660 1.305:502$340 1.497:159$380 j 1.651:270$070 1.454:115$340 228106$431 391:923$062 223:746$917 280:491$460 133:977$100 201:167$200 375:079$120 356:308$073 429:277$200 1.549:475$500 1.978:752$700 1906 1907 190S 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1 48 92 202 327 402 437 437 437 437 437 · 437 17:568$030 64:602$323 47:034$293 l 71·850$370 426:933$739 574:181$840 867:907$200 1.171:525$240 1.295:992$180 1.276:190$950 1.097:807$267 399956$801 818:856$801 797:928$757 1.148::398$660 1.305:502$340 1.497:159$380 j 1.651:270$070 1.454:115$340 228106$431 391:923$062 223:746$917 280:491$460 133:977$100 201:167$200 375:079$120 356:308$073 429:277$200 1.549:475$500 1.978:752$700 1 Despeza Deficit 143:981$321 • 250:274$506 1 106:293$185 Baurú, 31 de Dezembro de 1916. M. J. Machado da Costa r • ,··', . . . . ',, '. :Y ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRAZIL Quadro demonstrativo da Receita e Despeza dos annos de 1906 até 1916 1907 1907 DES IGNAÇÃO 4.o T ri mestre 1 906 1908 1 1 1909 19 10 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1 1 1 R E C E I T A 1 1 Viaj ant es . 7:378$7201 47:947$29 0 70:194$ 0601 93: 529$076 l 14:172$6591 182:6 78M 40 289:854$7 501 340:377$060 321:838$7701 379:678$0 1 O 53 4:170$ 08o Mercadorias 8:220$000 25:743$800 55:717$2001 108:232$000 126:952$460 200:684$590 412:637$860 540:761 $270 450:898$000 559:991$770 816:73 7$97o Bagagens e encommenda s 565$7001 3: 491$ 1 oo f>:528$250 10:28 U 750 12:560$680 17:.!031!8 20 35:811 $980 1 43:818$ 140 46:723$4201 62:855$630 91:014$74o Ani maes 25$400 1 548$600 1:662$400 2:630$500 3:535$820 1O:138$990 20:63 1$850 1 54:775$330 35:426$700 32:680$5001 30:344$84 o Carros 44$700 69$5001 5 1$000 167 $5001 491$0001 509$3001 821$ 250 2 : 0$2801 1:093$900 l: 3$4201 1:040$32o Aluguel de trens - 340$000 3:100$000 - - - - - Telegraph o 93$600 1:299$ 14 o 2:622$600 4:930$560 7:905$240 11:053$21º1 12:882$690 1 4:465$330 1 14:160S260 20:289$0271 27:653$5 40 Rendas eventuaes 1:239$910 64:54 1$89 11 3 1:974$860 8:139$6 001 18: 412$601 30:223$970 34:768$ 300 38:359$320 51:089$708 40: : 9$910 48:214$0 10 Transportes em serviço da Construcção - - - 199 :022$753 290:15 1$380 415:314$880 364:116$56CI 261:295$450 354:960$200 - TOTAL GERAL 17:568$030 1143:98 1 $3 21 j171:850$37ül426:933$739j5 74:18 1$8 40 j86 7 :9 07$200 jl . 171:525$240 jl.2 9 5:992$189 j1.276:19 0$95011.097:807$267,11 549:475$500 D E S P E Z A Inspectoria Geral, Co ntadoria e Thesouraria . 11:279$314 24:106$6 75 17:42 '">$ 200 41:567$696 54:884$ 220 77:708$510 92:568$840 98:614$450 172:639$430 106:41 8$96 0 114:924$350 Telegra pho, conservacção da linh a . . 1:49 2$638 7:224$947 8:804$870 16:276$240 14:202$990 11:874$9 10 16:9 14$850 '.26:492$660 1 3:346$ 480 10:9 59$500 19: 18 1 $810 Alm oxar ifado . { S erviço Cent ral . . . . 2 :431 $95 4 6:615$ 277 3:727$500 2:014$735 1:200$000 1:200$000 6:284$660 7:508$570 10:766$150 14:616$ 500 12:955$720 : 1 4:508$402 9:906$331 9:992$050 10 :85 1$468 13:968$770 13:63 1$360 13:386$2 1 C 13:796$220 19:43 5$630 20:142$750 18 :881:iiiOOO Trafego. . Serviço de trens . . . 1:502$000 · 3:463$284 7:516$88 0 13:872$278 37:170$500 28:779$650 33:586$460 34:760$720 49:537$360 32:354$120 36:360$670 Serviço das estações . . . . . 7:887$835 18:803$ 234 38:594$226 85:078$190 1 3 4:244$090 136:6 78$790 148:030$080 170,4()2$8) 8 175:765$920 129:507$130 184:951$600 { Serviço Cent ra l . . . . . . . 1:845$ 325 6:731$30 1 6:874$090 6:650$696 13:5 79$5 1 O 8:467S450 3:485$2301 650$190 3:6 1 3$ 120 5:282$940 11 :616$ 930 Locomoção . Serviço da tra cção . . . . . . 6:507$944 28:251$9 28 48:944$630 80:420$1 78 11 3:46 2$140 165 350$950 231:369$880 227:798$600 208:561$180 169 :684$54 0 240;6 19$480 Serviço das offi cínas e deposites. 6:751$9 21 40:305$775 72:648$ 0 55 127:911 $ 11 2 76:097$935 97:074$730 137:599$740 1 44:3 98$800 128:90'.1$ 700 126:926$470 31 7 :5 8 4$81O Sm; ço Centc,. l . . . 1 :8 29S830 5:468$440 3:375$9901 9: 260$074 8:990$400 14:327$880 8:542$9 50 7:032$670 16:220$590 18:9 15$640 17:961 $ 400 Policia da Via Permanente: 161$5 75 541$ 720 146$790 878$0g0 3:093$100 3:89 4$400 488$6 271 228$210 602$ 110 1:073$660 400$280 Via Permanente. Conservação da Linh a . . .18 :403$585 95:896$94 1 174:276$271 419:218$432 314:078$402 536:831$730 543:39 1$550 , . 685:377$230 590:10 0$360 647:223$750 729:111 090 Conservação de edif icios. . • 1 - 2:958$663 7:540$149 1:948$8 18 12:456$680 2'.2:852$640 16:8 29$150 1 23:283$230 47:006$5':>0 47 128$010 56: 628$120 Obras Novas . . . - - - 3:208$834 - 27:225$760 18 1$440: 7;322$720 21:723$880 - 50:149$060 Serviço Comm ercial . . . . . . . . . - - - - - 2:500$000 1:274$840' 717$000 98$000 44:876$-190 74:962$37 0 Conselho de Adm i nistração e Direcção Superior - - - - - - 51:567$840 48:685$300 192:903$61O 79:004$880 94:464$0 10 T O TAL GERAL 64:602$32312 50:274$ 506j39 9:956$80118 18:856$80 l j79 7: 9 28$7571 J.148:398$66-011 .305 :502$340 1.49 7:159$38011.651 :2'i'0$070j1.454:1 1 5$ 34011. 9 78:752$700 D E F I C I'r Defici t total . . . . . . . . . . . . . li 47:034S293l106:293S185 j228:106$43 1 j39 1:923S062l223:746$9 17!280:49 1$4601 133:9 77$1oo 201: l ó7$2001 375:079$1201 35 6:308$0731 429:277$ zoo Extensão em trafego (media durante o an no ) . L8 _l_ 9 2 j 202 L 327 1 402 l 437 J_ - 37 437 1 437 7 . l 437 Baurú, 31 de Deze m bro de 19 16. M . }. Ma chado da Costa l strada de Fe1"'"ro N 01,.oeste do Brazil [IJ ' OUADlxO das receitas e despezas medias cle d e 19 0 6 a t é 18 1 G ·t ·t -· ··------ -. ·- . . - - - - - - - ·· · - - - --- Anno POR K.Dl TRAFEGADO POR TREM K.LM 1 POR VEHICULO K. ., li, ..... .. POR UNIDADE DE TRAFEGO E POR Kl M. X 1 OBS. -· 365$896 2:322$775 4$359 27$672 0$664 4$221 - - 1:180$349 2:720$592 2$053 5$711 0$426 1 1$203 - - 850$744 1 1:979$984 1$707 3$973 0$440 1$020 - - l:305$607 2:504$149 1$998 2$985 0$411 0$614 - - 1:428$313 1:984$897 2$226 3$094 0$393 0$547 - - 1:986$057 2:627$685 2$785 3$685 0$502 0$666 - - 2:680$832 2:989$707 4$035 4$566 0$770 0$860_ 0$068 0$110 -· 365$896 2:322$775 4$359 27$672 0$664 4$221 - - 1:180$349 2:720$592 2$053 5$711 0$426 1 1$203 - - 850$744 1 1:979$984 1$707 3$973 0$440 1$020 - - l:305$607 2:504$149 1$998 2$985 0$411 0$614 - - 1:428$313 1:984$897 2$226 3$094 0$393 0$547 - - 1:986$057 2:627$685 2$785 3$685 0$502 0$666 - - 2:680$832 2:989$707 4$035 4$566 0$770 0$860_ 0$068 0$110 lJ.J ..:: Receita Despeza Rec. Desp. Rec. Desp. • Rec. Desp. - 1906 1907 1908 48 1 1 2 1 1 1' 1 1 1 - 1909 327 i 1910 402 i 1911 437 1 1912 437 1 1913 1 437 1 2:965$657 1 3:42$5994 3$9ó0 4$572 0$602 0$695 0$068 0$079 1914 1 437 1 2:920$345 3:778$650 3$860 4$994 0$592 0$765 0$073 0$095 1915 4371 2:512$144 1 3:327$495 4$063 5$396 0$592 0$644 0$066 0$088 1916 437 1 3:545$710 1 4:528$038 1 4$998 6$383 0$577 0$738 0$061 0$079 -- 1 ----- 1 ··---· . . 1 - 1 1 Baurú, 31 de Dezembro de 1916. 1W. }. Machado da Costa. • ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRAZlL -- - - · - - ·--··- - - - - ·- -·· - MOVIMENTO DE PASSAGEIROS desde 1906 a 1916 Anno : 1 i, N.o m - passagei ro !. Pass age ir os T ransp r t :idos / Passageiros - K ilo metros Percur so medio de um / úJ -= J.a cl. 1 2.a cl. j TOTAL i La cl. 2.a cl. TOTAL I.a cl. i 2.a cl. 1 TOTAL =1 =9 0=6= /*1 ==' 4s ==;== = 9=7= c===.3== 6=76=,=5 =:==j! .3==7 7=,3=5 == 1c 1907 1 92 593 17.746 18.339 41.510 1.135.011 1.176.521 70,0 63,9 64,2 1908 1 292 1.019 18.475 19.464 88.922 1.685.000 1.773.922 45)6 90,7 91,0 1909 327 1.091 23.020,5 24.111,5 99.713 2.313.953 2.413.666 91,3 100,5 100,1 191 O 402 1.840,5 26.292,5 28.133 171.364 2.780.600 2.951.964 93,1 105,7 104,9 J 911 437 I 5.333 46.602 49.935 j 633.114 4.400.085 5.033 199 118,7 98,6 100,7 1912 437 10.051 72.334 82.385 847.554 5.845.267 6.692.821 84.3 80,8 81,2 1913 437 12.463 83.007 95.470 1.392.248 6.898.406 8.290.654 111,7 83,1 8618 191 4 1 437 10.469 . 71.284 81.753 1.264.298 6.343.130 7.607.428 120,7 88,9 93,0 1915 1 437 12.706 78.455 91.161 J.817.648 7.056.853 8.876.501 143,0 89,9 97,3 1016 437 16.805 110.989 l 121,794 _2.540.s29 10.005.744 12.s 46A13_ I 1s1,1 90,1 98,1 1907 1 92 593 17.746 18.339 41.510 1.135.011 1.176.521 70,0 63,9 64,2 1908 1 292 1.019 18.475 19.464 88.922 1.685.000 1.773.922 45)6 90,7 91,0 1909 327 1.091 23.020,5 24.111,5 99.713 2.313.953 2.413.666 91,3 100,5 100,1 191 O 402 1.840,5 26.292,5 28.133 171.364 2.780.600 2.951.964 93,1 105,7 104,9 J 911 437 I 5.333 46.602 49.935 j 633.114 4.400.085 5.033 199 118,7 98,6 100,7 1912 437 10.051 72.334 82.385 847.554 5.845.267 6.692.821 84.3 80,8 81,2 1913 437 12.463 83.007 95.470 1.392.248 6.898.406 8.290.654 111,7 83,1 8618 191 4 1 437 10.469 . 71.284 81.753 1.264.298 6.343.130 7.607.428 120,7 88,9 93,0 1915 1 437 12.706 78.455 91.161 J.817.648 7.056.853 8.876.501 143,0 89,9 97,3 1016 437 16.805 110.989 l 121,794 _2.540.s29 10.005.744 12.s 46A13_ I 1s1,1 90,1 98,1 1 1 = 4. =6=1 0 =1--·== , = ;=7 .4= 4=85= 1 = = =1 1=. =09=- =; =1 1 7, 5 47,4 47,4 °o' Baurú, 31 de Dezembro de 1916. M. }. Machado da Costa. J • E Sr r r A D A OI 1-1-"E l x f x.O N O l-xO E S ' I "'E DO l 3 lx A Z I L ·· -- -- - -- - - - E Sr r r A D A OI 1-1-"E l x f x.O N O l-xO E S ' I "'E DO l 3 lx A Z I L ·· -- -- - -- - - - m Demonstração da RECEITA e DESPEZA do anno de 1916 . Demonstração da RECEITA e DESPEZA do anno de 1916 . ; ; S-Jº S-Jº ss. ss. NIEZES - - ; 1"'" :mde,:r:, :1:, :1,,rn-m"---- p 1 r:_ P_í7 A j laJa n es e Ani ma es e Ani maes e Rendas Di v. - -- · i:o- - --- --- ss oa a e n a T OT A L D EFFIC I T -- . .. - -- - .. - - ---- Jane iro . . . . 36:956$20(1 6:462$340 49:09 1$610 4:868$020 1 97:378 1701 67:114$ 100 45:705$750 112: 819$850 15:441$680 f evereiro . . . 38:622$610 7:974$ 710 56:554$600 5:01 3$160 Mar co . . . . 33:708$840 6:500$110 60:179$850 4:453$870 AbrÚ . . . . . 34:911$920 7:568$250 56:285$1 40 6:794$000 Naio . . . . . 40:173$510 9:156$630 62:961$360 5:634$250 Junh o . . . . . 39:678$460 7:870$480 59:248$3 60 7:253J9l)0 Despezas do Es­ cript. Cen t ral . 108:165$080 66:961 $530 49:241$260 116:202$790 8:037$710 104:842$670 70:025S700 51:638$260 121 :663$960 l 6:821$ 290 104:559$310 68:260$760 57:208$01 O 125:468$770 20:909$460 118 :325$ 750 70:529$450 96:391 $ 790 166:921$ 240 48:595$490 11 4:051$ 290 69:859$950 89:225$780 159:085$730 45:034$44 0 - - 37:795$900 37:795$900 TOJ.ToASLeme str e . - 224:051$5401 55:691$380 8:528$640 89:928$4801 7:440$780 161:589$280 72:029$900 77:806$980 149:836$880 11:752$400 SA LDO 48:411$710 9:351$070 79:607$350 6:362$690 143: 734$820 77:355$830 l 00:581 $ 370 177:937$20J 34:20 2$380 47:142$750 12:344$ 670 90:937$300 ú:340 53190 156:764$910 83:567$100 79:717$610 163:284$71O 6:519$800 63:979$360 13:185$290 72:48 1 55050 7:'373$1 8 0 157:018 $880 87:583$250 73:074$030 160:658$180 3:639$300 49:148$260 11:254$390 69:632$340 6:580$510 136:61:'>$5 l O 04:546$400 120:856$870 215:403$270 78:787$760 45:7-13$070 9:271$650 83:362$200 8.-052-$910 1 146:429$82 0 - 99:533$270 - 115:472$830 - '.215:006$31O 56:668$110 68:576$280 56:668$110 55:691$380 8:528$640 89:928$4801 7:440$780 161:589$280 72:029$900 77:806$980 149:836$880 11:752$400 SA LDO 48:411$710 9:351$070 79:607$350 6:362$690 143: 734$820 77:355$830 l 00:581 $ 370 177:937$20J 34:20 2$380 47:142$750 12:344$ 670 90:937$300 ú:340 53190 156:764$910 83:567$100 79:717$610 163:284$71O 6:519$800 63:979$360 13:185$290 72:48 1 55050 7:'373$1 8 0 157:018 $880 87:583$250 73:074$030 160:658$180 3:639$300 49:148$260 11:254$390 69:632$340 6:580$510 136:61:'>$5 l O 04:546$400 120:856$870 215:403$270 78:787$760 45:7-13$070 9:271$650 83:362$200 8.-052-$910 1 146:429$82 0 - 99:533$270 - 115:472$830 - '.215:006$31O 56:668$110 68:576$280 56:668$110 Julho . . . . . Agosto . Sd emb ro . . . Outubro . . . Novemb ro . . Dezembro . . Despczas do f s- crip. Centra l . 45:932$5201343:320$9201 34:017$2901 647:322$2701412:751$4901389:410$8501 839:958$2401192:635$970l T AJ mcstre . 310:118$540 1 63:935$710148 5:948 $7201 42:150$2601 90? 3! 23015l 4:615$7501567:510$60011.138:793$46,0 236:641$2301 TOH do- n o . . 7 $08_011_09:8 8$23018 2 :2_69 6401 7?:167$55011.549 4 7 5$5001()27:367$240 1956:921$4501_1.97 :752$7 0014 9:277$20,,0= _ =_ _ = Baurú, 31 de Dezem bro de 1916. M . }. Machado da Costa. 62 - Estrada de Ferro Noroeste do Brazil Quadro da distribuição da DESPEZA no anno de 1916 DESIGNAÇÃO TOTAL POR I . M i xtos . TRENS , . . · - - - ·- - ··· - ··-·· 11- - - ···- ··-··-;-- - - - - - - ,·-- - - - , - ··- --- - - -- - i i :--Ju111cro Percur so jj :''u rnero : Percur so jj Numero Percu rso - -· ;,_ -·----··'-:-=-=-..:::--:::----:::-- ..----===--===-·----·-::=-=.:::::...:.-·----- -- - -- 602 130. 1)83 626 1 36. 781 626 1 36.781 Car g:i.s . il 1 .612 199.584 il 1.044 132 693 ::1 1.209 17 3.237 I astrns . "1 568 58.2S9 ,i, 715 ül.121 ·1' 742 83.363 :1 i) TOTAES - 1: 2.802 '388.856 'l 2.385 '.)30.595 1 2.577 393.381 Car g:i.s . il 1 .612 199.584 il 1.044 132 693 ::1 1.209 17 3.237 I astrns . "1 568 58.2S9 ,i, 715 ül.121 ·1' 742 83.363 :1 i) TOTAES - 1: 2.802 '388.856 'l 2.385 '.)30.595 1 2.577 393.381 ·i · 11 - - :1 1 Pela repartição do Trafego, o custo do trem k il ometr o foi <> seg u i nt e : $7-10 !10 armo de 1914 $(175 110 armo de 1915 $7ó7 110 armo de 1916 Vagões E' de grande monta a falta de vagões para os diversos t ra nsportes de nosso tra fego. Isso nos tem comp llido a utilisar vag ões das Estrada s Sorocabana R. Company, Companhia Paulista de Estradas de ferro e Estrada de Ferro de Itapura a Corumbá, sendo que, de cstadiJ, durante o anno de 1916, tivemos que paga r ás dua s primeiras Estradas a quantia de 53:436$280, ha­ vendo, a estadia de nossos vagões naquellas Estradas, rendido unicamente a quantia de 6:972$520. . Este serv iço obedece ao regímen de intercarnbio de mate­ rial rodante adoptado nas f-j; tradas de Ferro que mantee m trafego mu tu o. A falta, porem, de vagões nossos para attender ao serviço cie nosso tra fego não tem permittido que o intercambio seja mais ou men os equitativo. E, assim , entraram para a nossa linha, - 77 - · durante o anno de 1916, 2.229 vagões das estradas estranhas o que repr senta uma. media de sete vagões por dia, sem contar os os Dommgos e dias feriados em que não circulam trens de mercadorias. Estaçõe's fun.ccionam reg larmente vinte .e uas estações e dois postos telegraph1cos, respectivamente em C111c111ato Braaa no kilometro 100 e Biriguy, no kilometro 262, havendo-se feito' a inauguração na estação NOGUEIRA, no kilometro 36, a 13 de Outubro do corrente anno de 1916. A maior parte, porém, das estações, não comporta o mo­ vimento de mercadorias, pela exiguidade notória de seus armazens, especialmente as estações de Jacutinga, Presidente Alves, Toledo Piza, Lauro Müller, Presidente Penna, Albuquerque Lins, Penna­ polis e Araçatuba, cujos armazens carecem de augmento já. lnclue-se nesse caso a estação de Itapura que, annualmente, com as periodicas enchentes do Rio Paraná, que difficulta a sua travessia na Estrada de ferro ltapura á Corumbá, a ponto de paralysar o seu trafego - lucta com sérias difficuldades para o arma zenam ento das mercadorias que ficam ali retidas a espera de transportes da Estrada de ferro de ltapura á Corumbá, não obstante haver a Noroeste do Brazil procurado, em tempo oppor­ tuno, vencer essa anomalia, fazendo construir, no corrente anno, um grande armazern naquella estação. Pessoal O pessoal da repartição do trafego, cornprehende tres secções: serviço central, com 6 empregados; serviço das estações, com 131 empregados; e, serviço dos trens, com 18 empregados - havendo , pois, ao todo, 155 empregados. Nos quadros annexos, sob num ros 5, 6, 7 e 8, encontram-se descriminadas e comparadas nos ultunos tres annos, as d spezas occorridas com o pessoal e material empre ados nos se_rv,1ços e trens, nos serviços das estações e nos serviços da Adm1mstraçao Central. . O pessoal desta repartição tem se esforçado para, na medida de suas forças, dar completa exacção dos s us de er s. Entretanto, faz-se mister notar que a sua remuneraçao, pnncipalmente nas estações da zona palustre, é muito deficiente, o que, té certo ponto, não permitte a admissão de empregados verdadeiramente habilitados para o serviço. 78 - Releva notar ainda a falta de commodos naquellas estações e a falta, quasi completa, de recursos que possam offerecer-lhe a estabili dade prec isa naquella região. As febres pal ustr es, por sua vez, têm atacado o pessoal e não é sem g ra nd es d i ffi cu l dades q ue se o conseg ue para de­ sem penh ar os c:.1rg os naq u ell as estações, sendo forçoso manter sem pre, 11 0 tem po das chu ·as, empr egados de reserva para a su bst i t u ição im mcd ia ta dos q ue adoecem. Linha Telegraphica O depa rtam ent o da linha teleg ra ph ica, CUJOS serviços e des pezas estão d esc rim i nados em um annexo ao presente relatorio, está sob a fi scali záção desta repartiçio. A li n ha teleg ra ph ica que possuimos e que é servida, por do is fios u n icament e, send o um para o telegrapho MORSE e ou tro para o INCiL EZ, não é basta nte para comportar os serviços que temos cm nossa li nh a. A' gra nde q ua nt idade de teleg ra mma s parfr.:ulares, referida em ou t r·a par te deste relatori o, deve mos accrescer o consideravel serviço tcleg ra pli ico da Estr ada propr iamente dito, telegrammas passados por todas as repar tições em g rande numero, e por todas as esta ·<1 es nos serv iços de av isos e licenças de tr ens, etc. Dando- se prefcre ncia aos teleg ra rrnna s de serviço, como de term i na n rrg ulJ m cn to, temos q ue, o serv iço privado soffre com isso ra11dc a trazu , o q ue, possi ve lmente , não offerece ao publi co e ao co111111 e1-cio cm ge ra l as va nta g ens que pod er ía mo s offerece1: si, para isso, t i vcsscmos mais um fi o teleg ra ph ico directo entre ;is estaçôes de Ra urú e Cal mon. Accidentes . / pe n;is u rn acc iden te im po rta nt e, ma s infelizmente de muita gra '1da dc, occnrre u d uran te o ann o. _ Teve logar na ta rde de 3 de Junho de 1916, as 17 horas. quando regressava da tu rma 29, onde fôra levar o pessoal da via per ma nen te que d ur a nt e o d ia se empregara nas immediações da r tação de Pe1111ap ol is no carrega ment o de dormentes, a mil e q u i nhent os metros da turm a, no kil ome tro 228, na entrada de uma cu n ·a, em pleno ca mp o, descarril ou o tender da locomotiva 3, q ue v i nha de recú o., resultand o tombar a locomoti va, que fi cou atravessa da sobre a l111ha . . Neste acci_de n!e, pereceu ?oterrado pela locomotiva, o Mestre de linh a A11 to 111 0 Fernand es, ficando gravemente ferido no braço - 79 - esquerdo o m1chinista Horacio Lima, bem como queimado em diversas partes do corpo, tendo-se felizmente restabelecido e sendo preciso soffrer a amputação do braço. Os demais accidentes foram de pequena importancia, não resultando delles, prejuízos pessoaes ou materiaes. Trafego Mutuo Com a entradá da Noroeste para a Contadoria Central, em ·1º de Maio do corrente anno, mantemos, actualmente, trafego mutuo com as seguintes Estradas de ferro: São Paulo Railway Company Companhia Paulista de Estradas de ferro Companhia Mogyana de Estradas de ferro Sorocabana R. Company São Paulo Northern Railroad Company Companhia Estrada de ferro do Dourado Companhia ferroviaria São Paulo Ooyaz Companhia Campineira de T. L. e força Estrada de ferro Itatibense Estrada de ferro funilense Estrada de ferro São Paulo e Minas Estrada de ferro Melhoramentos de Monte Alto Estrada de ferro de ltapura a Corumbá Eis, p01s, em resumo, o relatorio · desta Repartição. Baurú, 31 de Dezembro de 1916. M. Brandão CH Ef E DO TRAFEGO. RELATORIO DA INSPECTORIA DO TELEGRAPHO ANNO DE 1916 lc==©==J)1 lc==©==Jlc=:@=::JI _ A_extensão total as linhas telegraphicas é de 874 kilometros e das lmhas telephorncas existentes unicamente em Baurú é de 4.500 metros. . As offici as do telegrapho, durante o anno, executaram os seguintes serviços na conservação das linhas e apparelhos: Defeitos corrigidos nos apparelhos Isoladores substituidos. . . . . Postes de madeira substituidos . Postes de trilhos em logar dos de madeira . Arame empregado em amarração e escoras . . . Derrubada de matta que podia damnificar a linha Zincos fundidos . . . . . . . . . Apparelhos concertados e reformados . . . . . lnstallação de um apparelho Morse em Nogueira 42 900 1.308 51 . 2100111 . 45 k m. 1445 19 A titulo de experiencia,. foram installados apparelhos 11 Spag nolett is'1 nas estações de Baurú, Val de Pal­ mas, P.resid. Tibiriçá, Nogueira e Jacutinga. Alem desses serviços e outros para a conservação da rede telegraphica e telephonica, a officina do telegrapho executou ser­ viços de installação e modificação de luz electrica na explanada de Baurú e em carros de passageiros. Atravessando a linha ferrea, em todo o percurso, por um picadão relativamente estreito, a linha telegraphica suspensa em postes de madeira tem soffrido quasi que diariamente interrupções. Para essa anormalidade concorrem ainda as tempestades, derru­ badas de matto pelos particulares e as queimada frequentes, factos esses que se poderiam ·evitar depois de conclmdoo alarga- mento do picadão, já iniciado. Pessoal 1 Inspector 1 Auxiliar . 5 Guarda-fios 4 Trabalhadores - 84 - Pessoal . . , ateria ) . . Despeza media mensal : I..>espczas 14:746$720 4:435$090 Pessoa l !a ter ia] 1:228$893 369$591 Baur t'I, 31 de Dezemb ro de 1916. Ewald Hinke -=----- - - -' -·- Quadro comparativo das unidades transportadas nos ultirnos tres annos e seus productos : DESCRIMINAÇÃO 1 1914 1915 1- 1916 ·- 1 1 Pezo ou Quan.t Producto Pezo ou Quan.t Producto , 1 1 « Trens de Passageiro_s » ' Viajantes em I.a classe 10.469 ' 88:684$030 12.706 ! 125:592$180 16.805 1 193:862$550 Viajantes em 2.a classe • 1 71.284 233:154$740 ! 78.455 ! 254:085$830 110.988 1 340:307$530 Viajantes em I.a classe 10.469 ' 88:684$030 12.706 ! 125:592$180 16.805 1 193:862$550 Viajantes em 2.a classe • 1 71.284 233:154$740 ! 78.455 ! 254:085$830 110.988 1 340:307$530 - 1 Pe,zo ou Quan.t Producto 1 Enc., bagagens, etc. (kilos) . li 552.202 46:723$420 1 675.752 1 62:855$630 1 1.031.086 1 91:014$740 Animaes, por cabeça 2.293 9:404$400 J 3.830 · 13:293$740 1 5.048 18:853$490 Telegrammas (quantidade) 17.632 14:160$260 1 23.010 1 20:298$027 33.609 1 27:953$540 1 (Y) U1 TOTAES . 1 39 2:126$850 1 j 476:125$407 1 671:991$850 = = = = = = = =!=i== = =: = = = 1 1 1 « Trens de M ercadorias » j / / Café . . . Mercadorias. Animaes . Diversos . . 1.529.108 43.043.976 5.235 35:602$01 O 1 3.005.099 51:070$130 1 6.684.182 771:350$090 1 3 2.562.383 1 510:475$060 / 52.738.212 26:022$300 1 1.384 1 19:386$760 1 8.078 22:310$000 - 1 19:486$350 100:70.9$91 O 717:068$380 11:491$350 26:141$470 1 1 - - - - - TOTAES 1 855:284$400 1 1 600:418$300 1 855:411 $11O Quadro demonstrativo da renda, descriminada por estação, nos ultimos 3 annos 19 1-1- 1915 1<)J <> ESTAÇ(>ES _,_;__ _ _,_;__ _ .:,_- .:..: .:,_- .:..: , :.,_·-·-·----- -------_:....--·----------,---------· - -- - --··-- _,; . -- . - ----- -:: --- - - - --- -- - - --·::::-- :.-·-----·--------------- , :.,_·-·-·----- -------_:....--·----------,---------· - -- - --··-- _,; . -- . - ----- -:: --- - - - --- -- - - --·::::-- :.-·-----·--------------- -- -- - - i Pa:-sage i ros 1k rcad ori:is Mcrc:ictorins Baurü l b l :3 l 7S800 i ó1 :) :ü8 7$50 0 1lrJ:130$177 1 -Wb: l1ó9S-WO ! 327:725$330 1 -lSG:788$500 Vai de Pal mas 2:-l CUS320 : 3:T 31::,500 =--i:SL)S$1Sü ; -4:1 77$810 ; ():808$3 1 0: 5:(f)7S270 Pres. Tibiriç:í li 3:00bS550 !, 'J:t)-4())500 '3:J -l3 $S()0 ' J :-l:.FlS070 :· l:·22 1 $080 -UH 2$1 ()0 11 1 Nogueira 11 , --· 1 S3-l$370 · 2:127$190 Jacu tinga /i 21:(J8 2S0ó0 1 1 S:SS-4$300 '. 1 l):593$850 : 1 7:513$ 060 1 :tS:1 70$270 2():039$370 Pres. Alves 1/ l 4:-!-15$350 1 7:81 7$-tOU 1 7:2 51$800 i 17:5 :2-1$81 O j 25:SlJ-iS2üO i 3 1 :()3b$40íl Toledo Piza 11 -l L 257S2ô0 17:8 ()5$800 1 (j:()() l $3 70 1 25:237$7 1 O 23:205 500 l 2C):594$21 O Lauro 1 tt Iler 1 7:-i23$2f)0 'i:7t>()'3 00 Q:970$420 i 10:297$520 11:83ü$0 00 H>:710$ó I O Cinci nat o Braga. !I/ 1 78$ '..WO 2645300 510$020 Pres. Pen na 1 3: 771$730 fJ:9'.27$-lOO 20:797$470 16 :912$400 30:723$760 28:909$720 Alb. Lins . , 8 :'.23 3$1 l O 92:S53$300 ():883$300 7:424$160 21:ül 3$300 29:25()$800 CoIJ He ctor Legrú 1 :óo l $820 1 C.)0$500 1 :-491 $050 729$630 2:680$370 l: 82ü$ó3 0 Miguel Calmon . 1 2:724$050 18:1 ()5$300 1 11:857$660 13:237$830 17:046$240 24:336$790 Pennapol is 28:437$100 28:410$500 i 27:862$750 18 :205'.ii,SoO 3 7:b22$98 0 51:266 $84(') (Jeneral Olvcerio 3:715$8 00 5:268$050 1 5:193$370 1 8:463$300 6:846$300 1 14:956$050 Biriguy. · 378$600 526$35 0 1 :018$820 ' Araçatuba . 59:046$800 5:838$600 62:ü49$ l 30 1 9:743$550 40:919$540 17:208$450 Carrego Azul 562$300 1 2 . 3.0<) 4 • 1.770 , 37.969 Ou111bro 1 7tl3 1 Nove m bro 2 8() 1 1 l. l l>2 l lJ.26{) 1.31 .1 "U 60 : 1.770 l 42.035 De1.e rn h ro 1 .-IU h 11 . 362 l8.S5 2 Ji), 157 3 888 . 851 2.7':_'i() : 1.770 11 41.519 ·- - - -- - -- ·· -· ·------·-·----- -··-·r _ _ _ _ TOTAL 25.124 13(>. 781 176.(>10 37.3 40 19.1 24 : 21.420 416.390 Março 1.827 '. l 1.799 1 1 . 28 3.439 ! l .830 30.180 Abril 1.1ss ! 10.925 10.18' 3.141 1.770 27.174 Ma io 1. Fí5 j 11 . 362 1 2.652 2.70() 1 .860 29.738 Junho t: 2.012 11.7()() 1 2 .2<)) }·?º6 i i 1. 740 31.35 6 Jul ho L h2 . l 1 .1 fi2 17.100 '.l:.J 30 • i 1. 800 1 38.054 Agnsto . 2.C.,• )7 l J .7l)1) l 7.41(1 2 870 ! 3.319 i 1.8601 39,86 1 Setembro . , 1. 52 1 1 1 .362 17.760 2.4 (>2 . 3.0<) 4 • 1.770 , 37.969 Ou111bro 1 7tl3 1 Nove m bro 2 8() 1 1 l. l l>2 l lJ.26{) 1.31 .1 "U 60 : 1.770 l 42.035 De1.e rn h ro 1 .-IU h 11 . 362 l8.S5 2 Ji), 157 3 888 . 851 2.7':_'i() : 1.770 11 41.519 ·- - - -- - -- ·· -· ·------·-·----- -··-·r _ _ _ _ TOTAL 25.124 13(>. 781 176.(>10 37.3 40 19.1 24 : 21.420 416.390 i 3.315 770 ! l .740 30.496 1 11. ()2 2.lJ0 2 [ l. 740 1 37.418 FXI STENCIA [ U TILI SA ÇAO DAS LOCOMOTIVAS Pr 1 c11 rrn em k il nmd ros Num ero ele ' locomo ti va s de ]( )() a :">.000 . . 2 de 5.000 a 1 O.OOU . 4 ck 1n.ooo a 15.000 . 2 de 1 =, 000 a 20.000. l de 211.000 a h .000 . 2 de '.:5.00 0 a 30.000 . 2 de 30.0 00 a 35.000 . 3 çfr 1) .000 a 40.000. 3 Sur cr ior a 40.000 . l - 97 - Os maiores percursos couberam ás locomotivas: Numero 32 que fez o percurso de 11 23 " " li ,, ,, li 41 " li ,, li PERCURSO DE VEHICULOS 40.787 39.699 39.167 foi o seg uint e o perc ur so de carros e vagões durante 0 M EZES il CAR RO S 1 VAGÕES TOTAL Janeiro 11 63.334 1 159.591 222.925 f evereiro 66.386 1 153.019 219.405 Março Abril. 1 i 66.022 67.017 153,539 155.627 219.561 Maio. J unh o li 73.875 1 68.902 242.777 Julh o .· i, 70.330 156.0S3 -'1-')5.383 Ago sto Setem bro Ou t ub ro 'i l 75.253 84.926 209.1 5 6 208.905 284.409 293.831 Novembro. :, ; 72.339 173.151 245.500 Dezemb ro . 73.544 179.129 252.673 Total (1916 ). i1 j 878.618 ,, . 2.104.14 9 2.982.767 M EZES il CAR RO S 1 VAGÕES TOTAL Janeiro 11 63.334 1 159.591 222.925 f evereiro 66.386 1 153.019 219.405 Março Abril. 1 i 66.022 67.017 153,539 155.627 219.561 Maio. J unh o li 73.875 1 68.902 242.777 Julh o .· i, 70.330 156.0S3 -'1-')5.383 Ago sto Setem bro Ou t ub ro 'i l 75.253 84.926 209.1 5 6 208.905 284.409 293.831 Novembro. :, ; 72.339 173.151 245.500 Dezemb ro . 73.544 179.129 252.673 Total (1916 ). i1 j 878.618 ,, . 2.104.14 9 2.982.767 anno de 1916: · 222.64 4 ,1 l 77.478 192 344 269 8?2 li 88 . 114 195: 723 283'.8 37 Anno de 1915 . Differenca de 1915 para 1916 '1,:;-- 7-2-1-.042- - l. 68-1.925 --'--2-.4-02.96-7 ll 157.576 1 422.224 579.800 REPARAÇÃO DE LOCOMOTIVAS Importaram em 136:346$590 as despezas de reparação de loco motivas durante o anno de 1916, conforme descriminação do quadro que se . segue: M EZ ES li P ESSOA L M AT ER I A L TOTAL Janeiro . li 3: 632$700 1:871$290 5:503$990 fevereiro Jtarço 3:716$100 2:491$240 6:207$340 li 4:010$950 2:981$490 6:992$440 Maio 4:228$100 3:422$880 7:650$980 Junho 4:466$000 14:997$510 19:463$510 Julho 4:300$300 10:103$040 14:403$340 Agosto . Setembro Outubro Novembro. Dezembro. 4:436$450 4:827$550 4:952$400 5:198 $300 6:019 $000 9:548$690 3:622$900 13:311$640 11:609$810 4:880$570 13:985$140 8:450$450 18:264$040 16:808$110 10:899$570 -- Maio 4:228$100 3:422$880 7:650$980 Junho 4:466$000 14:997$510 19:463$510 Julho 4:300$300 10:103$040 14:403$340 Agosto . Setembro Outubro Novembro. Dezembro. 4:436$450 4:827$550 4:952$400 5:198 $300 6:019 $000 9:548$690 3:622$900 13:311$640 11:609$810 4:880$570 13:985$140 8:450$450 18:264$040 16:808$110 10:899$570 -- Abril l i 3:762$000 3:955$680 7:717$680 TOTAL. li 53:549$850 1 82:796$740 136:346$590 - 98 - Re fe r i das essas des pezas á unidade de trabalho, locomotiva­ kilometro, o custo da reparação foi de $32.7 D uarn te o anno soffreram rep aração geral 12 locomotivas, das quaes 2 feitas pela Comp. Paulista e 4 pela Comp . Mogyana. As outr;is locomoti vas soffr eram reparações leves. CARROS E VAGÕES 1m p ortara m as despezas com conservação e reparaçã o de Carros e Vagões d urant e o anno de 191 6, em 99.538$000, con­ forme quadro abaixo descrim i nad o : , E Z f· S rl: SSOA I. MA TER I A i. TOT AL Ja neiro . 11 2:295S350 2:967$440 f·everei ro ! 2:584$400 1:645$420 Março ' 2:637S050 1:S66$520 Abril 2:649$100 3:974$120 5:262$790 4:229$820 4:503$570 6:623$220 Ma io 1li 2:87QS300 2:833$720 5:713$020 I I J unh o 'I 2:470SOOO 3: 074$980 Julho j. 2:51S$750 2:533$140 Agosto . 1 3:513$ 100 6:1 ()6$51 O Setembr o 3:682$550 5:282$530 Outubro 4:373S300 14:6 14$880 Novembro 3:890S600 j 7:143S 100 Deze mb ro . 4:887$500 l :0 ! _$640 TOTAL. 1 38 :381SOOO 61:157$000 5:544$980 5:051 $890 9:709$610 8:965$080 18 :988$ 18 0 11:033$700 13:912S I 40 99:538$000 A un idade de trabalho por 1000 vagõ es-kil ometro importa em 33$371. REPARAÇÕES DE CARROS E VAdÕES DF.SCRI MIN AÇÀO '. Grandes Medias Leves TOTAL 1,, 1,, Carros r 10 8 4 22 Vagões :i1- 12 15 18 45 1 1 ! ! Total 1: 22 I· 23 22 67 - 99 DESPEZAS OERAES QAS OFFICINAS As despezas geraes das officinas, que comprehendem, con­ servação, installações, machina fixa, etc., montaram durante o anno de 1916 em 5Q:570$220, conforme· descriminação do quadro abaixo: M E Z E S li PESSOAL MATERJAL 1 TOTAL Janeiro . f evereiro Março Abril Maio Junho Julho. Agosto . Setembro Outubro Novembro. Dezembro. TOTAL . 618$550 976$100 880$700 861 $200 956$150 838$350 707$450 951$700 1:251$000 1:296$700 1:938$050 1:478$200 764$420 3:457$430 1:193$240 1:560$210 4:196$450 1:793$110 1:127$ 610 1:211$750 6:551$230 2:831$370 13:360$500 4:768$750 1:382$970 4:443$530 2:003$940 2:421$410 5:152$600 2:631$460 1:835$060 2:163$450 7:802$230 4:128$070 15:298$550 6:246$950 12:754$150 42:816$070 55:570$220 , . · Al. O AR .IFÀD Ô . 'I A PE.RMAN ENTE · Tf{ AFEG O · D.l ..l:l SOS 1 · TÚT.L Janeiro. . l :6()2$200; l:S2JS7SO -l20$1 no 6 5$ 440 S2S75o : 43$570 2üS7s oJ ()$540 2:1 ()1S80!) 2:S32$330 Janeiro. . l :6()2$200; l:S2JS7SO -l20$1 no 6 5$ 440 S2S75o : 43$570 2üS7s oJ ()$540 2:1 ()1S80!) 2:S32$330 , 't Z _fS. . Í• o I ; Ma te r i a l Pe<;s oal _ .latcri I _.-. l' ; -t J-_ ;'1; teri I_- , ;:-,--;;- , -, llitt i:i: J 1 .•,, o.li L , l.1 1l'1i al - -- ·- - - - ·- - _ T_ - ··-·- -- - --- _. - ·- 1 - - · - ·· -- - - · .....·- ------r-=-·....... - --- -···- - ---- - - ----·-· - -- -.···- . ---= ·= Feve reiro . l: 289S350 I 1 :CJ28S7()0 -l20$05ü'. 421 $3()0 33$ 50 42$31 O 55 S250 J 3b$700 1:798$200 2:42C)$ l tio Março . . 1 :207$400 1 2:62bSCJ30 4025150 : 1 :51 bS-L20 88$800 1 308$040 - 1 - 1 :t19SS400 4:451$JCJO Abril . . 1:2()1$ 75,0 2 :325$1 50 168 S20 01 1 :050$-130 9S-rno: 3$550 3S7sol - 1:-l73$1oo 3:37()$330 1 1 Maio . . 1:131$4001 2:321$-130 1855900 2:3()--15380 l 4 200: 44$800 55$950: 7:38(10 1:387$-lSO -l:7b8 -l 70 Junho . . 1:1 ()J $ 350 i 3 : 2bOS150 292$7501 497$540 13 $ 150 i 18 $00 0 - il - l :4()7i250 3:775$()()0 Julho . . l: 94$ 750! 1:521$15 0 45Q$500 ! 8-lOS900 73$()00 ! 00$300 23$250 44$970 1:8')1 $ 10 0 2:4é>7$-i 1 O o Agosto. . 1:100$950 1 2 :559$270 369$0.50 : 1:138$240 7SS2SO: 93$870 10 $8 00 208$860 1 :()4<)$050 4:000$2-W o Setembro . 1:368$350 1:367$490 186 $ 850 ! 721:S 180 176$2501 164$ 750 131$350 172$880 1:862$800 2:42()$300 Outubro . 1:327$250 939S600 2Q9$00 0 i l: 58 l)$ 140 7b5900 j 22$630 127 $050 ! 258$430 1:830$200 2:80C)S800 Novembro 1:893$300 1:309$700 682$400 i 1:604$320 18 $ 450 '. 6$4 70 503$500 6441003:097$650 3:564$590 Dezembro 2:037$500 3:729$450 1:1 53$ 750 ; 3: 13 2$ 350 14 1 $850 ! 207$730 480$ 200! 138$230 4:413$300 7:207$760 TOTAL 16 :915 S550 ? 5:7 l 3$060,5:63Q$700 1 5:Sb 1$73,0 777$200 / l :O16 $ 11O I :41 7$85011 :521$570124:750$300143:812$470 Durante o anno de 1916 foram executados serviços nas officinas de Baurú, para outras repartições e para extranhos na importancia de ( pessoal e material) 68:562$770, descriminados pelas diversas repartições conforme o quadro acima. · - 101 - DESPEZAS TOT AES DA TRACÇÃO As despezas totaes da Tracção durante o anno de 1916 su­ biram a 240:619$480, conforme o quadro que se segue: i i Meze s ! Pessoal Material Total Janeiro. . fevereiro. Ivarço . Abril 7:350$200 8:544$140 15:894$340 I J 7:053$530 9:653$570 16:707$100 7:521$500 11:099 $61O 18:621$110 ! ! 1 7:060$550 11:536$18 0 18:596$730 Maio i 7:123$000 11:962$600 19:085$600 Junho . 7:190$000 11:195$640 18:385$640 Julho 1 7:701$400 12:139$330 19:840$730 1 1 Agosto 1 Setembro. 8: 442$780 16:871$51O 25:314$290 8:217$700 12:084$670 20:301$370 i i 1 1 Outubro . 8:332$200 13:218$690 21:550$890 No vembro i1 9:037$500 13:383$890 22:421$390 Dezembro 1 9:277$900 14:172$390 23:900$290 TOTAL ' 1 94:758 $260 1145:861$220 240:619$480 Differença de 1915 para 1916: -- li Pessoal - Material Total Anno de 1916. . li 9 4:758$260 145:861$220 92:586$180 240:619$480 169:684$540 Anno de 1915. Differença 77:098$360 17:659$900 53:275$040 70:934$940 FUNDIÇÃO DE FERRO E BRONZE foram entreaues ao Almoxarifado para serem utilisados nos diversos serviços da Locomoção e outra repartições 30.710 ki.los de ferro fundido moldado e 13.326 kilos de . bronze fundido moldado. foram empregados durante o anno de 1916, 34.606,75 - 102 -- k i los de ·f erro fundido moldado na importancia de 11:867$_070 e O.Ql 2,S kilos de bron ze fundido moldado na importanc1a de 1 ü:762$740 nos d i ver sos sen·iços da Locomoção e outras repar­ tições, conforme o quadro seg u i nt e : - ---== = = ,...,.....,,.,= = = = = ·-·= - - - · -· Descri rn i naç iio l'TRRO ft::-.:OIDO BROl': 7- E F U N DID O - - --------- ··--- -- - -·- --· - -- -- ---- ·- - - - - 1s: í los l mp 0rt a,n 1:1 l 2:°u0-).J7i ?0 1.313,5 2:245$510 ,, vagões . . :i 3.928 1 :2()8$860 Serv iços d i ve rsos .:i 4.7()C),95 · 1:b02$880 I - - ·· ----- - - - - -· 1 1.265 3.004,5 : 2:280$450 4:766$41O ·- - - - Total . . 'i 3 -L606J 4 . 11:867$0 70 il 9 .91 2,5; 16:762$740 Preços med ios de fundição foram : Ferro Fundido em obras Rronze Fundido em obras kilo li $342,9 1$691 CONSU 1 0 TOTAL MENSAL DE COMBUSTIVEL, LUBRIFICANTE E ESTOPA r ora m gas tos durante o ar1110 de 1916, 35.2 76 111 3 de lcnlia 11a i mp orta nc ia de 1 09:573Sn70, 26.860 litros de oleo na imp ortanc ia de 23:020$320 e 4.651 kilos de estopa na imp ort;111 cia de ..t:789$0SO conforme o quadro que se seg ue : .. - - ... - - - · U .NH A OL FOS ESTOPA Mc1.cs - - .. -·- - .. - -- - ----- -- ·- --- · · -· --· --- -- - - - - - - --- 1 - - - - - - --- 1 -- - -·- M . 1 -- -- -- l mpor t ancia - - - l. í tro s ! 111p o1 ta11cía Kilos I mp ortancia Jan eiro. , , 2.168 ; 7:11 JS040 1 .3i'J6 1 :094$700 o 1 230 i 288$60 =r evcrc iro . ·I 2.341 i 7:53S$020 2.123 l:747$350 300 : 246$00o Março . .1 2.71 4 : 8:828$7 ] O 2.113 l :759$520 322 i 2J3$06o 1 1 Abri l ., 1 1 1 1 1 1 1 2.QOO i 9 :51 2$000 1.87() 1:606$580 318 283$02o i ai o -1 2.8()3 i CJ:6 03 S260 2.437 1:780$750 359 : 337$52o 1 1 Junh o 1 2.90 ] 8:8 16 $ 290 2.0Q3 1:744$870 390 ! 408$65o 1 1 Julho ::.1 3.170: ():350$550 2.4 l l 2:026$440 430 ' 451$60o 3.24() . 8 :11 5$730 2.53 6 2.7()7 8:901S2 0 2.572 3.-t 1 7 10:592$200 2.216 3.335 I0 :308S480 2.481 3.426 10.80 6$ 140 ·- - 1 - -- - - - - - - 2.643 3.24() . 8 :11 5$730 2.53 6 2.7()7 8:901S2 0 2.572 3.-t 1 7 10:592$200 2.216 3.335 I0 :308S480 2.481 3.426 10.80 6$ 140 ·- - 1 - -- - - - - - - 2.643 Agosto ·1 1 2:135 $740 4-o9'3) . 517$95o Set. . : 2:167S290 '.) 627$50o 1 1 Out. ·1 : 1:885$000 402: 502$40o Nov. 1 Dez. 2:468$070 431 431$00o 1 1 ! 2:613$01 O 474 ! 459$78o !: ' l Total ,! -3)-.? '6 1 OQ:5 73$670 1 1 1 1 1 26.860: 23:029$320 1 4.651 j 4:789$08o Consumo mensal de Lubrificantes e Estopa ( Locomotiva s e Vehiculos) MEZES OLEOS ESTOPA OLEOS MEZES OLEOS ESTOPA OLEOS _/ ESTOPA _/ ESTOPA L O C O M O T I V A S V J..:; r- I I C C LOS -i-;- Litros : I m port --- - l(ilo s 1 / mport _nc-i- - -i-;- Litros : I m port --- - l(ilo s 1 / mport _nc-i- - Jane i ro _ _ ___ _ _ _ ___ _ Lit ros i I mpor ;t; i-;:- - L l p Lit ros i I mpor ;t; i-;:- - L l p -- !i - 8 836-- 1 66 7-$5--;;--- 172 . 41$' 0401 5 -I 0 1i 427$500 1 53 47$'ii:")60 feve reiro 1:170 1 1:032$600 170 139$400 953 : 71 4 $750 130 100$600 Narço ' 1.181 · 1:051$200 182 i 132$810 932 i 708$320 140 1 1 0 2$200 ! ! Ab ril , 1.04 7 1 9 90 $900 155 1 137$950 832 1 6 15$680 163 145$070 ...... o 1 1 Naio 1.14 2 1 l:053$000 1 157 1 147$640 1.025 1 727$750 202 1 189$880 w J un ho 1.124 . l :037$500 190 1 198$650 959 1 707$370 200 1 210$000 1 1 J ulho '• 1.368 1;365$050 208 218$500 1.043 1 761$390 222 1 233$100 Agosto . 11 1.469 l:356$630 222 233$400 1.06 7 / 778$91 0 1 271 1 284$550 1 1 Setemb ro , , 1.519 1:398$600 226 282$500 1:053 1 768$690 276 1 1 345$000 1 1 1 Outu bro 1.4 36 1 1:315$600 212 265$000 780 t 569$400 190 237$400 1 1 1 1 Novembro 1 1.518 1:582$110 208 208$000 963 1 885$960 223 1 223$000 1 1 Dezembr o . 1.486 l:548$507 •! 1 209 202$730 1 1.1571 J:064$440 265 247$050 Total 15.296l J 4:229$160 · 2.311 1 2:307$620 f 11.344 1 8:730$160 2:340 1 2:381$410 1 1 1 1 1 I I I - 10-1 - 0,08-t valor $263 0,036 $034 0,005 ,, $005 0,08-t valor $263 0,036 $034 0,005 ,, $005 Consumo medio de combu stivel , lubrificantes e estopa por Loc omotiv a - kilometro : Locomotí, ·as - k il omet ro, combust í ve l metros lubrificantes litros estop:1 k i los C onsu mo medio de lubrificantes e estopa por l .000 ve­ h icu los- l<.1111 : 1 .000 n:li icu los - kilometros, lubrificantes l i tros 3,803 estopa kil os O,78-+ , ·alor 2$927 valor $798 Consumo TOTAL vehicu los - kilometro foi de 3,725 ou por ve h iculo - kilometrn 0,003. AS DfSPEZAS TOTAES DA LOCOMOÇÃO ( excepto Tracção) DURANTE O ANNO DE 1916 MONTARAM EM 3 9:201 $7-W de accordo com o quadro que se segue: M[ Zf.S I•'! PESSO AL MATERIAi. TOTAL -- - 1, = = = ===i= = = = = :;=== = = = Jane iro. f everein) . 11 7:786$600 1 5:772$840 1 13:559$440 8:516$600 7:760$650, 16: 277$250 Março . Abril Maio Junh o 1 _:: 1 8:768$700 , 6:189$310 · 14:958$010 8:512$300 9:953$470 J 8:465$770 9:303$550 · 10:522$460 19 :826$010 Q:O14 $350 20:029$420 29:043$ 770 J u l ho Agosto. i 8:766$500 1 4:252$29 0 23:o-t 8 S790 , i 10:191 $ 250 37:031 $ 780 47:223$030 Setembro . Outubro Nove mb ro Dezemb ro Total li: 11:061$ 1 oo 15:519S900 i 26:581 $000 li 11:922S400 30:081$060 1 42:003$460 I, l 2:62{)$Q5 0. 32:210$630 1 44:837$580 1 3: 994S700 : 19:4 J 2$930 j 33:407$630 -·-· --- ·----- -- -------- -- ---- - -- -- - - - - - - - - - · 1 20:465$000 208:736$740 1 329:201$740 • 1 Differcnç ;i 1 Q 1 S e 1 O 16 : ANNO de IQlti . ANNO de 1915 . Difíerença 1 120:465$000 1 208:736$740-r; 29:201$ 740 76:625$490 ; 55 :583$9 20 i l 32:209S410 ; - --- - : li 43:839$510 153:152$82 0 j 196:992$330 B AUR l ; ' M . CALMON I ARAÇ. - T U B A T OT A L MEZES · 1 1 Teleg. Palavr as T ele g . Palavras T eleg. Palavras T eleg. Palav ras 1 1 1 1 1 1 Janeiro . 159 3.834 1 72 1.960 60 1.1 50 291 6.944 f evereiro 192 4.400 87 2.415 31 713 31 0 7.528 Março 173 4.229 63 1.68 6 82 1. 874 31 8 7.780 Abril. 155 3.624 74 . 2.015 105 1.951 334 7.590 1 Maio . 152 3.838 74 2.018 95 2.733 321 7.589 Junho 178 4.194 79 2.308 88 1. 229 345 7.731 ....... o Julho. 222 5.503 70 1.920 508 2.176 Agosto 226 4.846 86 2.448 129 2.873 1 . 400 95 99 U l 44 1 10.167 1 Setembro 172 3 290 103 2.822 88 1.887 363 1 1 1 7.999 Outubro. 163 4.072 Novemb ro . 145 3.941 1 9 0 3. 0 8 5 87 1.975 340 9.132 77 2.262 68 1.612 290 7.815 Dezeml?ro . 151 3.394 71 1.994 1 1 6 7 11 1 1 1.715 289 7.103 TOTAL 2:088 49.165 94 6 26.933 1.008 20.SS8 4.042 96 986 1 1 1 1 1 1 1 1 Especificação das Locomotivas existentes em 31 de Dezembro de 1916 . . ' l ·: 1 " CALDEIR A "tl "tl P ISTl > LS RO O A 5 MO T li lZ f:S RO DA S OE AP v lO ;, . i:. i 1 9 i · ·1 -- .. d :·fa:; í:-.-:-· [i ·· -- : J'YPO ,.:B!-: ;; - · - e 1 .§ E _; É É :.., 2 OIISl: RV A,: ÓES !: i ..,tJ < =- .., . 3 ' . t ' l l E-.5,, =:- .E. ,. ' zi , ,.1, J ·= ; u -. '3 " o 2 .:::l : z ==========r= .::;:= = = = = ;:=:= ==;= = = = r: '-' ' '.3 : 620001 3 2000 1 28500 il 1 7 7,00, 8 2,000i 2,lJO1 150; 5001 -106 ! 0 1 1,0 i2 1 . 1 1 . 1 0, 70 ; Belga ººººº ººº ' 1 ' 1 J 19500 ! 1 1500 10200 1 1 7 3,0 2 ; 26,97 2,49 1 üO: -!06 235 ! 4 1 1 1 1 00 1 0 ,820 i i Baldwin o o - - (h lados U nicios) o õõõõ 0 0 00 ºººº 000 Cl 1 -16000. 26000 20000 l 7 (l,Ü-1 ; 60,38 1 1 ! 1 : -1sooo 25000 22200 1 7 1 :::i -1,60 1 3s,s-1 1 r :E 3,10 150 ;,i ss 350 ü o,900 1 2,05 160 i -luü 320 6 0,990 1 1 l ,< z z CfJ O i -lüO 1 3 00 f1, 0 ,965 a. Baldwin X ( Estado s U nido s) õõoõ"Ü ooo o 2 64500 ,, 39500 340GO 1 7 u lJ,20 89,3 7 3,21 1 1601 55() 1 432 1 6 ! 1 ,120 2 0,66 u...J Baldwln (h tados U n ido s) õõõõ0 Ü0 ° o 2 5490,0 29900 25400 ! 1 7 o 7,78 1 ' 2,86 l üü -157 j ':;?1 6 1 1 ,0 67 2 2,86 l üü -157 j ':;?1 6 1 1 ,0 67 2 83,6() 1 o7' 0 1 uC..f.JJ Raldwin (h tados U nid os) õõoõ O OO º o b õcõõ OCX)OO o&. S6000 30000 l 255001 3 0-1500 1 39500 ! 3 -1500 : 1 7 a. 7,-10 76,·1 l ' 10,3') 1::2, 1-1 1 3,0 4 160 55() 1 :38 1 6 1,0()7 1 2 3,6a 1 16 0 508 432 s , 1 ,0 ()7 2 : 0 ,70 ê: 1 1 o 711 CfJ Baldwln (l:stado s Unidos) Baldwln ( fa lados Unid os) õõõcOOO 0 0 o 2 633001 363 00 '1 29000 i L7 :l 44000 1240 00 1 19000 1 / 8,20 6,51 67,18 56,82 1 3,60 160 508 406 6 i 1,1 -13 4 1 2,75 1-10 457 356 6 1 ,02s 4 ! 1 0,61 0,(16 1 Baldwln (F stados U nido s) Sharp Ste wa rt· ( 1 ng la tcr ra ) (Alu ad,n da Mog yana) Especificações dos carros e vagões existentes em 31 de Dezembro de 1916 Lotação de cada Peso morto NUMER,OS Descriminação Procedencia Serie de cada - - -- - - - - - - vehiculo vel11·c11lo Em serv,·ço / repaErmação II; TOta I OBSERVAÇÕES • Carros especiaes . . . Brazil I 16 170 3 1 - 3 Directoria e inspecção linha ,, . ,, 3 11 li 11 l .a Classe 36 Lugares 10.450 1 li li Brazil l.a Classe 36 Lugares 8.400 3 li E. Unidos 2.a Classe 60 Lugares 12.650 4 3 11 li 11 l .a Classe 36 Lugares 10.450 1 li li Brazil l.a Classe 36 Lugares 8.400 3 li E. Unidos 2.a Classe 60 Lugares 12.650 4 Carros de passageiros . Belgica li l .a Classe 10.450 1 1 39 Lug ares 15.000 - 1 Pagador 1 4 2 com 36 e 2 e/ 39 lugares - - - l J J 1 5 o ,", ,, Belgica Brazil 2.a Classe 2.a Classe - 80 Luga res 14.610 3 1 48 Lugares 8.000 3 - C) Novos 4 -J 3 Novos Carro mixto . . . . Carro Bagagem - Correio Carro Bagagem -Animaes . . Vagões para animaes . . . . Vagões fechados (mercadorias). Vagões fechados (mercadorias,. Vagões fechados (mercadorias) . Belgica li Brazil Belgica li li Brazil Mixto o e C.D. M 42 Lugares l 0.600 - I I 5.000 9.400 2 2 4 15.000 10.400 - - 2 12.000 9.700 4 - 4 12.000 7.990 28 2 30 20.000 10.550 11 1 12 - - J J 20.000 12.230 7 20 27 Em construcção 20 em construcção Vagões fechados (mercadorias). li M 25.000 12.800 3 0 Novos Gondolas . . . . . . . . Belgica O. R. - 12. 000, 8 .730 17 3 20 TOTAL . 127 -- 1 os - DESPEZAS TOT ; f S DA LOCO.OÇÃO .,,1 / l - 1·1: ::i --n , 1 , A 1 1 RIL TOT !. --· ----- - ----_-.:::-_. - ··-- --- - - - - -··· J an ei ro 1 1 : l 3()5800 1-V3 1 6SC)Síl 29:-+53S780 r:cvcrc i rri 1 S::-)705 JJO l 7:-l 1 -lS220 32:GS4S350 . a J ' O 1 íJ:2CJílS2 00 17:288$920 33:57()5120 , br i l. 1 1 :1 72SS) íl 2 1 :-lSCJS6SO 3 7:062SS OO ,1 i1 ), 1 ():- 2()3310 22:-l81S06 íl 38:911$610 J1111l1u HJ:2íl-lS31íl 3 1 :22SS0o0 -+ 7A29S--11 O J u li1 n l (J:-HJ7:3()0( ) 26:JC),1 620 42:850S520 l t_((h ( () 1 S:fd -1SOJO :-)3:CJOJS200 72:537$320 ; m·c111 hn i 2 1 :()(J-lS-F> íl -l 5:3CJ-lSS20 67:25SS970 r )c; cmhro . 2'3:722$()()() 33:1 S1S320 S7:307S920 T o t a l 1 () 1 f > . 21 5 :2:n S2U l 35-+:597$060 569:321 S22 .- 1111( l 1 () l 1 15 1: 723S810 1 -iS:1 70$ 1 00 301:8t)3SOSO I >i fi crc 11 ç 1 de 1()11 p;ira 1 () ' (J h l :-l ()O: -ll O 20():-l 27SSüO r -) ()7·.()2- f " '-J I () ; m·c111 hn i 2 1 :()(J-lS-F> íl -l 5:3CJ-lSS20 67:25SS970 r )c; cmhro . 2'3:722$()()() 33:1 S1S320 S7:307S920 T o t a l 1 () 1 f > . 21 5 :2:n S2U l 35-+:597$060 569:321 S22 .- 1111( l 1 () l 1 15 1: 723S810 1 -iS:1 70$ 1 00 301:8t)3SOSO I >i fi crc 11 ç 1 de 1()11 p;ira 1 () ' (J h l :-l ()O: -ll O 20():-l 27SSüO r -) ()7·.()2- f " '-J I () Setem bro 1 u t u hrn :!0:21-lShíl() ,-+'))·. _7().()$--/'J o b3:554S350 [)LSl'I./A l >: 1.(-)C- (). , O C; Í O S L BD l ' IDJOAS l) I T , S l >I T l SJS TRHAS I ' 1 " :--( 1, 1 , 1, 1 Ff 1.1 l'( i-1 , l. ;• Adm íní;,,,traç .10 . S:11:lrio de mestres; e - - - ·- - < ui-)nsooo 1 -.----- -.-.-----·--- 1 : 11tr a- 111cstrr s Í l : t ' 3()$()() 0 ü:13 0Sílíl0 Dc"l)C / h, . crJc o t b . l 2:7·1 4S-1 )n ..i 2:8 I 6Síl70 55:S70S220 Crn1d1-1 ç.1o e k t ren s 1 S220 2-lO:ó t 9S480 l" cp . tk l ( ic<1moii, ac, .. c.11-rns . . /• ", l g. t )(' :-,. . J u 111c 11to d e 111.1tcr i.1I n1d:111tc . . '3:1 -1 () 01() 82:7<)C1S040 I 3ü:346S590 2 t 02, S(>ílíl · O: íl()S 880 63:8 34S48 0 1 ·í T º)·t 3-l Oíl 20:JSOS 1 20 :35:7íl3Sô20 2íl:OUOS00 íl 20:ooosono --- 1 - --·------ --- Tl ac d:1 l uc0 111oç.10 cm l()l(i, ref eridas a u 111- dad l' de t r ;1h.1 !110, d:io 11 scg11i11tc resu ltad o : ,1'. >1 trem - kílomclro . i>or 'l' hir ulo -- 1, il ome tro 1 S368 S191 - 109 O numero de empregados durante o anno de 1916, em serviço da Locomoção foi o seg{1inte: Administração Tracção Officinas . Bo mbe i ros. Total 2 61. 1J9 10 1- 1 92 CONCLUSÃO O custo demasiado de quasi todos os serviços feitos na Lo comoção, como por exemplo: Reparação de Locomotivas- que sah iu a $327 por locomotiva- kilometro, vem mais uma vez cor­ roborar a falta com que lutamos de machinismos aperfeiçoados e em quantidade sufficiente para podermos attender a tempo os serviços affectos a esta repartição. Na secção mechanica é que se nota a maior difficuldade porque os machinismos que possuímos são antiquíssimos e por­ tanto, de rendimento quasi nullo. Na secção de madeira, que era a mais desapparelhada de todas, tem , actua lmente todos os machinismos necessarios, porém, todos áinda por montar. Na secção de ferraria, fundição, carpintaria, etc., tambem se nota a falta absoluta de espaço. . Na Tracção os depositas de IV. Calmon, Araçatuba e Baurú, são insufficientes para o movimento de locomotivas, ficando sem­ pre uma ou duas locomotivas expostas ao tempo. Em nenhum ' desses depositos possuímos abrigos para carros, ficando os mes­ mos durante o anno inteiro expostos ao tempo. Torna-se neces­ 1 1 sario, pois a construcção ele depositos maiores par loc :nnotiv as e carros em Baurú, M. Calmon e Araçatuba e mais dois novos, em Itapura e Cincinato Braga. W. Sch,nidt. - 110 Demonstração dos diagrammas da Locomoção 1- Despezas totaes da Locomoção por trem-kilometro e por vehiculo-kilometro. 11 - · Comparação das despezas totaes da Locomoção com o percurso das locomotivas e vehiculos. Ili - Despezas subdivididas nas diversas verbas. - Despezas da Locomoção. - Despezas da Tracção. --· Despezas das Officinas. - Despezas de carros e vagões. VJII - Reparação de locomotivas. - Serviços executados para o Almoxarifado, Via Permanente, Trafego e diversos. - Despezas de lubrificantes. - Despezas de estopa. . - Despezas de combustivel. X II I - Despeza e consumo de estopa para as locomotivas e consumo por locomotiva-kilometro. XIV Despeza e consumo de lubrificante para locomotiva e consumo medio por locomotiva-kilometro. XV - Despezas de lubrificante para vehiculos e por 1000 vehi­ culos-kílometro. .. . XVI - Despczas de estopa para vehiculos e por 1000 vehiculos­ kilometro. - Percurso de locomotivas. - Percurso de vehiculos. -- Telegrammas da Locomoção. .. (J) ,Oa,, t .Uow, o " " ---- .:j. l ' .,, 1 1 . "l 1 lo e .-....:... i i Cl'i c:i ,V- (;:) <:)' ;'.- ' C) C) ·, - - - - <:) °") ' Q;:) ""'I '- . ' "" "" '' , , , , ' 'a. ':',:! .(.)... j J" 1 j - - - - - 'C'. Ja n e i r o . .lj : ,f .f.J.J J'o S'S /' ,L I JO!r5'0 _v, c..o :0.,.1/1o: f1 , () ; : 6So ._9J o -----r--- - 2,./c; /J!J - - -- - 21.2111 Julho ..,;': .. -- - ·- - - , · /,,. , : ·r ct ./ f/ :'l -29 lpo 1 !J :l/ 6 J. Sto us. 3,13 Y,/ú 9 :,() ,.., ,'.f.;;r; i, / (: ó // '.--' :) ; : , ( Y J / / ,.....,. '.--' :) ; : , ( Y J / / ,.....,. - - - - - - !3:.9!S. / o --- - - - - - /6 . 8 0 8- 1/0 /6 . 8 0 8- 1/0 ----- •. ,, .i f ! ?n · l'fú /O !?37) ,L SJ"' .J")',flo (]) 'lo-taf:: 569: 821t 20 ; C¼', ;10 { '!..oco 11o1, /'v1,' s,1 _ai _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 12. O: !J-6 S # o O O 2.08: 73 6 # 7 0 31 9 : !lo1 $ 7JfO ' ' <::) " cS ") ' ' "C' ' "" ' "" :::t- e,; <) "C) ""() 0 ,º Q ""() 0 ,º Q e, + e, + i,..., ._,, i,..., ._,, .... la .... la "' "" '-, <> "1- <> "1- .-, '- .-, '- "tl e_ e ; ,..., Ç' Ç' ..,,._ °..."_ ...,, ...,, .. .. - "" S=::.. "'' S=::.. "'' "' '-) ' "" "" ' <· :., ".'> '• ,,., ....... <;:, "<::) '.":.".: i I;:) :) ! ! ,1.._ ...S..) () () <:) C) "l "l "- ' <:) § () "..', :::t ;:t , i.:::; - - e::, o o ..., ., <:, °"'"") 6 <> o <":,' :::::. "'<'> "e.'; i "' (N 1 1 <-; ô;: ""' ""' ' <) - o; ' <) - o; .... .... 'O " 'O " '- 'O( ,, ...;_ ,;;. ,- "v ' <> <> I::> ' ' <) ,;:,I <:> ':> ½ - 1 <:> .o.,, I::> .,.1 r,. , lo 'v o a · " ';, e o C> <-.,> ...,.; 1....., . ! ::: .'<.:,> e,, 'o "' - .;:,,-... e, "CQ'º'> , .:i,.. 1 ./ ._.. e, ... .., ·:- :' • '-r- ,-.., e< "'.• . ") ,".,... ' ..., - - "' ' 'O • ..., "' - ti " C) ,,6" ' 1-· ·· # J ,..:, <;:) >-""-. <.ir, o . ,."_' '' I;::, . ::s . . " "-' "' 'e, ,' i; li) t- t- <.. (: e:) {., i -.--.-.... .C..) Q ... f 1 1 ! ! i 55: 5Jo} 2.20 ---- Á 2 :7s 1+ 11,0 lf }.,: 8 I 6 $ O J o 55 : s7o f zto <:> _. _,,. . .............. 1 "'. "'. ,"' ,..., " e, <..:>.. ' , : C) i ai -'tt.a 3 / : 3 8 I f ooo 61-: 1s1# ooo .9.9 : S 3 8 # o o o _(P Á- _1 • 1 0 C)-0, 11000 ,. -KNll'"'--- l 33. 1' -1 C4M- -= :;,rI.., (•a o - "' "') rv ....; ..., ..., ';:,. "'l "'-i it:._; C') "' "' " -> () ' .".'....._e"::), ""C) {) {) fa <:) '..... ,N, ....,.°' , ""1 X) C'i ... """' """' ..... , · ..." ' ") ... 'ó ") "I:, oO 't "<,':):>._') , • "'} pt ·'>- <::> ! 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':) 1...-... e;) 1:) Ir) ) !; " i .... 1.... '½ C) lu ...i - ::1 t:: .... "' "-1 "' = 1�0 * ººº I;::, I;::, , , r---- '<::) ' ci ,;:::. ' 1 1 l) tv") ' ' ' '<:) X 1 1 Cj (lçi I;::, 1.3 6 s 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 "' "' 1:) 1::) 1::) e,-. ) ½ "') CV) 1v) , CM,, :: I ºº 1:) ' ' ..... Ç) - - ..... ) ' ' " .... " .... C) C) . Ç) (.J,. ' ' " " " " ' Ç) t t "<:) "<:S { > r r > > , n Ç) n n > t't g o o Ja n ei r o 2 /ót! o >.. e--- o '2 o o o 1 o 1 } i o (') /êvéretro -2 1/-1 / ·.SJ 8/ o.eo o C,fa o C,fa o 7z o 6. ln ( flarço 2 4" cf.· 6'2 tf' / ; /º > ½l :,o 2Jf Ü'; . o (r ...D 1 _,Aórt! 1oi .9 o .f .J-0 .!): S / 2 /ooo .,;:... t t o o flc110 2 Jl J Z.Z .!}: óo ,,f-2ó o t o :f.h=. -,..r é!'J °' o )o) /'-'nho 2 OI .JZ t&1 cJ.·cJ /ó J".zyo (5' J 11! /20 1;6 _. RoJ cf'."/1.5;//J o :tt 0 p/ en-r t5.ro 6/ cf.:.,,ll_,f /, { 2S o tJ o o -º1 ... 00 (Ji!/ll.Jro /O.·c!J-ZÇ ,f oo f//6 çf çf ./ /ÓJ/ém Jro 1 o .·J oa / -9t5o u8 / o.· ó o ó/ / ,f/o _ _ _ _ _ _ (]) '11.Ul.ó e 1-0-'ro-, ev /4ó Q - ! C¼lt, :Z ,; o / CM/vz o ooo ::: º º º ,2,ô11 lr-1 i·.:>01 } 62. o OJ,0055 O 'si Ç) 1::-, s";, <;:) 1 · · <;:, () - - '-1 ') ') ,e1:::., ":i cy - ::,' e;; "";) '<: Ç) ' "ti <) <) ?·· ?·· t <:> Ç) ·, 'si o.:) ' ::,.. : : e1:-- - e;- - ,, -1, - - - - s- ,... - - - - - !!:'- - - - .· ...t..:.-- ---- .".!.-' - - - - -,e; - - - - - - - - - - - - . - - - - - - -- - - - - ;> - - - - { 'f °t, -Ç & ;_ J .", -:. :S ,• <> - - { i ! j t 1 ' (D M e, ,&_, fw t Q;, e :E vo.- o 'OWL AOO o,o 1 C-w't- 100�00 ;1- 2, ot, 0,1 :1 -:i •'t) - 1 ':i "1-. ;:; ':'-, ½ " " 'Ó Cy (; (; --,,;_ C) ;) e_ 1 " " ' " .:,.;_ ""' ' :...: 'v °';) "";')- O:) li() o :;> Cl :::i,.. o "') Ç:) Ç:) <:) <:) (:) <:) - ;;::i' --I::)º - - ----<:') ----<:) -------- -<;:,'-----------Cl-----(:) º-----(:) ---------- e - e - 1 -... -.,i 1 i t l J 1 1 r r ,C4,Wa,IOO AC-i#'.:AOO$OOO IM, ; ------ 11-13 t/'lt g:37oj1to 3 8o <:> <:> / / / 1/ . 1 ,.1:) <:> ·' ·' ... ...,_ 'I:> .. .. .e "<:i .... 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MANOEL JOSE' MACHADO DA COSTA - M. O. Superintendente da E. f . No roeste do Brazil Manoel Moreira Pedroso CHEFE DA Ll.NHA . .• Conserv ção da Linha Em 1.0 de Janeiro de 1916 foi a linha dividida em 6 trechos creando-se mais um lugar de Mestre de Linha. 1 A antiga divisão era a seguinte: J.o Trecho: K. 1 a K. 104. 13 turmas. 104 Kilometros. 2.o ,, K. 104 a K. 216. 14 li 112 li 3.o ,, K. 216 a K. 320. 13 li 104 li 4.o ,, K. 320 a K. 378. 7 li 58 li /1 /1 5.o li K 378 a K. 43ó. 7 li 58 li A nova divisão, actualmente em vigor, foi assim feita: ).o Trecho: K. 1 a K. 88. 11 turmas. 88 Kilometros. 2.o li K. 88 a K. 176. 11 li 88 ,, 3.o li K. 176 a K. 256. 10 ,, 80 li li K. 320 a K. 3 78. 7 li 58 li li K. 378 a K. 436. 7 li 58 li li K. 320 a K. 3 78. 7 li 58 li li K. 378 a K. 436. 7 li 58 li 4.o li K. 256 a K. 320. 8 li 64 li 5.o 6.o Essa alteração teve por fim principal, diminuindo de 40 kilometros o antigo 3.0 trecho, fazer com que o Mestre de Linha respectivo, Theodoro Navega, se occupasse mais com o trecho entre Araçatuba e Aracanguá, melhorando-o, o que foi conseguido. O · estado de conservação da linha entre Baurú e · Aracan­ guá é bom, salvo em alguns pontos da turma 19, k 144 a k. 152. O 5.0 trecho, do k. 320 ao k. 378, comquanto ainda não esteja em bom estado, manda a justiça reconhecer que está muito melhor do que estava em 1.0 de Janeiro de 1916, devido aos esforços e a tenacidade do Mestre de Linha João Baptista, nomeado n'essa data. O 6.0 trecho, do k. 378 ao:k. 436, onde o terreno é mais humido continúa em máo estado. A causa principal que tem impedido o melhorament o, dos 5.o e 6.o trechos, situados na zona em que reinam as febres palustres, é a difficuldade de se collocar e conservar· pessoal bom n'essa zona, não obstante a vantagem dos salarios mais elevados. Para se melhorar essa extensão de 116 kilometros, será preciso organisar no tempo da secca duas turmas de lastro, com 116 24 homens cada uma pelo menos, fasendo-as pernoitar em casas munidas · de telas de arame nas janellas para defendei-as dos mosquitos, propagadores das febres. Uma d'essas turmas começaria o serviço em Aracanguá em direcção a Lussanvira e a outra viria de ltapura até encontrar-se com a primeira. Um serviço medico estabelecido em Araçatuba auxiliaria muito essa empresa. Por falta de locomotiva e por não se poder lastrar nos tempos das aguas, foi supprimida em 31 de Janeiro, a turma de lastro que trabalhava no 5.0 e 6. 0 trechos, sendo distribuídos pelas turmas d'esses trechos os 24 homens que a compunham. A turma de carregamento de lenha e dormentes, composta ele 1O homens, primitivamente a cargo do Almoxarifado, passou para a linha em 1.0 de fevereiro, sendo supprimida em }. o de Setembro e ficando o pessoal distribuido pelas turmas do 1.º, 3.o e 4.0 trechos. Dous bons empregados, que excellentes serviços pré'staram á Estrada, falleceram no mez de Junho; um, o Mestre de Linha Antonio f ernandes, victima do desastre occorrido no dia 3, no kilometro 228; e o outro, o encarregado dos Materiaes, Manoel Orillo, antigo Mestre de Linha, fallecido em Baurú no dia 26, depois de longa enfermidade. · Em 22 de Julho foi nomeado Auxi1iar da Linha, com resi­ dencia em Araçatuba, o sr. Joaquim Duarte, homem pratico e de acção, que tem prestado bons serviços e, em 20 de Outubro, foi nomeado Engenh eiro Residen te o Engenheiro Civil Oscar achado da Costa, que, pelo seu solido preparo e actividade, Já tem prestado excellentes serviços na organisação dos projectos de obras d'ar te e na revisão dos calculos das pontes metallicas. Os serviços executad os pelas turmas de conservação durante o atrno foram os seguintes : ' Capinação Roçada. . Repregação . . . . Rampagem dos cortes Lastragem dos aterros Limpeza das vallc tas . Cercas feitas . . . . . . . Linha telegraphica concertada 8.201.236m 2 3.655.61Om 2 384.877111 80.854'" 3 366.973m 3 253.395'" 15.336m 5 7.514 111 o materiacs substituidos durante o armo foram os seguintes: Dormentes Trilhos. . Pregos. . . . . Tatlas de juncção . Parafusos . . . . 170 .768 132 47.465 1.138 5.955 '· - 117 - Postes telegraphicos . Isoladores. Chaves. . . Corações . . Agulhas Calços . . . Contra-trilhos / 273 87 6 12 18 120 18 Dos 170.768 dormentes, 134.586 eram de peroba e 36.182 de faveiro. Nos 132 trilhos· que foram substituídos estão incluídos 75 trilhos de 25 kilos por metro, que foram assentados no kilo­ metro 424. Conservação de Edificios Durante o anno foram feitos pela turma de seguintes serviços de conservação de edificios: - pedreiros os Demolição da platibanda geral do grupo de 21 casas de Vilia Machado. Reparação e emboço do telhado geral do mesmo grupo de casas. Barra cimentada de 0,50 de altura na frente da Villa Ma­ chado . Caiação interna e externa e concertos diversos nas 21 casas da Villa Machado . · Demolição das platibandas, reparação e emboço dos telha­ dos, caiação e pintura interna e externa e diversos pequenos concertos nas duas casas lateraes e isoladas de Villa Machado. Augmento de 1 metro de altura e outras modificações no pilar da caixa d'agua em Araçatuba. Emboço dos telhados e caiação, interna e externa, das casas das turmas n.os 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 (15 casas). . Reparação do telhado da estação de P. Tibiriçá. Caiação interna e externa e abertura de uma porta na · estação de Nogueira. Obras Novas Os serviços novos executados durante o anpó . foram os seguintes: EM BAURU' Uma plataforma de 138111 de comprimento e 9111 de largura, inc1uir1do 5111 de r mpas de accesso de cada lado. - 118 Prolongamento de 2 boeiros. 1 1 Um barracão de 37111 X 6111 l O, com a frente e um lado de tijollos e o resto de taboas, coberto de telhas curvas para o Armazem e o Almoxarifado. Modificações dos desvios. Elv VAL DE PALMAS Prolongamento de 182111 de desvios. EN JACUTINGA Au g ment o de 350111 de desvio e assenümento de 2 chaves. EM PRESIDENTE ALVES Augmcnto de 189m no des vio. Desv io de 18·Sm para a machina de beneficiar café do snr. Manoel 1-·crreira Jorge, que fez o movimento de terra. EM TOLEDO PIZA /ugmcnto de 220 ,n no desv io. EM CINCl!JATO BRAGA Estação de 3.n classe, em construcção, estando parte rebo­ cada. Essa cstaç;1o ficou no Klm. 99 k, 745 m. Uma casa de madeira, coberta de telhas, para o portador da estação. EM PRESIDENTE PENNA Augmento de 730111 de desvio, incluindo um desvio por traz da -estação, sobre urn aterro novo. Demolição da cosinlia por traz da estação e construcção de uma outra de 4111 X 3 111 , a um lado da estação, feita de tijollos e coberta de tel ha s. / ugrncnto de 6111 de frente do restaurante da esta<:ão, com baldrame de ti jo'os e paredes de taboas, coberta de tel ha s chatas. Augmcnl o de 58111 da plataforma da frente da estação. Uma plataforma de 100111 por traz da estação. Uma caixa d'agu:1 de madeira para 20.000 litros montada sobre um supporte de madeira. Urna casa de 6111,30 X 5111, 30 para o pessoal da esta ão, construida de taboas e coberta de telhas chatas. NO Kl LOMETRO 126 Desvio de 380111 de extensão para a fazenda dos snrs. José Zucchi ti. Irmão. Esse desvio começa no Klm.125k,459m. O movi- - 119 - mento da terra foi feito pelos proprietarios da fasenda, sendo os trilhos assentados pela Estrada. NO KILOlvETRO • 211 _ Preparação do leito da modificação da linha de 672m,SQ de extensão, com escavação em terra de 845111,584. Essa modificação começa no Klm. 209 k, 945. EM BIRIOUY Preparação do leito da modificação da linha de 400m,25 de extensão, com uma escavação em terra de 586111, 849. Essa modi­ ficação foi feita para se obter uma tangente de 22Qm de nivel para a estação. • Estação de 3.a classe em construcção, faltando a pintura e assentamento de portas e janellas. Essa estação ficou situada no kilometro 260,741 e na cóta 383 111,190. EM ARAÇATUBA Um poço de 3m,6Q de diametro e 12 de profundidade, com revestimento de tijolos. Esse poço foi feito para fornecer á caixa estabelecida perto do Deposito de locomotivas. Um accrescimo de 11111,3 0 X 3 111 .para dµas casinhas e dois quartos nas casas dos empregados. Esse accrescimo foi construido de tijolos e coberto de telhas curvas. · EM ITAPURA - Um armazem de 40111 X 91111 construido de taboas e coberto de telhas curvas. ' Alem desses serviços, foram feitos poços novos nas turmas 2, 3, 5, 1O, 39, 40 e 47; 5 caixões com sarilhos para os poços das turmas 34, 36, 41., 42 e 47 e 6 mezas para os trolle1s das turmas 36, 41, 42, 45, 47 e 53. Termino aqui o que tinha a dizer sobr,e Linha no anno de 1916. Baurú, 23 de fevereiro de 1917. os serviços da M. Pedroso CHEFE DA LINHA.

Sobre a coleção

Museu Ferroviário Regional de Bauru

Instalado junto à Estação Ferroviária, no centro da cidade Bauru, o Museu Ferroviário oferece ao visitante uma volta ao passado glorioso das ferrovias brasileiras, com exposição de fotografias, documentos, peças originais, maquetes e recriação de ambientes que remetem aos tempos da construção da NOB, até o final dos anos 30. Além de um passeio histórico através de curiosidades e peças de grande valor artístico, o Museu proporciona uma aula completa sobre a importância das ferrovias para o desenvolvimento econômico de Bauru e de todo o interior do Brasil.

Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo
Associação de Preservação Ferroviária e de Ferromodelismo de Bauru
Apoio
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Realização
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