Relatório da Companhia de Estradas de Ferro Noroeste do Brasil referente ao ano de 1916.
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COMPANHIA DE ESTRADAS DE FERRO
NOROE STE DO BRAZIL V
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COMPANHI. DE ESTRADAS DE FERRO NOROESTE DO BRAZIL
Srs. Accionistas:
Cumprindo o disposto no art. 23 dos Estatutos vem a Directoria, com prazer, submetter á vossa esclarecida apreciação as contas e o balanço de 1916, acompanhados do . parecer do Conselho Fiscal, bem como referir-vos os· pr in cipa es factos oc- coridos nesse período. .
Está certamente na vossa memoria que, em seguida á assi gnatura do termo de concessão na Secretaria da Viação e Obras Publicas, a Companhia contratou a constrncção da linha e seu apparelhamento com a 11Compag nie dénerale des Chemins de
Fer et des Travaux Public,.s que, por sua vez, encarregou da
·construcção dessas obras ao Engenheiro Joaquim Machado de . Mello, hoje seu Presidente.
Dando inicio aos trabalhos o Dr. Machado de Mello confiou . o reconhecimeMto do rio Tieté, a partir de Ayrosa Galvão, esta- . ção da Companhia Paulista, até ao rio Paraná, ao Dr. Gonzaga· de Campos o qualdando mais uma prova da sua competencia profissional, desempenhou essa missão. com a maior rapidez e com o melhor exito, tendo apresentado, acompanhada de mappàs e descripções, uma memoria que mereceu a honra de figurar co mo annexo no relatorio do Ministro da Viação relativo ao anno
•' de 1906.
foi baseado nelle que o Engenheiro ·João Feliciano da Costa ferreira procedeu aos estudos dos cem prim eiros kilometros ap provados pelo decreto n. 5.719 de 10 de Outubro de 1905. Os dos cem kilometros seguintes foram feitos pelo Engenheiro Oon.'. zaga de Campos, a quem já· nos referimos. ·
Nqs termos da concessão era a cidade de Cuyabá
terminal' da linha. .
Procedia a Compaqhi á sua construcçãp quando O / V Governo, . no .intu ito de l â1-a até á fronteira da . Bolivia, ,rê -: sõlveu .alterar lhe o traçado P.ara dar-lhe por pqnto ter t:ti.i n:àl :.·a:_: ;
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cidade de Corum bá. Para esse fim foi expedido o decreto n. 6.890 de 24 de Março de 1908, em virtude do qual passou a Companhia a ser apenas constructora da Estrada de ferro de Itapura a Corumbá e sua arrendataria até 30 de Setembro de 1990.
Afim de imprimir a maior celeridade aos trabalhos, a Com panhia atacou a construcção pelos dois pontos extremos da linha; mas quando se achava empenhada em vencer as grandes diffi culdades que se lhe oppunham, entendeu o Governo que devia
, rescindir o contracto, allegando morosidade por parte da con tratante. - (decreto n. 10.523 de 23 de Outubro de 1913).
Não podia o Governo decretar a rescisão-ex propria au ctoritate.
Muito recentemente reconheceu elle a verdade deste princi pio quando, 11 na ausetzciá da clausula que permittisse a decreta ção por acto do Poder Executivo da caducidade do contrato para a construcção da Estrada de Ferro Colonial de Monte Azul, solicitou a intervenção da Procuradoria Oe,al da Fazenda, no sentido de promover judicialmente a rescisão."
E do mesmo modo procedeu com relação á Estrada de · ferro Colonial de Guaratinguetá a Pin damonhangaba. _(Mensagem dirigida. ao Congresso pelo Presidente da Republica em 3 de Maio deste anno).
Decretou-a, entretanto, apossando-se da estrada, sem observar as fórmas que, em casos taes, são a garantia dos que con tractam Assim foi que só posteriormente á conclusão dos trabalhos.
mandou o Governo de então proceder ao inventario dos mate riaes e outros bens da Companhia e fazer a medição das obras executadas, para cuja conclusão faltavam apenas o assentamento de cerca de 200 kilometros de trilhos já em deposito e o appa- relhamento de obras_complementares. . •
Nomeou então o Governo uma comm-issão para executar os trabalhos finaes e estabelecer a ligação dos dous trechos já em trafego. .
Esses trabalhos foram realizados com o saldo do empres timo que a Companhia havia levantado e que se achava em de posito nos cofres da União.
A Directoria protestou contra o acto do Ministro, mas en tendeu que não devia crear embaraços que viriam prejudicar uma zona riquíssima do Estado de Matto Grosso e a propria Estrada, cujo trafego depende do desenvolvimento della.
Esta resolução do Governo impunha á Companhia a neces sidade de manter, sómente com os seus recursos, o trafego regu lar da sua linha de· s aurú a ltapura. Emquanto foi ella arrenda taria da linha de Itapura o trafego das duas estradas, sob sua
unica administração, se fazia com _' o ·mesm o material, que se ia
augmentando á proporção das necessidades de transporte.
5
Logo, porém, que esse material teve de satisfazer ao serviço de duas linhas distinctas, tornou-se insufficiente para cada uma dellas.
Infelizmente o Governo não tem levado em conta o facto de serem devidos ao acto imprevisto da rescisão os embaraços a que teve de. occorrer a Companhia.
Esse acto veio tambem crear á Companhia difficuldades quasi -in sup perave is , não só para a sua existencia, .como para a manutenção regular do trafego da linha de sua propriedade de Ba.urú a Itapura; e deu logar a uma gréve (a unica até hoje), CUJOS promotores são indicados em um inqueritó a que procedeu a policia de S. Paulo e que se acha, por certidão, em nosso poder.
A Directoria,- entretanto, tem empregado todos os esforços para attender aos reclamos continuados da fiscalização, já quanto á acquisição de material rodante, já quanto á conservação da linha e ao augmento de armazens... E' assim que se construio na estação de Baurú uma plataforma com 130 metros de compri- mento e boas accommodações para passageiros; augmentou-se o edificio do restaurant e a plataforma da estação de Presidente Penna como se tinha tornado necessario, em vista do cruzamento dos trens e das refeições nesse lugar; construiram-se edifícios para o Almoxarifado, para armazens de viveres, para deposito de materiaes e de inflammaveis em Baurú, armazem para mer cadorias na estação de Itapura, desvios nas estações de Jacutinga, Presidente Alves, Presidente Penna e Baurú, boeiros e· drenos na linha e outras obras de menor importancia.
E' bem de ver que de todos estes factos devia resultar para
a Companhia uma situação cheia de difficuldades, principalmente .
pelo lado financeiro, e taes foram ellas que vos levaram a auto rizar a Directoria a lançar mão de todos os recursos de que pudesse dispor, ainda que adiando a satisfação de compromissos
a que só por uma razão dessa ordem poderia faltar. foi nessas , .
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condições que, depois de ouvir advogados dos mais notaveis, para que nenhuma pena nos fosse imposta pela interrupção do trafego (clausula XVI do decreto n. 5.349 de 1904) tivemos de empregar, na conservação da linha, a garantia de juros relativa a dous semestres, o que nos servio tambem para regularízat os
, pagamentos, que se achavam em atrazo, com o pessoal operario e com outros.
Uma compensação tivemos, porém, para tantas contriedades e tantos embaraços, e foi a de testemunhar, dia a dia, o extraor-· dinario desenvolvimento das paragens servidas pela estrada e o
augmento . do trafego que delie resultou.
E' assim que, tomando o ultimo quinquennio do quadro
annexo, demonstrativo da :receita e despeza dos anno-s de 1912
a 1916 delle se vê que a. receita total, que em 1912 foi de .......... 1.171:525$240, elevou-se em 1916 a 1.549:475$500. Dó
.. - 6 -
orçamentaria de 1915 para o de 1916 o augmento foi de 41 º/o.
1 Se, sem embargo disso, houve ainda um 11 defi cit" de 429:271$2CO, explica-se elle, em grande parte, pela construcção de obras novas, que se tornaram indispensaveis ao desenvolvimento do trafego e á segurança da linha. Não seria esta, entretanto, a differença entre a receita e a despeza se o Governo tivesse permittido á Com panhia elevar os fretes, como acontece com a Paulista, a Mogyana e a Sorocabana, que gozam da vantagem de uma taxa cambial
que permitte elevai-os de 40 °/o, ao passo que na Noroeste con
tinúa a vigorar para os seus transportes uma tarifa mínima cal culada ao cambio de 20 e isto nesta crise de cambio baixo e consequente augmento de preço de todos os materiaes de custeio.
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Para ver-se que esse 11 defic it 1 muito em breve desappare
cerá, basta attentar-se para o que se tem dado com o café, ujo transporte, comparado com o de 1915, apresenta um augmento de 122 ° /o, e com o de 1914 o de 337 °/o.
Seg und o informações colhidas nas Municipalidades de Baurú, Pirajuhy e Pennapolis, que constam de um quadro annexo, po de-se computar a producção do corren te , anno em 10.980.000
kilos, ou sejam 60,87 °/o mais do que no anno de 1916.
DIR.ECTORIA
. Devido á guerra européa vio-se a Companhia privada do · vali oso concurso do seu Presidente Sr. O. Harnelin e dos serviços do Director Jean Joürdan, chamados pelo Governo francez.
foi em consequencia disso que em assernbléa extraordinaria de 27 de fevereiro de 1915 resolvestes investir-me no cargo de President e e ao Sr. J. Bartholorné no de Director. '
CONFERENCIA
Para desfazer a surpreza causada no espirito ·publico pelos constantes actos da administração contra a nossa empreza, o Pre side nte da Companhia fez, no Club de Engenharia, urna confe r ntja que transcrevemos em annexo acompanhada de uma expo stç o. apresentada pelo nosso emin ente · ex-presidente, Dr. João Te1xe1ra Soares, que não tem regateado esforços nem sacrifícios para tudo que concerne ao desenvolvimento da . nossa patr ia.
BALANÇO
.. . No ba1a n o actual. ain a encontrareis os mesmos alga
nsmos nas rubricas. relativas as operações na Europa, por perdu rar . o mesmo mottvo de não termos recebido os respectivos balancetes do nosso representapte official alli.
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chando-se, entretanto, em frança o nosso collega da bi rectona, J. Bartholomé, nutrimos a esperança de que no seu
regresso teremos elementos para regularizar esta situação •
GARANTIA DE JUROS
ara fa il!tar as suas relações com o Governo actual, que te!ll std sohcito em attender aos redamos da Companhia, a
tr ctona t m ecebido, com alguma morosidade. ; em titulos da
d1v1da pubhca mterna e externa, os juros vencidos, estando para, serem recebidos os referentes aos dous semestres do anno findo.
TRAFEGO
O trafego, que cada vez vai-se tornando mais intenso; foi feito com toda a regularidade e no relatorio da Superintendencia encontrareis o quadro da receita e despeza, estatistica, graphicos,. organizados de forma a facilitar o vosso exame.
RAMAES
A Directoria, prevendo que o desenvolvimento da zona vai exigir expansões lateraes, pensa acertado desde já estudar a con strucção de alguns ramaes.
Pedimos vossa attenção para este assum pto.
EMCAMPAÇÃO
Dous annos após a rescisão do contracto, resolveu o Governo levantar uma conta dos trabalhos que a Companhia ..havia exe cutado e esse balanço apresentou um debito contra a mesma de réis 15.531:742$711. Não o aceitámos por terem sido omittido, s creditos em nosso favor na importancia de 17.993:919$904, repre sentados pelas differentes verbas constantes da reclamação apre sentada, em temRo, ao Sr. Ministro da Viação .
Como o decreto legislativo numero 3.089 de 8 de Janeiro· de 1916, em seu artigo 88, reproduzisse a autorização para a encampação da· nossa linha na extensão de 437 kilometros, afim de, incorporando-n á E. de f. ltapura a Corumbá, estabelecer-se uma rêde unica da extensão de 1.274 kilometros, o Governo
julgou azada occasião para estudar ? assumpto e, m. despacho · de 23 de Mato do anno fmdo, convidou a Coplpanhta a apre... ·
sentar •as bases para um accôrdo. ·
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Em 26 de Agosto do mesmo anno a_ Directoria apresentou as coodições que julgou serem aceitaveis naquella occasião e aguarda solução.
PESSOAL
Merece nosso louvor e nossos agradecimentos a cooperação de todo o pessoal da Companhia, quer a dos altos funccionarios, quer a dos seus auxiliares que, todos, desempenharam seus de
. -veres da maneira mais intelligente e dedicada.
CONCLUSÃO
São estes os esclarecimentos que julgamos dever apresentar vos e nos encontrareis sempre promptos a ministrar-vos outros de que tenhaes necessidade.
Rio de Janeiro, 31 de Março de 1917.
Joaquim Machado de Mello, presidente.
Alvaro M. de Oliveira Castro, director.
•
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Parecer do Conselho fiscal
- - .e,·
Os abaixo assignados, membros do Conselho fiscal· da Companhia de Estradas de ferro Noroeste do Brasil, tendo exa minado como determina a lei e os nossos estatutos o balanço, escripturação e documentos referentes ao anno social de 1916, são de parecer que sejam as contas, bem como todos os actos da Directoria approvados, á vista da exactidão e regularidades encontradas.
Rio de Janeiro, 24 de Abril de 1917.
Salvador Felicio dos Santos. Antonio de Padua Assis Rezende.
Pelo Banco União de S. Paulo -
Bernardo Lichtenfelz /unior.
10 -
Bala1 ço Geral em
ACTIVO
Concessão de Direitos e Privilegios Caução dos Directores . . .
Despezas de Installação . . . Mobiliario. . . . . . . . . . . Linha em trafego-de Baurú a ltapura Amortisação de Obrigações . . . .
Serviço de juros das Obrigações . . . . Governo Braz., C/ construcção ltapura-Corumbá Cie. Gen. Travaux Publics- Construcção ltap.- Corumbá . . . . . . . . . .
fiscalisação f edera1 - Baurú a ltapura. . · fisca1isação federal - Itapura a Corumbá Custeio do trafego - Baurú a Itapura . . Custeio do trafego- ltapura a Corumbá. Differença de cambio . . . . . . . On us de Contracto . . . . . : . .
Governo Brazileiro - Conta Retenção . . . . Contracto de Responsabilidade(Trafer-Noroeste) Exploração do Trafego (Conta Especial). . . Diversas Contas Devedoras (Annexo n.o l) . .
li
10.000:000$000
140:000$000
1.544:110$250
5:978$131
19.172:673$837
102:546$500
6.865:741$453
26.734:232$076
7.263:437$745
156:810$000
624:000$000
11.442:679$606
874:258$355
2.490:840$076
3.530:000$000
6.808:965$201
6.551:075$539
1.765:000$000
12.391:766$076
118.464: 114$845
Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 1916.
!J.m C7!(achado de CJll...e!!o
Presidente.
- 1 l
31 de Deze1 Jbro de 1016
PASSIVO
Capital . . . . . . . . . . . . . Deposito dos Directores
Obrigações do emprestimo .da 1.a Série. Obrigações do emprestimo da 2 a Série. . . Oov_erno Bras.ro: C/ emprestimo ltap.-Corumbá Obngações sorteadas a pagar . . . . . . Renda do trafego de Baurú a Itapura. . .
Renda do Trafego de Itapura a Corumbá . Responsabilidades por contractos . . .
Retenções a receber . . . . . . . . Juros de Coupons (Saldo de Coupons) . Garantia de Juros . . . . . . . . . Diversas Contas Credoras (Annexo 11.0 2)
20.000:000$000 l 40:000$000 20.297:500$000
3.530:000$000
35.300:000$000
5:295$000
8.112:705$642
218:629$830
6.55 I:075$539
6.808:965$20 l
140:608$829
9.482:650$685
7.876:684$ 119
118.464:114$845
Importa o presente Balanço na importancia de cento e dezoito mil quatrocentos e sessenta e quatro con tos cento e quatorze mil oitocentos e quarenta e cinco reis.
Gastão
Chefe da Contabilidade
• •
12 -
ANNEXO N. 1
Diversas Contas Devedoras em 31 de Dezembro de 1916
Gastos Geraes no Brasil . . . . . . Gastos Geraes na Europa . . . . . . Imposto dos Coupons . . . . . . .
Cie. Gen. Travaux Publics. C/ de Saques . . Idem, C/ supprimentos, pagamento Coupons . Idem, C/ de adiantamentos . . . . . . . Cie Genérale des Chemins de fer et Travaux
Publics . . . . . . . .
Banque française C/ fisco . . . . . . . Idem Idem C/ fisco P . . . . . . Idem Idem C/ Despezas. . . . . . Idem Idem C/ Caução . . . . . . Idem Idem C/ Resgate de Obrigações
Caisse Générale de Reports, C/ juros accrescidos li
Idem Idem Idem C/ Especial . . . E. Poizat & Cie . . . . . . . . . . . Cie.Chem. fer et Trav. Publics, C/ arrendamentos Contas Correntes (Annexo n.o 3) . . . . . Caixa de Trafer
Apolices . . . . . Materiaes comprados. Lettras do Thesouro .
901:594$317
561:483$175
123:521$991
18:411$040
41:043$630
2.163:660$348
626:533$552
11:267$023
2:548$867
6:450$247
55:355$982
1:765$000
49:982$810
337:291$500
6: ll4$011
5.565:348$4 l O
J .576:721$751
25$419
13:160$200
327:486$803
2:000$000
12.391:766$076
Rio de Janeiro; 31 de Dezembro de 1916.
Gastão
Chefe da Contabil id ade.
- 13 -
ANNEXO N. 2
Diversas Contas Credoras em 31 de Dezembro de 1916
li
1
1
Caísse Oénérale de Reports, C/ de Juros . . 1 Idem Idem . Idem C/ de Cheques .
Cie Chemins fer et Trav. Publics C/ Despezas 1
49:982$806
522:623$962
38:024$269
: ris
: ris
Idem, Idem, C/ Supprimentos ao trafego . . 11
Companhia ferroviaria Brazileira .
frnnçaise, _cf_ de Co po.ns. 1
5.860:967$794
205:347$450
296:273$677
Obrigações a Pagar . . Honorarios da Directoria Honorarios do Conselho
. . .
. . .
fiscal .
718:575$000
66:600$000
2:490$000
7.876:684$119
.,
Obrigações a Pagar . . Honorarios da Directoria Honorarios do Conselho
. . .
. . .
fiscal .
718:575$000
66:600$000
2:490$000
7.876:684$119
.,
115:799$161
Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 1916.
·A. Oastão
Chefe da éontabilidade.
- 14 -
ANNEXO N. 3
Contas Correntes em 31 de Dezembro d·e 1916
i
Banco All emão do Rio de Janeiro . 1
J. B. Pimentel filho . . . . . . . Banco Mercantil do Rio de Janeiro . Mr. George Prévault. Superintendencia do Trafego em
Baurú . . . . . . . .
J. Mendes. . . . . . . .
E. de f. Itapura . a Corumbá .
Banque Française et Italienne pour l'Amerique du Sud . . . . . Sorocabana Railway Company . . Banco Mercantil do Rio de -:Janeiro,
Devedores j Credores
1
28$9001
8:067$500
96:359$210
13:000$000
865:174$495
129:075$036
553:214$381
52:026$290
19:940$163
C de deposito de titulas . . . 385:664$000
Companhia Paulista de E. de F. e Navegação. . . . . . . . . Companhia Mogyana de E. de F. e Navegação. . . . . . . . .
Contadoria Central, S. Paulo . . . 1
116:206$160
52:619$060
29:928$560
Governo Federal, Ci de Transportes 11
Idem do Estado de S. Paulo, C/ de li
Transportes 11
7:221$600
60:992$9401
1
1
.H 1me uº·- c·1a. 11
4:970$800
Dr. Joaquim Machado de Mello . !J Cie Travaux Publics, C/ de remessas: li Banco Francez e Italiano, C/ corrente 1
1:221$686/
16:000$000
284$410
Balanço . 1
Balanço . 1
1.576:721$ 751
1.576:721$ 751
Banco do Brasil .,!- -258$698
, 1.9 94:487$820 1.994:487$820
!i
!i
'I 1
Saldo Devedor no Balanço S. E. ou O. 1.576:721$751 1
1,
Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 1916.
Oastão
Che fe da Contabí!idade.
A NOROESTE DO BRASIL
Conferencia sobre a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil realisada no Club de Engenharia a 5 de Deze111bro de 1914
pelo Engenheiro J. Machado de Mello.
•
•
I c:::@::==J lic:::@::==J li c:::@::==J 11c:::@::==J 1ES)2
« S r. P resi de nt e, illustres collegas, meus senhores.
Per so cumprir um dever patriotico e perante o Club de Engenharia a mais a6 rada vel obrigação em vir mostrar ao paiz, ao Governo e ao Cl u b o que foi a obra grandiosa da constr ucçã o da_ Es rada de erro N?roeste elo Brazil que, já agora concluida, ve10 libertar, pode-se diz e r. a nossa nacionalidade de uma reve
rencia fo çada ás nossas vizinhas e amigas Republicas platinas, a Argentma, o Paraguay e o Uruguav.
Não é debalde que aqui venho perant e este tão selecto au ditorio tratar de assumpto cuja importancia é para todo o paiz ela maior relevancia, e para a minha exposição pcrmitti que solicite a vossa generosa bcnevolencia e attençào, subord ina ndo-m e desde já á mais rigorosa critica, diante da qual me inclinarei, certo de que não encontra rei tribunal mais competente, nem juiz mais imparcial, tal é o valor moral do instituto que neste momento me acolhe com a sua habitual fidalguia.
Permitti mais, senhores, antes de iniciar a minha exposição, que salie nte os intuitos nobres, utcis e elevados que determinara1n a creaçào desta notavel instituição nacional, e que por mais de uma vez e por tantas occasiões tem tratado de problemàs de tanta vitalidade para o nosso paiL, o qual muito lhe deve, com o seu concurso e valor, na conquista dos seus maiores desenvolvi mentos materiaes.
E' assim que o Brasil deve as suas riquezas que fazem o seu patrimonio, em grande parte, ao concurso da engenharia
nacional.
Sem ella não teríamos apparelhados os nossos.invejaveis portos, as nossas estradas de ferro e de rodagem, e os nossos monumentos, que constituem o melhor da nossa fortuna.
Quando, senhores, o paiz está passando por grande crise financeira e economica é, certamente, a nossa classe uma das que mais ·soffrem.
E, entre tanto, espiritos ha em todos os paizes, em todas a
sociedades, ·que censuram e· clamam con_tra a for_tun que sorri aos que em commettimento de certa 11nportanc1a tiveram p ra esse « des idera tum >>, ao lado do trabalho constante, mcthod1co, a clarividencia e o espírito inventivo, cauteloso e director. Mas, senhores, se em vez do triumpho os emprehendores esbarram com o desastre e o fracasso, nem um lenitivo, nem um consolo que lhes mitigue ao menos a sua situação moral, encontram.
18 -
Triste sorte de quem no labor honesto adquire certa inde pendencia !!
E, senhores, quando olho para a humanidade má e invejosa,
me assaltam sempre ao espirita aquellas judiciosas palavras de Alexandre Herculano no seu immortal « E ur ico» : ·
, · O h ! homem, animal que ri e chora, o rei da creaçào: qual
és tu mais: feroz, estupido ou ridiculo ?»
1Ias se a humaqidade é invejosa, o que fazer? Desculpal-a?
Dcsculpemol-a.
Como eu quizera ver em cada brasileiro um abastado!! Como me sentiria contente se visse a fortuna encher os nossos lares!!
E, se assim fosse, o nosso paiz seria rico, respeitado, admi
rado e invejado.
São as fortunas de seus ·filhos que fazem a prosperidade das nações e suas riquezas.
Haja em vista a opulenta França, a austera Inglaterra, os Estados Unidos ela America, onde existem fortunas accumuladas, e por isso mesmo vivendo na abastança seus filhos,. emprestando seus capitaes aos paizcs pobres · e assim augmentanclo as suas riquezas com o trabalho daquelles.
Peço desculpa ele ter divagado um tanto fóra do fim que
aqa1 me trouxe.
Vou agor.1 entrar no assumpto principal desta minha palestra. Foi no Governo do bcnemerito C. onsel heir o R odrig ues Alves, tendo por ministro da Viação o illustre membro desta casa, o Dr. Lauro :Muller, .que no começo de seu Governo e nest e mesmo
club prometteu só fazer engenharia e administração, libertando-se da- politica apaixonada, que apenas serve para atrophiar os paizes que se entregam a ella exclusivamente. .
E foi por isso que tivemos naquelle quatriennio um dos go vernos m.ais fecundos da Republica, deixando cm sua passagem traços indeleveis e inesqueciveis de melhoramentos ma teriaes q ue marcarão para sempre na nossa historia uma época de trabalho e es invios até então occultos e desconhecidos, onde se escondem riquezas apreciaveis.
Completaram-se dez annos no dia , 5 de Novembro passado que bati, na .então Villa de Baurú, de 600 habitantes, (hoje uma grande cidade do Estado de S. Paulo, com mais de 1 o mil), a pr imeira estaca da exploração da linha, numa extensão de 1.27 3 kilom et ros de Baurú ao rio Paraguay, inaugurada a 1 2 de Ou tubro passado. pelo G·O·er no que acaba de terminar o seu qua tricnnio.
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E scolhi esse dia p or ser o da nossa ind epcndencia politica e a data mais memoravel da nossa hist oria cont empor anea .
, .. T inha como eng e nh eiro chefe o nosso dis tin cto collega Joào F .e l:c1a no da Costa Ferreir a, se cund ado por outros não menos d1s t111ct os, t es orno : l1 is s e no José Taveir a , uni co que a in d se conser va ate hoJ e nos tra balhos da estrad a, Bic a lh o Tostes, O lavo
H um e_l, Carlos. Lin den, E d ua rd o Go111e s , G onz aga de Camp os,
odolpho B.apt1s ta , F rancis co Paula Guima rães, e S yh·io S. lVIa r tm ; se nd o f1s c aes do 10-do de S. Paul o o Dr. Aris totd cs Pereir a, e do lado de Corum bá. o E ng e nheiro Gravatá, os quaes pres taram releva ntes serviço s. Comece i pois n estu do dos I oo primeiros kilo metros que ti nh am s ido precedidos de um reconh ecim e nto ra
pido, p orque o terror dos sd vag('ns ,11 0 me per mitt;a estabelecer
'reconh eciment os positivos e definitiv os ness es ser tões. desig nados nessa época na carta gcographica e officia l do Estado de S. Paulo como terrenos desconhecid os e ain da não pene t rados. .
A exploraç ão desses primeiros kilomct ros. me trazi a s é ria s a p pr e h e nsüe s e por momentos temia um desa stre ness e i ng e nte trabalho.
Dos colleg as q ue a cabo de enum erar foi atacado pelos in dios o E ng e nh eiro Hum el, r ecebend o uma fl e x ada no braço, que o aleijou, o br i g a ndo-o a deix ar o serviço.
Foram victimados pelas febres in clement es do lugar- os E ng e nheir os Carlos Linden, Francis co de Paula Guimarã es e ult im ame nt e ainda o E ng e nheiro Sylvio Saint l,[art in , q ue as adquiri o nos pa nta na es de Aquida uana.
Outros disti nctos eng e nh eiros tiv e co mo chefes da constr uc ção, q ue se distinguiram tambem, e foram elles : José Praxedes e Guimarães Carneiro, e no trafego Cerqueira Lim a.
:Muit os colleg as em S . Paulo me qualifica ra m de teme rario e vis ionario , a ug ura ndo mal o exito dessa ousada empreitada.
Para facilitar o reconhecim e nto e conse quent es estud os de tod o o sertão, numa extensã o de cer ca de 50 0 kilometros, a té ás marg ens d rio Paraná, te ntei e muito acertadament e organizar um a commiss ã o apparelhada com tudo quanto fosse necessario para uma lo ng a exploração de rios.. .
Organizei p orta nt o ess a comm 1ssà o, c hefiada. elo no_ss? d1s-· tincto collega Gonzaga de Camp os, te nd o como aux1har es d1st mctos cng-e nh eir o s com o C. ,Tillia ms, Queiroz Botelho e outros.
' O fim dessa commissà o era levanta r com precisão o rio Tie t é , que serviria de base de operações para .ºs reconh ecime nt os parciaes por dentro das mattas .e, esse : econh cm1e nto fez Go!1zagç:l de Campos de distancia em distançia, abrind o longa p1cad s perpendicu lares ao rio de um e outro lado , que serviram mais tarde para a explo ração por dentro das mesmas.
Esse trabalh o, que duro cer.ca de quatr? mezes , te v o
mais feliz ex ito , indicando a dir ectn z geral da hnha de Bauru a ·
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Cuvabá, sea-unclo a orientação --1-6º "N. O., direcção esta que deu ori em ao ome da Companhia E. de F. Noroéste do Brasil.
0 Esse trabalho tambem determinou a passagem ela linha no
rio Tieté no kilometro 32 2 (Canal do Infe r no), com uma ponte de
3.=50 me tros, no valor calculado de 600 contos. ·
R es ultou· ainda do mesmo reconhe cime nt o que a travessia do Paraná seria no Salto de Urubúpungá, quéda importante de
1 7 metros com uma descarga approximada de 4 .50 0 m. e., capaz
de produz ir uma força virtual de 1.000.000 de cavallos vapor.
A pont e sobre o rio Paraná teria 1.ooo metros de extensão, com uma altura de cerca de 1 44 metros, decrescendo até 5 metros nos encontros sobre o canal principal, com vãos de 40 a 50 metros, sendo um maior de I oo metros.
Antes da· grande ponte de 1.ooo metros seria necessaria uma outra de 200 com 7 de altura, no bracinho, dividida em vãos de 20 a 30 metros onde fórma o rio uma ilhota.
Grandes trabalhos de movimento de terra seriam necessarios antes da ponte de 200 metros e da de mil, dous aterros de um kilomctro cada um.
Eram estes os primitivos projectos de estudos para o traçado a Cuyab:l, passando pela serra dos Bahús, mudado pelo Governo R odrig ues Alves, em Outubro de 1.914, em vez de U bera ba a Coxim, como determinava a primitiva concessão do Governo Pro visorio, sendo ministro o 1_i e neral Glycerio, ao Banco Uniào de
Paulo, que depois de estudar 200 kilometros já approvados pelo {Toverno em 1 tl93 teve de abandonal-os pela difficuldade de le ·a ntar capitaes.
Portanto, ao illustrc General Glyccrio, se deve o primeiro decreto.
Dez annos depois, cm 1903, de volta de uma viagem á Eur opa, onde vi a tcndencia de capitaes a emig rar, pude reviver a idéa da constr ucçào dessa Estrada e procurei o Dr. João Tei xeira Soares, nom.e muito acatado nos círculos financeiros da Europa, e pedi-lh e para tentar o levantamento dos capitaes pre cizos para tão grande emprehendimento, o que foi felizmente por cllc conseguido.
O Governo, tendo nes sa occasiào adquirido a Sorocabana, achou que convinha valorisal-a, fazendo partir de um de seus extremos a est rada, e aproveitando-a para servir a Cuyabá, ainda a conselho do Dr. Teixeira Soares, que sempre procurou elevar o Brasil no Extrangeiro, tendo o seu nome ligado aos maiores cmprehcndime ntos que contribuem para o augmento da nossa fortuna e prosperidade, de que gozavamos.
A crise pela qual estamos passando não determina pobreza; significa apenas que cstavamos gastando mais do que recebiamos.
Com dedicação honesta ao Governo e algum patriotismo voltar e mos sem duvida aos bons tempos que lá se vão.
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Tenhamos confiança no futuro porque ao Brasil estão reser vadas, grandes surprezas agradaveis com o terminar da guerra europea, se soubermos desenvolver as nossas fontes de renda nas margens das nossas estradas.
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. . :;--oi, pois, no Governo Rodrigues Alves modificado o traçado pnm1t1vo desta.estrada, passando a ser o ponto inicial Baurú, em demanda da cidade de Cuyabá, no Estado de Matto Grosso, dando-se começo aos estudos da nova linha a 15 de Novembro Jle. 904. Em .Julho de 1905, oito mezes depois, o Exmo. Sr. lvl1mstro Viação, Dr. Lauro Muller, inaugurava pessoalmente , em Bauru a co 1strucção dos trabalhos e, em Setembro de 1916,
I 3·1 mezes dep01s, o mesmo ltlinistro entrerrava ao trafeo-o 100
k1 ometros, com sete estações, dando-se-lhe b o seu nome áb desta primeira secção.
ultima
. Faziam parte da Directoria os distinctos collegas Teixeira Soares e Pedro Nolasco, occupando a presidencia o Dr. Soares.
Esses illustres collegas muito contribuíram para a rapida execução das obras, que eu dirigia na qualidade de empreitdro geral.
.ssim continuaram ellas em direcção a Cuyabá, e os estudos á direita do rio Tieté e respectiva locação até perto do Paraná, quando em fins de I 906 o Governo do bcnemerito Conselheiro Affonso Penna deu então ordem de não se proseguir mais em direcção a Cuyabá e ser feito um . reconhecimento com presteza em direcção a Corumbá até as fronteiras çla Bolivia.
Já em data anterior o illustre engenheiro Emilb Schnoor havia publicado um importante memorial do projecto de uma linha até as divisas da Bolivia para servir :Matto-Grosso.
E foi essa linha que o Governo Affonso Penna mandou reconhecer, sendo enéarregado dos estudos o referido Engenheiro Emílio Schnoor; pois ninguem melhor do que elle poderia fazel-o;
.. pois já tinha imaginado esse projecto.
Tive portanto de mudar os estudos para a margem esquerda elo Tieté, suspendendo os da margem direita, sempre, poré!11, em direcção a Itapura que era ponto forçado, quer para Cuyaba, qu r para Corumbá, emquanto o illust e engenheiro Sc noor proce_d1_a ao reconhecimento para Corumba, afim de çletenmnar.a poss1b1- lidade dessa linha até a fronteira da Bolivia e proceder depois aos estudos respectivos.
Com essa provavel alteração eu perderia os estu? s. e a locação da prim ira directriz, uma vez demonstrada a poss1b1hdade da linha para a Bolívia, aproveitando os estudos da ma;gem esquerda para atrav ssar o Tieté em Itapura e o Parana e Urubúpungá, ou abandonaria o da margem esque da voltaria ao primeiro da margem direita, conforme a convemenc1a econo_ mica e vantagens technicas dos dous traçados comparados n.tre st.
Os trabalhos continuaram portanto com a mesma acttvtdade,
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ind epende nte dos que estavam sendo éxccutados pelo distincto profissional Emilio Schnoor, corn proficicncia e rapidez.
Em Janeiro de 190 8, esse engenheiro reconheceu a possibi lidade do traçado de Itapura a Corumbá, apezar das difficuldades encontradas nos pantanaes de Esperança e l1iranda ( mostra photographias ).
Esses trabalhos foram tambem acompanhados pelo nosso distin c to colleg a Arrojado Lisboa, que escreve u uma importapte obra sobre a zona, salientando as suas riquezas.
Em 'ista desse resultado, o Governo do benemerito brasi leiro de saudosa me mo ria , Affonso Penna, por acto de 24 de lIarço de 19 0 8 , a,>provou a modificação do « cont ra to da Companhia de Estradas de Ferro N'oroeste do Brasil e autorizou a contractar com a mes r11a Companhia a construcção e o arrendamento da Estrada de Ferro de Itapura a Corurnbú. e dahi a fronteira do Brasil com a Boli via i> .
O tr e cho de Itapura a Cuyabá, cuja concessão ficou sem C'ffoito, e foi substituído pela Estrada de Ferro Itapura a Corumbá e dahi a fronteira do Brasil corri a Bolívia, a qual seria de propriedade da Uniào, cons truid a . pela Companhia de Estradas de Ferro Xoroestc do Brasil e arrendada pelo prazo de 60 annos á mes ma Companhia, que não teria direito a indemnisaçào algvma em virtude da annulaçào da concessão referente ao trecho de l ta p ura a Cuy a b{t » .
() Governo pagaria á companhia em títulos de 5 °lo juros our o ao anno recebidos por ella ao par a importancia que fosse fixada nos estudos definiti vos da Estrada de Ferro de Itapura a CorumbiL e dahi á fronteira da Bolivia, nào podendo a mesma cstrada ter extensão superior a 967 kilometros, comprimento determinad o pelo rcconheciment0 geral apresentado pela compa nhia, nem o preço kilometrico maximo exceder de 40:000$ ouro.
O eng e nhe ir o Schnoor verificou pelos estudos que o custo da Estrada seria de ainda lançar mão para custear um trafego que pela sua grande extensã o de linh a, quasi toda pastoril, deve ser dispendioso e pouco remunerador por muito tempo.
Para que não houvessem difficuld ades que poderiam ser creadas, colloquei-rne , sob o ponto de vista nacional, apezar de reconhecer que o acto do 1!Iinistro fôra injusto e talvez prejudicial ao Estado.
Assim procedendo, fui mais brasileiro do que Director, respeitando o que havia proposto o Dr. Soares, com o intuito de que a estrada fosse concluída o mais depressa possível, o que felizmente conseg uimos.
Tenho verdadeiro enthusiasmo por este emprehendimento, porque o im agin e i, o ini ciei e desejei concluir.
Tenh o a cons cie ncia sã e satisfeita de haver feito com isso alguma coisa de util para a minha Patria.
Penso que o :Minis tro que deixou a pasta da Viação não and ou acertado avocando a si o contracto que pertencia á Noroéste.
Senão vejamos:
A Noroéste linha tronco com 437 kilometros, terá o seu trafego remun erado e sua renda augmentada de uma maneira animadora.
Em 7 annos ella subio de 17 :568$ , que era e m 1906, a
1.034:696$ 7 3 0 1 em 191 3.
As despezas foram em 1906 de 64 contos de réis, em 1913
de 1.448 com o augmento de sua linha.
No 1.º semes tre deste anno tivemos uma receita de 627
contos, contra urna dcspeza de 87 4.
Por este? dados se vê que a receita augmenta, emquanto que o accresc1mo da despeza é péqueno cm relação ao aug rne nt o daquclla.,
Tenho por i so fundadas esperanças de que em pouco tempo teremos uma rec?tta que cobrirá as despezas, devendo até apre s ntar aldo, dev1?0 ao desenvolvime nto que vai tendo a zona tnbutana, accrcsc1da do trafego da linha de Itapura a Corumbá.
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1 . Ce a de 1 2 m il h õe s de pés de café já estão pla nta dos e a
ª'·_?Ura e cercaes se desenvolve em toda a zona. Outras culturas
estao se creand o corno o fu1n0 1f f ·
d 1 o- . ' ,
, a a .ª a, su perior a qtte recebemos
a - r..._ ben t ma, e o cacao, que se vai ao-ora in ic iar
As. terrase o clima muito se pr:stam para· esass lavour as.
por e
por e
l.1uitas fazendas se tem aberto e as povoaçõessur uc-m co mo ncanto . t-
A zona da No roéste será o grande celeiro de Matto-Grosso de S. Paulo _e do Rio de Janeiro, pela uberdade de suaster rsa pelo seu rap1do povoame nt o.
A parte da. linha de Itapura a Porto Esperança, no rio
: ra?uay, 837 1lomet1os, - composta de grandes campos de n aç ao, qu dara « de.fic1t » amda dura nte muitos annos, que cal
culoen :i ce ca de mais de 2.000 contos confor me o quadro que confecc1one1 e passo a ler.
.se_ a duas estradas fossem um a só, esse cdeficit» poder ia se r c hm1 m11do com o saldo da prim eira e reducçào completa do pessoa.! ad minist ra ti vo da segunda.
Estou co n ve ncido de que o Governo só tem uma medida a tomar: fazer a fusã o das duas linhas, da forma que lh e parecer mais conve nie nt e aos int eress es publ icos, diminuindo assim o encargo annual e forçado de mais de 2 .0 0 0 contos e se o não fizer arrcpender-se-ha pelos grand es dispend ios de que não poderá se furtar. .
A Noroéstc, além das vantagens que trouxe para o paiz, é uma linha nece ssar ia ao Brasil sob o ponto de ,·is ta politico e estrateg ico.
E11a civilizou centenas de selvagens que inf es tava m aquclla reg iã o.
Já se encontra perto da estação de Legru, no kilom et ro 177 , um acampamento de ín dios domesticados, aquclles mesmos que, dura nt e a co ns tr ucção, dizimaram a fkxas e cacetadas dezenas de t ra bal had ores - e dous engenheiros.
Sobre esses in cidentes lhes vou narrar alg uns factos dos qua es de um fomos teste mu nhas , o Dr. Sampaio Corrêa e eu.
Em lviaio de r 907 viajavamos para os trabalhos, quando o nosso trem ficou retido na estação T.egru, onde se deveria dar o cruzamento com o trem da carreira sahido de :Mig uel Calmon, kilometro 202.
Como o trem demorasse, accusando um atrazo de quasi uma
hora, despachei um portador ao seu encontro. .
Pouco depois chegava o trem trazendo m _um vagão c1_nco ca daveres co m as cabeças decepadas pelos mchos, que ha,:1am atacado toda a turma de conser va, no mom ento e.11 '1::-:: ( a.e: 1 horas ), desca rreg ava m as ferra me ntas. . .
E ss e - facto alarmou toda a estrada, e os Jo r naes de S. Paulo
descreveram com côres negras. Foi o quanto bastou para 9-uc
os trabalhadores atemorizados começassem a abandonar o serviço.
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O Sr. Dr. Sampaio Corrêa, havia trazido do Rio trezentos e tantos, que aguarda,·am em Baurú, o embarque para o serviço.
Vendo -os tro nc os sem cabeças, desertaram todos e nem um só seg uio para o tra balho.
Outra feita os indios atacaram uma turma ele serradores de
dormentes, matando dous.
Houve nova debandada.
Nessa occasiào fui obrigado a conse ntir que se fizes se uma batida no matto até o acampamento desses índios brc1.vios.
Travou-se então, um conflicto entre os indios e os traba lha dores.
Em outra occasiào atacaram uma turma composta de um
agrimensor e quatro operarios na linha já em trafego.
Estes se refug iar a m cm uma casa de turma no kilometro 2 70 .
Xão podendo os indios matal-os incendiaram a casa onde todos morreram queimados.
Xa zona flagellad a pelos selvagens só se podia trabalhar tendo turmas armadas de carabinas para garantir os trabalhadores que recebia m tambem com,J ferramenta uma carabina. Para ô lad o Je Esperança, os trabalhadores eram transportados pelo Lloyd.
Tive mais no correr dos trabalhos a g ra nd e d iffic uld ade causada pela guerra elos jornaes italianos de S. Paulo, que tiveram repercursà o na Italia, aconselhando aos seus patr icios a não tra balharem na estrada, porque a Ernprcza os pagava a tir os ou os enforcava e depois os atirava ao rio.
Fui obrigado a pedir ao Governo uma syndicancia.
Todas estas difficuldades foram vencidas com uma tenacidade e pacic ncia c va ng clicas.
Ainda este a11110 cm Abril, rebento u e m toda a linha uma gra11dc parede, a primeira em dez annos de trabalho.
Já o ( ro ver no· estava então de posse ela linha de Itapur a a
Cor umbá.
O Go·erno de S. Paulo pôde felizmente evitar que a parede tivesse conseq ue ncias funestas, mandandu para I3aurú, uma g rand e for, a de_ policia que espe r ou o trem dos paredistas e os deteve ameaçando-os.
Até que o Governo fornecesse {t Companhia recursos devi dos para pí..! g a me nto aos trabalhadores mal aconselhados, perma necera m e m Baurú, mais ele 800, depois de terem feito depredações na l i nh a, arrancando trilhos e destruindo obras de arte.
O que maL; me sorp rehend e u ele tudo isso foi o res ult ado do inqucrito, que o (;overno de S. Paulo, pelo Secretario da Scgur i.tn, a Publica, mandou abrir por officia es de sua confiança.
,. . _l'j.ç 1 1 ,·...:rii"icado p elo inqucrito que i nte resses occultos pro
mo•c ra.m aquella parede e sobre esse assurnpto não desejo me estender e passo sem commentario.
Por ahi se póclc avaliar quanto esforço tem sido necessano
empregar para. evitar o desm oronamento de uma estrada, a mais
.. - 31
: -e essaria a r sil, e que nest es ultimos tempos tem soffr ido a
eu- er r a a mais 1113usta que se póde imaginar.
. Antes e concluir me seja licito ·faze r mais uma peque na séne e considerações que completem esta minha exposiçào.
om construcçào da Noroéste não foram, meus senhores, atendidas some nte as exigencias estratecricas de ha muito reda-
ª. das p e la Naça?, e as f ace·is commub. mcações com os paizes
vizinhos; commumcaçõcs que dentro em pouco se estenderão até o Pacifico, através da Bolivia. .
Nào. Foram abertos ao nosso paiz e principalmente ao Estado de S. Paulo, novos e grandiosos horizontes.
Quando construia a Noroéste, imaginei estudar uma linha que ligasse o Pacifico com o Atlantico com um percurso total de
4.594 kilometros, sendo do Rio a Corumbá 2.294, e de Corumbá ao Pacifico, no porto de Malengo, no Pet;Ú, 2 .3 00 , passando por Santa Cruz de la Cierra, Cochabamba, La Paz; ou dir e ctamente ao porto de Antofogasta, no Chile, com um percurso tamb em
. approximado de 2.300 kilometros de Corum0á.
Esse traçado será executado pelos nossos vindouros, como vimos de executar aquelle de nossos antepassados, a Noroéste.
Quem percorrer os 437 kilome tros, que se alongam de Baurú a Itapura, verificará que sem solução de continuidade não existe em todo . o paiz um tão vasto percurso de linha ferrea, onde a par de um feracissimo sólo se descortinam mattas privilegiadas que se perdem nas orlas do horizonte, tudo desafiando a cubiça do homem.
E além do mais, senhores, é a via larga que nos põe em
contacto com o mais rico dos Estados do Brasil, o Estado de lVIa tt o Grosso ainda desconhecido e inexplorado.
Não é uma declaração de fantasia a que lhes exponho e contra a qual se levantaria a madureza dos conceitos e a reflexão, que só a pratica dos arinos e da idade i,1os póde . ar.. .
Mas, senhores, as lavouras de cafe, como Ja tive occas1ão
de affirmar, vão surgindo como se obedecessem ao impulso de
uma vara mag ica.
A Noroéste começa a ser povoada por uma pleiade de
pioneiros fluminense e minei.ro , como os que outr'ora povoaram as margens da Paulista e pnnc1palmente da :Mog yana.
d
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E' com o concurso de tão excellentes elementos de compe
tencia de trabalho, cheios de ambição . leg itima , que a Noroéste· será, dentro de muito pouco tempo, um dos maiores celeiros da
Nação. r •
E, senão, ,...vejamos : a grandez do F ar-" ' cst americano se
fez com a plantação intermina dos s us milharacs, formando um dos mais sorprehe nd entes golpes de vista, que ao oJ.har do hom m é dado observar, e sobre aquelle typo de lavoura a Republica Americana firmou a sua hegemonia como paiz agrícola. Espero que, dentro de poucos annos, a Koroéste, tambcm pela possível
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diversidade de culturas adaptaveis ao seu sólo, virá occupar, senão papel preponderante, pelo menos um dos primeiros lugares entre as estradas de ferro brasileiras, que servem de apoio á nossa grandeza e desenvolvimento.
_ A c. omposiçào geologica do sólo por ella atravessado não
deixará falhar o nosso prognostico, quanto ao successo que lhe está reservado no futuro.
De um lado as terras de massapé roxo, de roxo puro e as terras baix as , estas em mais de I oo kilometros de extensão, são symptomaticas de que a mais favoravel polycultura, sobresahindo a importante industria e cultura da borracha será a característica prepond erante daquella vasta região.
De outro lado, a bellissima conformação topographica, onde o sólo se desdobra por collinas de declives suaves e ligeiros, nos indica que para alli continuará a affluencia de elementos empre hcnded ores e com el1es consequentemente uma massa accentuada de bons colonos.
E será, dando vida a essas regiões fadadas á riqueza, que conseguiremos attingir os nossos grandes destinos, dando ao paiz os meios de sahir da premente situação por que passa neste mo-
. mento, e só assim resolveremos os nossos problemas economicos que estão subordinados positivamente á grandeza e á prosperidade da agricultura nacional, e para cujo desideratu n não devemos medir esforços nem sacrificios ! !
Assim, pois, meus senhores, concluindo, faço ardentes votos para que a Noroéste preencha os seus grandes destinos.
:Nào cabe aqui destacar elogios a este OlJ áquelle, porque muitos foram os Brasileiros que trabalharam nesta obra meritoria. Desde 1870, ao terminar a campanha do Paraguay, nos
- governos monarchicos, os nossos estadistas pensavam na realisação deste problema que julgavam sem solução, e que, apezar da cla rividencia da execução deste trabalho patriotico, não tiveram a necessaria coragem de abordal-o, cabendo aos governos da Repu blica realizal-o, dando o exemplo . de que devemos marchar para a frente na senda do progresso.
Todos quelles que se interessam pelo progresso da patria e conhecem .as difficuldades que assoberbaram a execução desta grande obra, farão a . devida justiça, dando a sua gloria, não aos "Seus e x ecu tores, não áquelles que nella empregaram os seus ca-
. pitacs, mas sim á Republica, aos seus governos que, a par dos
maoi res tropeços e difficuldades, e assoberbados por lutas succes
sivas, têm, não obstante, sabido comprehender o progresso é a felicidade da patria. E, meus senhores, não ha negal-o, a Noroéste é um exemplo frisante do que affirmo. Tenho concluído. >>
•
EXPOSIÇÃO
SOBRE A
Estrada de ferro Noroeste do Brasil
PELO
Dr. João Teixeira Soares
•
..
lr::::::©==J!lr::::::©==Jllr::::::©==Jllr::::::©==JIEC½c:
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil
A leitura do brilhante parecer do illust re Sr. Dr. Carlos Peix oto sobre o OR : A ME NT O DA RECEITA me obriga a dizer algumas palaTas a respeito da construcçào ela Estrada de Ferro Itapura a Corumbá, afim de defend e r a r esp onsabilidade dos que collabora ram num contracto que não póde de modo alg um ter concorrido para a formação do juizo que S. Ex. mani festou acerca do reg imem a q ue ficou elle sujeit o.
...-. const rucçào daquella linha foi contra ctada com a Com panhia de E strad as de Ferro Xoroestc do Brasil. da qual eu era então Presidente, o que me dá "o dir e it o e me põe na obrigação de explic ar os antecedentes e desenv ol vim ento da questão.
O governo, le ·ado por motivos de ordem intcrna.cional, ent endera dever providenc iar com ur ge ncia sobn' a extensão de noss a rêde ferro-viaria até ás marg ens do rio Paraguay, e parece ter julgado prefe ríve l o alvit re, que tiver a a appro·açào do nosso Club de Engenharia, de leva r essa viação até á fronteira da Bolívia, para assim poder estabelecer a ligação com o systema f e rro-viario deste paiz.
Como fossem as li nh as da Companhia :Noroeste as que se acha va m então mais adiantadas naquclla direcção, ente nde u o Governo ser prefe ri vel entra r em accôrdo com ella para a reali
zação do plano que decidira executar.
Não sendo possív el á Compa nhia leva nta r de prompto, por meio de garantia de juros, a g rand e somma de capitaes neces sarios, sem serem feitas novas concessões, qu e tornassem os títulos da Companhia mais procur ados, o Governo, depois de muitos exames da q ues tão, res olveu adoptar o regim c n da lei n. 1.1 26, de 15 de DC'zembro de 1 903.
O Governo teve motivos para nã o res g a tar o trecho da
linha já constr uid o sob o regíme n d e garantia de jur os, ficando toda a linha proprieda de sua e sujeitando-se ás mesmas condiçôes de arrenda ment o, como parecia ser prc fcrivel ao inter esse publico.
A muda nça , pois, do traçado e do regímen não foi de ini c i a ti va da Companhia e nem negocio por clla promovido; foi acto muito estuda do e reflcctido do Governo, que ente ndeu assim consultar i nt eresses nacionaes da maior rele va ncia.
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Disso s e co m ·e nceu a Comp a nh i a , q ue não hesit ou e m col laborar para ,.a s ua rea liza ção, ta nt o mais qua nt o a modificaçflo do traçad o dava il sua estr ada uma enor me imp or ta ncia estrate g ica e co mmercia l.
Tend o a D ir ec toria d a Com panh ia e x pos to ao Exmo. Sr.
Conselh eir o Affonso Penna , P resid e nte da IZepublica , julg ar im possivel a constr ucçà o da linh a pelo preço e no praso exig idos, e m vist a das difficuld adcs que offerec ia m as pessimas circ umsta ncias locaes, declarou-lh e S. Ex. não _ se r licito ao Governo fa ser lar g uezas s impl esme n te por SP preverem difficuldades que podem fa lh a r , a ccresccnt and o que, na ex ec ução, um a vez verificada a im porta ncia dos dam nos ca usa.dos, p oderia o G o verno ter jus tifi ca tiva para actos de equid a de, a p cza r d e, t a nt o elle co mo o seu
:Minis tro, julgarem o pr eço já muit o elevado.
Ist o pareceu-m e jus to, e o communiq uci ao Dr. J oaq uim
:Wi ur ti nh o e Senad or Azeredo, declarando que, s e elles me g aran tisse m o co ncur so par a a obtençã o de uma eq uida d e e m occa sià o o p portun a, e u en volveria a Companhi a nesse g rand e emprehend i
.me nt o, n.os. termos propostos pd o Governo, por mim considerados 111e x e qm,·c1s.
Como aquelles illus tres matt o-grossense s, vis se m que, s e fosse aband onado o projec to naq uclla bccasià o, ficaria a d iad o i nd efini dame nte aque11e mel hora me nt o indis p e nsa ve l ao e ng rand eciment o do seu E s tad o, pr o metteram o co ncurs o ped id o e m caso de ficar provado que o prazo e o p reço e ram i ns ufficie n tcs.
Sabia p e rfeitament e a Comp a nhia sé> p oder collocar abaix o do par os títu los que ia r e ceber em pag a me nt o e que os tr abalhos nas margens dos rio s T ie té, P araná e P a ra g ua y se r ia m ca rís s imos por ca us a do pcssimo clima, e a i nda mais que, nas marg ens elo s r io.s P a r a g uay e l1ir a nda, teria ele c onstr uir m uit a s d eze nas de kilome tr os sobr e pa nt anos.
Sabia t a mbem q ue a o bri g a çã o do ini cia r os s e n · iços do la d o do Parag uay e de accclerar os tr abalh os da li nha de Baur ú, p a ra conclnir 2 30 kilometros no prim eir o a rmo, justa ment e co m as outr as difficulda dcs acima a po nt ad a s, lh e vir i a ca usa r e nor me
. e x ce ss o de despeza, cujo total nã o podia p re ve r.
Certa, porém, es tava a Compa nhia d e que os esforços por emp reg ar não deixaria m de ser reconh ecidos pelo Governo e alcançariam o dese jado effeito d e justi fica r actos de equid ad e . S e a c mpn ·za não colh esse lucros, ao me nos evita ria a r uín a, e isso- lh e basta va , pois co nh eC'ia b e m que, em futur o p ro x im o. o valo r da est rada seria eno rm e e de natur eza a co m pQnsa r os sacrific ios que estava resolvida a faze r.
O G ove r no nã o p oderia c r e ar, no ex tr a ng eiro, títul os e g ua rd al- os cm carteira, co mo fez aqui, p a r a ir e ntr eg a nd o e m pa g a me n to á med ida do avança me n to das obras, p orq ua nt o para q ue taes ti tu los se jam validos alli é necessario a nnun ciar-lhes a
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e1_11issào publica e qu: realmente elles sejam subscriptos. Por causa distoo overno, no mteress e commum, realizou com a Companhia um accordo, certamente o melhor que elle tem feito para a emissã o de titulos. ·
A Companhia não pôde realizar a "l,enda dos titulos tão
:'a ntaj osa mc nte como esperava, porque teve de negocial-os na epoca em q ue o Estado de São Paulo estava tratando do grande empres timo da valorisação, o qual, além do endosso da Uniào, teria a garantia do « stock >> de café, e por isso a Companhia teve de acceitar para o seus o mesmo preço que os banqueiros offe reciam por aquelles titulos, incontestavelmente de maior valor.
N'essas condições, a proposta da Companhia de depositar o valor par dos titulos tornou-se extremamente onerosa.
O prospecto da Companhia ao . encetar os trabalhos era o seguinte:
O Governo· compromettia-se a pagar por kilome tro de linha, o maximo de 40 contos, em titulos que foram vendidos com
1 5 º /o de desconto.
O Governo descontaria 15 °/0 dos p:igamentos parcia es , perdendo a Companhia o dir e ito á restituiçà o das s o mmas desse desconto, s não realizass e a obra;
.A.ssi m, os 40 contos, ouro, fica, , a m reduzidos a 28, ou 47
contos, papel.
A Companhla teria, fóra dos trabalhos, uma despeza certa de:
2 :0 0 0 $ 0 0 0 para os estudos,
1 :500$000 para a administração,
10:000$000 para o excesso de transporte do ma terial metallico ( trilhos e accessorios, pontes, material t e leg ra ph ico, etc. )
900$000 para a fiscalizaçào, - sommando tudo
em 1 +:000$000
A Companhia se comprometteu a indemnisar o Governo da diffcrença dos juros pagos pela parte da emissão que, em cada periodo, fosse julgada feita em excesso sobre as necessidades do contrato, e os juros pagos pelos estabelecime n tos bancarios, onde esse excesso ficass e depositado á disposição do Governo.
Por essa obrigação e pelos juros da somma adiantada, para: refa ze r a d iffere· nça entre o producto dos titulos e o nominal de positado, previa a Companhia urna despeza por kilometro de 2:500$000, o que, junto ás despezas acima, veio red uzir . a réis
30: 100$000, papel, o saldo dis po n,i, e l.
Era pois esta somma de 30: 100$000, papel, por kilometro, com que a Companhia devia realmen te contar para a execução de todos os serviços e· para a compra de todo o material neces sario, e para o accresci mo de despezas pelo excesso de rapidez a dar ao trecho da linha, sujeito á garantia de juros:
Nessas condiçôes não é licito suppor que fosse a ganancia dos luc ros da empreitada que attrahira a· Companhia, entretanto
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dla poz mãos á obra, resolutamente, e chegou a accôrdo com os empreiteiros para que os serviç os fossem entregues a profissionaes nos quaes se pudesse depositar a maxima confiança. Do lado de Baurú, foram os serviços entregues ao Dr. Sampaio Corrêa, e do lado de Esperançéf ao Dr. Antonio Penido, devendo ambos, com a acquiescencia dos empreiteiros, e para evitar delongas, ente nder-se directamente com a Companhia.
Por seu lado, a Inspectoria }'ederal de Fiscalização das Estradas de Ferro tambem se dirigia dir ec ta men te a esses enge nheiros acerca de todos os assumptos technicos, e ordenou-lhes o estud o de muitas variantes que, tornando o traçado sob o ponto de vista technico, um dos melhores de nossas estradas de ferro, o fizera m ta mbem mais oneroso do que o estudado pela Compa nhia para o orçamento.
Essses dous distinctos profissi o na es empregaram o melhor de seus esforços, correndo mesmo risco de vida, e a ambos op portunamente fornecia sempre a Companhia amplos recursos. InfeHzmente, do lado de Baurú, os Indios, as febres horríveis das margens do Tieté e, do lado de Esperança, o mau clima e as difficuldades de recruta me nto de pessoal e regular fornecimento do ma terial , tornaram um verdadeiro insuccesso as tentativas feitas co111 os melhores ele me ntos.
f--louvc um periodo de desorientação e desanimo por causa desse ins ucesso mas, tendo a Companhia adquirido o concurso de sub-empreiteiro de grand e capacidade e recurso, d e u-se um re nas cime nto el e co nfia nça.
O sacrificio imposto á Companhia de subdividir o seu serviço, iniciando-o tambcm do lado de Esperança, aggravou-se extraor dinariamente com o facto ele tor na r-s e quasi impossível a manu tenção de pessoal numeroso no serviço, porque o seu recrutamento se tornou ex tr ema me nte diffi.cil, devido ás más noticias espalhadas sobre O clima em geral e ás seducçôes e maus conselhos dados ao nwsmo. na sua passag em pelo Rio da Prata.
Um e ng e nh eir o francez, provecto em serviços ele estradas de ferro, que veio cheio de espera nças substituir o Dr. Antonio Penido, já fóra elo serviço por doente, nad a pôde fazer e voltou inutilizado para o seu paiz.
Sem esse pesadíss imo sacrificio, entreta nto, não seria possível t' er hoJie toda a linha cntre2L. "ue ao traferess e public o, fos se n menos oneros a e desai rosa para a Com pa nh ia ; verificando que S. Ex. conh ecia mal a questão propuz cm reque r ime nt o q ue o G o ve r no ass um is s e a di r ecç ã o dos tr a balh os por conta da Comp a nh ia e só fizess e pag a mentos aos exec ut ores das obras e fornece dores do material por
<· m pr cg a r , os q uae s se g un do me dizia m eram credor es de domín io , a que m, cm caso de caducidade de contra to, o Governo teria de pagar para p()d e r t o ma r conta da linh a. P ropuz mais, no mes mo req ucrinlC'nt o, q ue o ( i-o vP.r llo ficas se com a dir ec çã o dos s e r viços até ter conh ec ime nto e x ac to do assumpto, para entã o poder delib e ra r co mo· 1hc pai·cc css e ma is e q uita t ivo.
Parecia que estas medidas, e v it a nd o desas tr es e a inturrup
<; à ó das obras, cm nad a p rC'jud icava m os int e ress es do T hesouro . F ora m, po rém, baldados os esforços de todos os int e r essa d os,
e, tendo um senh or S <'nad or por lVIa tt o-Grosso inter vind o ho assum pto com receio de paralysaçà o das obras, o S nr . l1i-n istr o meli nd rou-s e e fe z-se ent re vis t a r por um dos principaes orgàos opposicio ni s tas, faze nd o crêr que resis ti a a pr e tençôes exhorbi tantcs da Com pa nh ia.
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Qua es e ra m essas pretcnçõcs ? A Comp anhi a r e q uer i a a prorogaçào de prazo sem onus in exequive is . Iào sendo assim, não a ac ceit,a- a . Pedio ainda que o Governo assumiss e a dir ecção elos trabalhos, como é de reg ra em quasi todos os con tra tos, até q ue se julg ass e habili tado a tomar as proYi dencias que lhe pare c:cs sc m acertadas ! !!
Compr ehcnde- se que. desde que o Gove rno se mostra-, a rc
so h·iclo a ir até a caduc idad e, a Compa nhia s ó tinha um int e res
se., que ella se desse com b re,·idadc, porque as delong as com o
rcg 1 mem vexatorio, adoptado pelo Go,·erno só lh e poder ia m cau sar clamnos moraes e materiaes, ainda que fossem e,·itad as as parceles s uccpt iv eis de damnificar as obras já feitas.
A Compa nh i a não podia esperar um a mud a nça tão radical elos nossos ha bitos ad mini s trati vos e da attitude do Governo para com ella.
Até hoje ain da 1wnhum a Comp anhi a concluio uma obra sem repetidas prorogaçC>es do prazo mar cado, e a ?oroeste, apezar de tamb em nã o o ter feito, havia conseg u ido, no emta nt o, uma mé dia nu nca attingida ne m espe rada no Brasil, en treg and o promptos, 1 8 0 kilomet ros por anno.
Além diss , nã o era compr ehe nsiv el que o Governo Yi cssc
e ncontra r jámais algum i nt en 'ss e par a o Thesou ro cm chamar a si a li nh a, a me nos que não tivesse em vista alg um pr ete nd c·nt c, julg ado mais idoneo, o qual, se exis t ia , não appareceu.
E' ainda de cx tranhar que o Go,·erno, julg ando-se crC'dor da Comp a nh ia, tenh a, como o f ez, procur ado por todos os meios e modos anniq uillar o seu credit o, pondo-a em d iffi culd ades sérias, senão na imp ossib ilidade ele obter recursos para saldar o seu de bit o, quando fosse verificado e reclamad o.
Não me consta que até hoje o Gm·crno te nha recla mad o.somm a alg um a da Companhia; entretanto, na mes ma occasiào cm que clle se via na imp oss ibilidad e de effectuar o pagamento da ga rantia de juros ,·cncida. cscre,·ia , numa me ns ag em ao Congresso, qu e a Companh ia es ta,·a i ns olva vel !! !
As Comp a nhi as ele E s t radas de Ferro não procura m lu cros de emp reitada ; para n;- o correr ris co- la nçam mã o de empreiteiros gcraes que lh es garantam, com os recurs os por dlas obtidos, dar-lhes a estrada prompta e acabada.
Tratando-se cm geral de i·egiões 1:>ouco povoadas, as obri gaç,)cs emitt idas pelas compa nh i as não podem obter grandes preços. Se ha banq ueiros que as compra m e reve ndem com g ra ndes lu c ros, é que ellcs preparam os mer cados para esse fim, se m no emt ant'J participarem as Companhias desses lucros.
Parece vir do erro de attribuir taes lucr os ás Companhias,
0 pretexto das asseve ra ções de que cllas ou seus interessad os têm grandes vantagens.
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As va ntag ens pr ocurad as pelos promotor es de taes negocios consis tem na acquisição, pc1 r p reços baixos, das acções das Com pa nh ia s.
P r ocura-se construir a- e s trada - com o producto dos empres
timos; e qua ndo esse intuito é cons eg uido, t em.:se as a c ções por preços comm odos ; s e não é conseg uido, ao e x cesso eventual da cle s peza da constr ucç ão, junta-s e . o deficit do trafego nos pri meiros temp os.
Trata nd o-se de paizes novos, que as est ra das de,'·. e m desen
volver, cont am os promotores da empreza ter conservado, em mãos, um titul o ele g r a nd e valor no fut ur o.
E sse systen1a se · a in da não enri queceu muita gente. não causou, como se apregôa, tão g ra ves damnos ao nosso Thesouro e permitt io que o Brasil constr uiss e a maioria de suas estradas de ferro mais economicament e do que qualqu er outro paiz.
a Noroeste as previsões da Compa nh ia e x cederam a toda a espectativa ; nunca se deu no Brasil, uma tra nsforma ção tão cx tr aorcli naria ; a vasta região se povoou e os terrenos se valor i zaram com urna rapidez incrível.
Os banq ueir os int eressad os na Companhia favoreceram a cons tr ucçào de estradas de ferro na Bol ívia com a condi çã o de ser. pelo Gover no daquellc paiz, adoptado o plano de trazer o ma is rapidamente possível um dos prin cipaes ramos á fronteira brasil e i ra , de modo a ent ronca r-s e com a Noroeste.
Do exposto fica patente que o contra cto da Noroeste nã o foi um negocio promo vid o pela Compa nhia, que esta não foi se duzida pelos grand es lucros da empr eitada, e, finalme nte, que não foi e11a que atir ou a fü1ha aos hombr os do Governo e sim este que lh'a arr ancou das suas mãos. ·
S e ja como fôr, está o paiz de posse de um poderoso ins trument o para a sua defesa e seu progresso, por cuja falta ha meio seculo e11e e s teve exposto a desastres. E' realme nte para desanim a r ver ex posta á desconsid eração publica a empreza que o realizou e delle não teve as vant agens q ue podia legitimamente esperar.
R io de Janeiro, r .5 de Deze mbr o de 1 9 1 4.
JOÃO TEIXEIRA SOARES
RELATORIO
DO
SUPERINTENDENTE
19 16
'
Baurü, 31 de Março de 1917 .
Tenho a honra de renietter á v. s. o. relatorio desta Superintendencia relativo ao anno de 1916 p. passado.
Saudaçõ e:s
Ao l ll mo. Sr.
DR. JOAQUIM MACHADO DE MELLO
D. D. Presidente da Directoria
RIO
M. /. Machado da Costa
Superint endent e'.
Resultados financeiros
Os resultados financeiros do anno de 1916 são os mais lisongeiros que tem registado o Trafego da Estrada. liouve um augmento de 41 °/o sobre a receita de 1915 e de 52 oi0 sobre
a receita. media dos tres annos anteriores, excluindo os tr nsportes em serviço da construcção da Estrada, conforme consta dos seguintes dados:
Extensão do trafego em 31 de Dezembro de 1916, 436 klm. 345 mt.
. A receita geral de 1917 foi _. - . . . . . . . 1.549:475$500
: e a despeza geral foi. . . . . . 1.978:752$700
havendo um deficit de . . . .· . 429:277$299
A relação da despeza para a receita é de 127, 70 º º/
tendo sido em 1915 de. _ . . . . 132, 45 º /o
Comparando com o anno de 1915, temos:
Receita geral de 1916 ...... .
Receita geral de 1915 . .· . . . . . Augmento da receita em 1916-41, 14 °/o ou. Despeza Geral de 1916 . . . . . . . . .
Despeza Geral de 1915 . . . . . . . . .
Augrnento da despeza em 1616-36, 07 ° /o ou
Comparando com a media dos tres annos precedentes, e excluindo os transportes em serviço da Construcção: -
Receita geral de 1916 . . . . . . . . . Receita media de 1913, 1914 e 1915 ... . Augmento da receita em 1916-51, 22 °/o ou . Despeza geral de 1916 . . . . . . . . . Despeza media de 1913, 1914 e 1915. . . . Augmento de despeza em 1916-28, 98 °/o ou
1.549:475$500
1.090:807$267
451:668$233
1.978:752$700
1.454:115$340
524:637$360
1.549:475$500
1.017:911$582
531:563$918
1.978:752$700
1.534:181$597
444:501$103
No anno de 1916, houve, pois, um deficit de 429:277$200. Justifica-se, porem, este deficit pela deficiencia do appare lhamento da Estrada, que torna excessivamente caro o seu custeio, e pela construcção de obras novas que se tornaram indispensa veis ao desenvolvimento do trafego e segurança da linha. E' assim que a falta de officinas efficientes, além de tornar mais caro todos
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os serviços pelo maior ·custo da mão . de obra, obriga-nos a mandar fazer as reparações mais importantes das locomotivas e carros nas officinas de outras estradas, com augmento de despe zas, que muito sobrecarregam o custeio:
Alem disso, a escassez do material rodante, em face do
desenvolvimento que vae tendo o Trafego, obriga-nos a uma despeza da mesma natureza, com o aluguel .de locomotivas e carros de outras estradas.
Estão actualmente em serviço da nossa Estrada tres loco motivas da Companhia Mogyana e uma da Companhia Paulista, e o transporte de mercadorias é feito em grande parte por vagões das Companhias Paulista e Sorocabana.
Por outro lado, a Via Permanente exige um intenso serviço de conservação, aggravado com a circumstancia de um trilho de
20 kilos para locomotivas de 12 toneladas por eixo, e ã falta de um grande numero de obras accessorias, indispensaveis á segu rança da' linha. Já este anno fizeram-se muitas obras novas e substituirarn-se 170.000 dormentes, isto é, mais 80.000 dormente$, ou 144:000$000, do que seria preciso em condições norrnaes.
O quadro n.0 8 resume todas as despezas e obras extraordinarias que concorreram para a aggravação do deficit.
A estas causas, que concorrem para prejudicar a situação financeira da Estrada de ferro Noroeste do Brazil, devemos accres
cent,ar como a principal e mais prejudicial a seus interesses, as
bases das tarifas em vigôr, de que passamos a tratar.
Tarifas
Cumpre-me salientar bem a causa principal da depressão da renda da Estrada e da permanencia do seu deficit.
Ao passo que a Paulista, a Mogyana, a Sorocabana e outras estradas, mais bem situadas e em melhores condições de trafego, gosam da vantagem de uma taxa cambial, que lhes permitte
actualmente elevar seus fretes de 40º /o, a Noroeste continúa a
cobra: os seus transportes por uma tarifa minima, calculada ao cambio de 20, e isto numa crise de cambio baixo e de carestia de todos os materiaes de custeio, que tem obrigado todas as emprezas de transportes a elevarem consideravelmente os seus fretes.
A Companhia Estradas de ferro Noroeste do Brazil, em requerimento ao Governo federal, reclamou contra esta injustiça e expoz a sua situação precaria, devida á insufficiencia dos fretes, que não lhe permitte fazer um serviço a contento do publico, nem melhorar a sua situação economica, e pediu autorisação para adaptar uma tarifa cambial, a exemplo das Estradas visinhas,
ás quaes se tornou indispensavel esta concessã, o especial, para
poderem offe_recer ao publico as vantagens que de facto offerecem.
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O Governo porem inde!eriu este requerimento, persistindo, assim, para a Noroeste uma. situação precaria, que não lhe permittirá melhorar os seus serviços, nem satisfazer as necessidades recla madas pelo grande desenvolvimento da zona a que serve.
E' sta u a 9uestão que deve ficar de pé, para que a No roeste possa att111S"i o grau_ de prosperidade a que tem direito, e para a qual sohc1to especialmente a attenção da Directoria.
O quadro nume ro ' 3 dá o resumo do movimento com mercial da Estrada desde o an110 de 1906 em que se inauaurou o trafego, com uma extensão de 48 kilometros, até o ultimo nno.
Trafego
O quadros annexos representam o movimento do Trafego desde o seu inicio até a presente data, notando-se um notavel augmento no anno de 1916.
O serviço de passageiros, sobretudo, já excede á capaci dade dos nossos· trens, tornando-se indispensavel o seu augmento, o que será levado a effeito pela inauguração, em 2 de Janeiro proximo futuro, de um trem diario entre Baurú e Araçatuba.
No dia 13 de Outubro do corrente anno foi inaugurada a estação de NOGUEIRA situada no k i1omet ro 36. ·
Acham-se em estado adiantado de construcção as estações de Cincinato Braga, no kilometro 100· e Biriguy, no kilometro 262, que poderão ser inauguradas no proximo mez de Março.
Ha pedidos da população para a abertura de estações em novos centros de producção, que são objectos de estudos da da Administração, estando já projectada e dependendo de appro vação do Governo, uma estação de terceira classe no kilometro 64.
Annexo a este o relatorio do Chefe do Trafego no qual este distincto funccionario apresenta dados e informações interes santes relativos aos diversos serviços a seu cargo, sobre os quaes não careço insistir.
Locomoção
O serviço de tracção e locomoção resente-se não só da falta de material rodante, como principalmente dos meios para reparar o que se acha em serviço A construcção de officinas, em Baurú convenientemente apparelhadas para reparação de lo comotivas' e carros, é assumpto sobre o qual não preciso insistir, como uma medida das mais urgentes e indispensaveis á regula ridade dos serviços da Estrada. Para este fim a Estrada já adqui riu a area de terreno necessario á margem da linha, em Baurú, e fez a acquisição de machinismos para uma serraria no· valor de
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45:000$000 e aguarda apenas os recursos necessarios para inicio das obras montagens destes machinismos. No quadro numero
9, entre as obras novas reclamadas, consignamos a verba de
. üOú:000$000 para as officir.as.
E' tambem necessario construir depositos para carros e lo comoti'.;as nas Fstações de Baurú, Cincinato Braga, M. Calmon, Araçatuba e Itapura, assim como armazens para guardar materiaes de consumo.
A insufficiencia das caixas d'agua é outro motivo de apre hensão para o serviço do Trafego. Situadas a uma distancia media de 50 kilometros, com pequena capacid ad e· e alimentadas a bomba, é com difficuldade que um trem de carga faz este percurso, podendo o simples desarranjo de uma bomba trazer grandes perturbações ao movimento dos trens.
E' urgente, pois, que se installem mais oito caixas dagua, que constam da relação das obras novas a executar e cuja ur gencia se accentúa com o desenvolvimento que promette o tra fego no proximo anno.
No relatorio annexo do Chefe da Locomoção, que com grande competencia e dedicação tem desempenhado as funcções
de seu cargo, encontram-se dados e esclarecimentos completos, sobre todos os serviços desta repartição
Material Rodante
A despeito das difficuldades acima referidas, acha-se· o ma terial rodante em bom estado de conservação, graças ao esforço do nosso pessoal e ào auxilio prestado pelas officinas das Com panhias Paulista e Mogyana.
No corrente anno o material rodante foi accrescido de tres carros de primeira classe e tres de segunda classe, comprados á Companhia Edificadora, e. de 10 vagões para mercadorias, trans formados de 10 pranchas nas officinas da Companhia Mogyana.
O Governo f ederaJ, pelo aviso n·o 16 de 28 de Janeiro de 1916, determinou que a Estrada adquirisse o material rodante que consta da relação numero 9. Com a acquisição deste ma terial ficamos com um effectivo sufficiente para todas as ne cessidades do Trafego.
Via Permanente
.Muito intenso foi o serviço da conservação da Via Perma nente, conforme já tive occasião de referir, tendo-se feito muitos trabalhos de consolidação de aterros, lastramente e obras novas.
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foi a erta a exploração da pedreira de Araçatuba, que já tem forne_c1do pedras para a construcção de boeiros e consolidação de diversos trechos da linha.
No relatorio do Chefe d.a _Lin a, annexo ao presente, acham-se expostos com notavel prof1c1enc1a todos os dados e esclar eci mentos relativos a esta Repartição·
Obras Novas
Muitas obras foram executadas e iniciadas no anno findo conforme constam da relação numero oito·.
Entre estas figuram com·o principaes a construcção de uma
plataforma com 130 metros de comprimento e bôas accommo da ?e.s para passageiros, na estação de Baurú; augrrento do ed1ftc10 do restaurante e plataforma na estação de Presidente. Penna, reclamado pelo crusamento dos trens de passageiros e refeições naquella estação. Edifícios para o Almoxarffado, armazem de viveres, deposito de materiaes e de inflammaveis em Baurú. Armazem para mercadorias na estação de Itapura. Desvios nas estações de Jacutinga, Presidente Alves, Presidente Penna e Baurú; boeiros e drenos na linha e outras obras de menor im portancia.
No quadro n.0 9 indicamos as obras novas que julgamos mais urgentes, e as despezas para a consolidação da Via Perma nente, assim· como o mat.erial rodante exigido pelo Aviso n.o 16 de 28 de Janeiro de 1916, do Ministerio da Viação, tendo sido já adquirida uma parte deste material, conforme consta d.o mesmo quadro.
Estas despezas, incluindo o material rodante, importam na quantia de 4.736:253$025 que, naturalmente, não poderão ser realisadas em um só anno e sim distribuídas por lres ou quatro annos successivos, conforme permittirem os recursos da Estrada. Ha, alem destas obras, outras a executar, como sejam, sub stituição das pontes provisorias de madeira, estação de prime ira classe em Baurú, rotundas para locomotivas etc., que, por serem
menus urg ente s,· deixamos de tratar no presente relatorio.
Serviço Sanitario
A despeito de lhe ter sido negada pelo Governo federal a auctorisação que pediu para consignar uma verba especialmente para este serviço, a Administração da Estrada tem empregado todos os meios a seu alcance para attenuar as condições de insalubridade da zona, aggravadas este anno pelas chuvas mais abundantes. Alem dos meios de prophylaxia fornecidos ao pessoal, a Companhia tem soccorrido com medic mentos,_e servi o medico e hospitalar aos empregados accommethdos de 1mpalud1smo.
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Confiamos, porem, que o Governo, m1is bem inspirado pelos deveres de humanidade que assistem á Admin istraçâo da Estrada, reconsidere o seu acto, concedendo-lhe os i·ecursos . pe didos para que, com mais amplitude, póssa attender a tão huma nitarios deveres .
Pessoal·
O pessoal da Estrada tem correspondido á confiança da Adm ini straçã o. distinguindo-se todos no cumprimento dos seus deveres, cumprindo esta Superintendencia consignar aqui um voto de louvor a .todos e especialmente aos ..senhores Chefes de serviço.
Baurú, 31 de Dezembro de 1916.
0 /t / 0 fia c•/i reclo t'k Y8ojk
SVPERINTENDE'NTE
..
QUADROS ESTATISTICOS
E
DIAGRAMMAS
•
55 -
Estrada de Ferro Noroeste do Brazil
•
Humero dos Quadros e Diagrammas Annexos ao Relatorio:
l - Quadro das estações em 31 de Dezembro de 1916.
2-Quadro da receita e despeza geraes desde 1906 até 1916.
3 - Quadro demonstrativo da rece'ita e despeza desde 1906 até 1916. - 4-Quadro das receitas e despezas medias desde 1906 até 1916.
. 5-Quadro do movimento de passageiros desde 1906 até 1916. 6-Quadro demonstrativo da receita do anno de 1916.
-Quadro da distribuição da despeza no anno de 1916.
- Quadro das obras novas e serviços extraordinarios execu tados em 1916.
- Quadro das obras novas e serviços urgentes a executar.
10-Diagramma da receita e despezas geraes desde 1906 até 1916. 11 - Diagramma da receita e despeza medias por kilometro ..tra
fegado desde 1906 até 1916.
12 e 12 bis- Diagramma da receita e despeza medias por trem e por vehiculo kilometro desde o anno de 1906 até 1916.
Diagramma do numero de passageiros transportados desde 1906 até 1916.
Diagramma de passageiros klm. desde 1906 até 1916. 15-Diagramma de passageiros klm. desde 1906 até 1916.
16-Diagramma dos transportes effectuados nos annos de 1914,
1915 e 1916,.
17 - Diagramma da receita e despeza durante o anno de 1916. 18- Diagramma dos percursos medios.
19- Estatistica do numero de pés de café existentes na zona.
Baurú, 31 de Dezembro de 1916.
M. j. Machado da Costa
- 56 -.
[iJ
Estrada de Ferro Noroeste do Brazil
Quadro das estações em 31 de Dezembro de 1916
Estações
Baurú
Vai de Palmas . Presidente Tibiriçá. Nogueira
Jacutinga Kilometro 64.
Situação
klm.
o
10 1
25 1
36 1
48
64
Altitude
met ros
491.000
564.000
543.600
515.600
460.000
519.000
Data da inauguração
27 de Outubro 1906 1 11 11 1909
27 11 11 1906
13 11 11 1916
26 11 11 1916
((Estação projectada)
Presidente Alves
71
557.200
27 de Outubro 1906
Toledo Piza .
83
549.800
1 de Junho 1909
Lauro Müller
92
536.800
27 de Outubro 1906
Cincinato Braga.
100
500.000
(não inaugurada)
Presidente Penna
· 125
416.000
16 de fevereiro 1908
Albuquerque Uns .
151
396.400
16 11 11 1908
Hector Legrú
178
411.000
16 11 11 1908
Miguel Calmon.
202
416.400
16 11 11 .1908
Pennapolis
220
390.000
2 de Dezembro 1908
General Glycerio
240
371.000
1 de Outubro 1908
Biriguy.
261
383.190
(não inaugurada)
Araçatuba. .
281
386.200
2 de Dezembro 1908
Corrego Azul
301
311.600
31 de Dezembro 1908
Aracanguá.
322
294.660
1 de Maio 1909
Anhangahy
340
290.000
1 li li 1909
Manso do Bacury .
357
288.000
13 11 11 191O
Lussanvira.
387
289.100
13 11 li 1910
Ilha Secca. 1
404
287.000
13 11 li 1910
Itapura .
437
277.000
13 li 11 191O
Baurú, 31 de Dezembro de 1916.
M. }. Machado da Costa
- 57 -
Estrada de Ferro Noroeste do Brazil
Quadro da receita geral e despeza geral de 1906 a 1916
Armo I Extensão em l
I Trafego 1
Receita · 1
1906
1907
190S
1909
1910
1911
1912
1913
1914
1915
1916
1
48
92
202
327
402
437
437
437
437
437 ·
437
17:568$030
64:602$323
47:034$293
l 71·850$370 426:933$739
574:181$840
867:907$200
1.171:525$240
1.295:992$180
1.276:190$950
1.097:807$267
399956$801
818:856$801
797:928$757
1.148::398$660
1.305:502$340
1.497:159$380 j 1.651:270$070 1.454:115$340
228106$431
391:923$062
223:746$917
280:491$460
133:977$100
201:167$200
375:079$120
356:308$073
429:277$200
1.549:475$500
1.978:752$700
1906
1907
190S
1909
1910
1911
1912
1913
1914
1915
1916
1
48
92
202
327
402
437
437
437
437
437 ·
437
17:568$030
64:602$323
47:034$293
l 71·850$370 426:933$739
574:181$840
867:907$200
1.171:525$240
1.295:992$180
1.276:190$950
1.097:807$267
399956$801
818:856$801
797:928$757
1.148::398$660
1.305:502$340
1.497:159$380 j 1.651:270$070 1.454:115$340
228106$431
391:923$062
223:746$917
280:491$460
133:977$100
201:167$200
375:079$120
356:308$073
429:277$200
1.549:475$500
1.978:752$700
1
Despeza Deficit
143:981$321
•
250:274$506 1 106:293$185
Baurú, 31 de Dezembro de 1916.
M. J. Machado da Costa
r
• ,··',
. .
. .
',,
'. :Y
ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRAZIL
Quadro demonstrativo da Receita e Despeza dos annos de 1906 até 1916
1907
1907
DES IGNAÇÃO 4.o T ri mestre
1 906
1908
1 1
1909 19 10
1911 1912 1913 1914 1915 1916
1 1 1
R E C E I T A
1
1
Viaj ant es . 7:378$7201 47:947$29 0 70:194$ 0601 93: 529$076 l 14:172$6591 182:6 78M 40 289:854$7 501 340:377$060 321:838$7701 379:678$0 1 O 53 4:170$ 08o
Mercadorias 8:220$000 25:743$800 55:717$2001 108:232$000 126:952$460 200:684$590 412:637$860 540:761 $270 450:898$000 559:991$770 816:73 7$97o
Bagagens e encommenda s 565$7001 3: 491$ 1 oo f>:528$250 10:28 U 750 12:560$680 17:.!031!8 20 35:811 $980 1 43:818$ 140 46:723$4201 62:855$630 91:014$74o
Ani maes 25$400 1 548$600 1:662$400 2:630$500 3:535$820 1O:138$990 20:63 1$850 1 54:775$330 35:426$700 32:680$5001 30:344$84 o
Carros 44$700 69$5001 5 1$000 167 $5001 491$0001 509$3001 821$ 250 2 : 0$2801 1:093$900 l: 3$4201 1:040$32o
Aluguel de trens - 340$000 3:100$000 - - - - -
Telegraph o 93$600 1:299$ 14 o 2:622$600 4:930$560 7:905$240 11:053$21º1 12:882$690 1 4:465$330 1 14:160S260 20:289$0271 27:653$5 40
Rendas eventuaes 1:239$910 64:54 1$89 11 3 1:974$860 8:139$6 001 18: 412$601 30:223$970 34:768$ 300 38:359$320 51:089$708 40: : 9$910 48:214$0 10
Transportes em serviço da Construcção - - - 199 :022$753 290:15 1$380 415:314$880 364:116$56CI 261:295$450 354:960$200 -
TOTAL GERAL 17:568$030 1143:98 1 $3 21 j171:850$37ül426:933$739j5 74:18 1$8 40 j86 7 :9 07$200 jl . 171:525$240 jl.2 9 5:992$189 j1.276:19 0$95011.097:807$267,11 549:475$500
D E S P E Z A
Inspectoria Geral, Co ntadoria e Thesouraria . 11:279$314 24:106$6 75 17:42 '">$ 200 41:567$696 54:884$ 220 77:708$510 92:568$840 98:614$450 172:639$430 106:41 8$96 0 114:924$350
Telegra pho, conservacção da linh a . . 1:49 2$638 7:224$947 8:804$870 16:276$240 14:202$990 11:874$9 10 16:9 14$850 '.26:492$660 1 3:346$ 480 10:9 59$500 19: 18 1 $810
Alm oxar ifado .
{ S erviço Cent ral . . . .
2 :431 $95 4 6:615$ 277 3:727$500 2:014$735 1:200$000 1:200$000 6:284$660 7:508$570 10:766$150 14:616$ 500 12:955$720
: 1 4:508$402 9:906$331 9:992$050 10 :85 1$468 13:968$770 13:63 1$360 13:386$2 1 C 13:796$220 19:43 5$630 20:142$750 18 :881:iiiOOO
Trafego. . Serviço de trens . . . 1:502$000 · 3:463$284 7:516$88 0 13:872$278 37:170$500 28:779$650 33:586$460 34:760$720 49:537$360 32:354$120 36:360$670
Serviço das estações . . . . . 7:887$835 18:803$ 234 38:594$226 85:078$190 1 3 4:244$090 136:6 78$790 148:030$080 170,4()2$8) 8 175:765$920 129:507$130 184:951$600
{ Serviço Cent ra l . . . . . . . 1:845$ 325 6:731$30 1 6:874$090 6:650$696 13:5 79$5 1 O 8:467S450 3:485$2301 650$190 3:6 1 3$ 120 5:282$940 11 :616$ 930
Locomoção . Serviço da tra cção . . . . . . 6:507$944 28:251$9 28 48:944$630 80:420$1 78 11 3:46 2$140 165 350$950 231:369$880 227:798$600 208:561$180 169 :684$54 0 240;6 19$480
Serviço das offi cínas e deposites. 6:751$9 21 40:305$775 72:648$ 0 55 127:911 $ 11 2 76:097$935 97:074$730 137:599$740 1 44:3 98$800 128:90'.1$ 700 126:926$470 31 7 :5 8 4$81O
Sm; ço Centc,. l
. . . 1 :8 29S830 5:468$440 3:375$9901 9: 260$074 8:990$400 14:327$880 8:542$9 50 7:032$670 16:220$590 18:9 15$640 17:961 $ 400
Policia da Via Permanente: 161$5 75 541$ 720 146$790 878$0g0 3:093$100 3:89 4$400 488$6 271 228$210 602$ 110 1:073$660 400$280
Via Permanente. Conservação da Linh a . . .18 :403$585 95:896$94 1 174:276$271 419:218$432 314:078$402 536:831$730 543:39 1$550 , . 685:377$230 590:10 0$360 647:223$750 729:111 090
Conservação de edif icios. . • 1 - 2:958$663 7:540$149 1:948$8 18 12:456$680 2'.2:852$640 16:8 29$150 1 23:283$230 47:006$5':>0 47 128$010 56: 628$120
Obras Novas . . . - - - 3:208$834 - 27:225$760 18 1$440: 7;322$720 21:723$880 - 50:149$060
Serviço Comm ercial . . . . . . . . . - - - - - 2:500$000 1:274$840' 717$000 98$000 44:876$-190 74:962$37 0
Conselho de Adm i nistração e Direcção Superior - - - - - - 51:567$840 48:685$300 192:903$61O 79:004$880 94:464$0 10
T O TAL GERAL 64:602$32312 50:274$ 506j39 9:956$80118 18:856$80 l j79 7: 9 28$7571 J.148:398$66-011 .305 :502$340 1.49 7:159$38011.651 :2'i'0$070j1.454:1 1 5$ 34011. 9 78:752$700
D E F I C I'r
Defici t total . . . . . . . . . . . . . li 47:034S293l106:293S185 j228:106$43 1 j39 1:923S062l223:746$9 17!280:49 1$4601 133:9 77$1oo 201: l ó7$2001 375:079$1201 35 6:308$0731 429:277$ zoo
Extensão em trafego (media durante o an no ) . L8 _l_ 9 2 j 202 L 327 1 402 l 437 J_ - 37 437 1 437 7 . l 437
Baurú, 31 de Deze m bro de 19 16. M . }. Ma chado da Costa
l strada de Fe1"'"ro N 01,.oeste do Brazil [IJ
'
OUADlxO das receitas e despezas medias cle d e 19 0 6 a t é 18 1 G
·t
·t
-· ··------ -. ·- . . - - - - - - - ·· · - - - ---
Anno
POR K.Dl TRAFEGADO POR TREM K.LM 1 POR VEHICULO K.
., li, ..... ..
POR UNIDADE DE TRAFEGO E POR Kl M.
X 1 OBS.
-·
365$896
2:322$775
4$359
27$672
0$664
4$221
- -
1:180$349
2:720$592
2$053
5$711
0$426 1
1$203
- -
850$744
1
1:979$984
1$707
3$973
0$440
1$020
-
-
l:305$607
2:504$149
1$998
2$985
0$411
0$614
-
-
1:428$313
1:984$897
2$226
3$094
0$393
0$547
-
-
1:986$057
2:627$685
2$785
3$685
0$502
0$666
-
-
2:680$832
2:989$707
4$035
4$566
0$770
0$860_
0$068
0$110
-·
365$896
2:322$775
4$359
27$672
0$664
4$221
- -
1:180$349
2:720$592
2$053
5$711
0$426 1
1$203
- -
850$744
1
1:979$984
1$707
3$973
0$440
1$020
-
-
l:305$607
2:504$149
1$998
2$985
0$411
0$614
-
-
1:428$313
1:984$897
2$226
3$094
0$393
0$547
-
-
1:986$057
2:627$685
2$785
3$685
0$502
0$666
-
-
2:680$832
2:989$707
4$035
4$566
0$770
0$860_
0$068
0$110
lJ.J ..:: Receita Despeza Rec. Desp. Rec. Desp. • Rec. Desp.
-
1906
1907
1908
48
1
1 2 1
1 1' 1
1 1 -
1909 327 i
1910 402 i
1911 437 1
1912 437 1
1913 1 437 1
2:965$657 1 3:42$5994 3$9ó0 4$572 0$602 0$695 0$068 0$079
1914 1 437 1 2:920$345 3:778$650 3$860 4$994 0$592 0$765 0$073 0$095
1915 4371 2:512$144 1 3:327$495 4$063 5$396 0$592 0$644 0$066 0$088
1916 437 1 3:545$710 1 4:528$038 1 4$998
6$383 0$577
0$738 0$061 0$079
-- 1
----- 1
··---· . . 1 - 1 1
Baurú, 31 de Dezembro de 1916.
1W. }. Machado da Costa.
•
ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRAZlL
-- - - · - - ·--··- - - - - ·- -·· -
MOVIMENTO DE PASSAGEIROS desde 1906 a 1916
Anno : 1 i, N.o
m
-
passagei ro
!. Pass age ir os T ransp r t :idos /
Passageiros - K ilo metros
Percur so medio de um
/ úJ -= J.a cl. 1 2.a cl. j TOTAL i La cl. 2.a cl. TOTAL I.a cl. i 2.a cl. 1 TOTAL
=1 =9 0=6=
/*1 =='
4s ==;== = 9=7= c===.3== 6=76=,=5 =:==j!
.3==7 7=,3=5 == 1c
1907
1
92
593
17.746
18.339
41.510
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Baurú, 31 de Dezembro de 1916.
M. }. Machado da Costa. J •
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Demonstração da RECEITA e DESPEZA do anno de 1916 .
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Agosto .
Sd emb ro . . . Outubro . . . Novemb ro . . Dezembro . .
Despczas do f s-
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647:322$2701412:751$4901389:410$8501
839:958$2401192:635$970l
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Baurú, 31 de Dezem bro de 1916. M . }. Machado da Costa.
62 -
Estrada de Ferro Noroeste do Brazil
Quadro da distribuição da DESPEZA no anno de 1916
DESIGNAÇÃO TOTAL POR I .
M i xtos .
TRENS
, . . · - - - ·- - ··· - ··-·· 11- - - ···- ··-··-;-- - - - - - - ,·-- - - - , - ··- --- - - -- -
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1
Pela repartição do Trafego, o custo do trem k il ometr o foi
<> seg u i nt e :
$7-10 !10 armo de 1914
$(175 110 armo de 1915
$7ó7 110 armo de 1916
Vagões
E' de grande monta a falta de vagões para os diversos t ra nsportes de nosso tra fego. Isso nos tem comp llido a utilisar vag ões das Estrada s Sorocabana R. Company, Companhia Paulista de Estradas de ferro e Estrada de Ferro de Itapura a Corumbá, sendo que, de cstadiJ, durante o anno de 1916, tivemos que paga r ás dua s primeiras Estradas a quantia de 53:436$280, ha vendo, a estadia de nossos vagões naquellas Estradas, rendido unicamente a quantia de 6:972$520. .
Este serv iço obedece ao regímen de intercarnbio de mate rial rodante adoptado nas f-j; tradas de Ferro que mantee m trafego mu tu o. A falta, porem, de vagões nossos para attender ao serviço cie nosso tra fego não tem permittido que o intercambio seja mais ou men os equitativo. E, assim , entraram para a nossa linha,
- 77 - ·
durante o anno de 1916, 2.229 vagões das estradas estranhas o que repr senta uma. media de sete vagões por dia, sem contar os os Dommgos e dias feriados em que não circulam trens de mercadorias.
Estaçõe's
fun.ccionam reg larmente vinte .e uas estações e dois postos telegraph1cos, respectivamente em C111c111ato Braaa no kilometro
100 e Biriguy, no kilometro 262, havendo-se feito' a inauguração na estação NOGUEIRA, no kilometro 36, a 13 de Outubro do corrente anno de 1916.
A maior parte, porém, das estações, não comporta o mo vimento de mercadorias, pela exiguidade notória de seus armazens, especialmente as estações de Jacutinga, Presidente Alves, Toledo Piza, Lauro Müller, Presidente Penna, Albuquerque Lins, Penna polis e Araçatuba, cujos armazens carecem de augmento já.
lnclue-se nesse caso a estação de Itapura que, annualmente, com as periodicas enchentes do Rio Paraná, que difficulta a sua travessia na Estrada de ferro ltapura á Corumbá, a ponto de paralysar o seu trafego - lucta com sérias difficuldades para o arma zenam ento das mercadorias que ficam ali retidas a espera de transportes da Estrada de ferro de ltapura á Corumbá, não obstante haver a Noroeste do Brazil procurado, em tempo oppor tuno, vencer essa anomalia, fazendo construir, no corrente anno, um grande armazern naquella estação.
Pessoal
O pessoal da repartição do trafego, cornprehende tres secções: serviço central, com 6 empregados; serviço das estações, com
131 empregados; e, serviço dos trens, com 18 empregados - havendo , pois, ao todo, 155 empregados.
Nos quadros annexos, sob num ros 5, 6, 7 e 8, encontram-se
descriminadas e comparadas nos ultunos tres annos, as d spezas occorridas com o pessoal e material empre ados nos se_rv,1ços e trens, nos serviços das estações e nos serviços da Adm1mstraçao Central. .
O pessoal desta repartição tem se esforçado para, na medida
de suas forças, dar completa exacção dos s us de er s. Entretanto, faz-se mister notar que a sua remuneraçao, pnncipalmente nas estações da zona palustre, é muito deficiente, o que, té certo ponto, não permitte a admissão de empregados verdadeiramente
habilitados para o serviço.
78 -
Releva notar ainda a falta de commodos naquellas estações e a falta, quasi completa, de recursos que possam offerecer-lhe a estabili dade prec isa naquella região.
As febres pal ustr es, por sua vez, têm atacado o pessoal e
não é sem g ra nd es d i ffi cu l dades q ue se o conseg ue para de sem penh ar os c:.1rg os naq u ell as estações, sendo forçoso manter sem pre, 11 0 tem po das chu ·as, empr egados de reserva para a su bst i t u ição im mcd ia ta dos q ue adoecem.
Linha Telegraphica
O depa rtam ent o da linha teleg ra ph ica, CUJOS serviços e des pezas estão d esc rim i nados em um annexo ao presente relatorio, está sob a fi scali záção desta repartiçio.
A li n ha teleg ra ph ica que possuimos e que é servida, por do is fios u n icament e, send o um para o telegrapho MORSE e ou tro para o INCiL EZ, não é basta nte para comportar os serviços que temos cm nossa li nh a.
A' gra nde q ua nt idade de teleg ra mma s parfr.:ulares, referida
em ou t r·a par te deste relatori o, deve mos accrescer o consideravel
serviço tcleg ra pli ico da Estr ada propr iamente dito, telegrammas passados por todas as repar tições em g rande numero, e por todas as esta ·<1 es nos serv iços de av isos e licenças de tr ens, etc.
Dando- se prefcre ncia aos teleg ra rrnna s de serviço, como de term i na n rrg ulJ m cn to, temos q ue, o serv iço privado soffre com isso ra11dc a trazu , o q ue, possi ve lmente , não offerece ao publi co e ao co111111 e1-cio cm ge ra l as va nta g ens que pod er ía mo s offerece1: si, para isso, t i vcsscmos mais um fi o teleg ra ph ico directo entre ;is estaçôes de Ra urú e Cal mon.
Accidentes
. / pe n;is u rn acc iden te im po rta nt e, ma s infelizmente de muita gra '1da dc, occnrre u d uran te o ann o.
_ Teve logar na ta rde de 3 de Junho de 1916, as 17 horas. quando regressava da tu rma 29, onde fôra levar o pessoal da via per ma nen te que d ur a nt e o d ia se empregara nas immediações da r tação de Pe1111ap ol is no carrega ment o de dormentes, a mil e q u i nhent os metros da turm a, no kil ome tro 228, na entrada de uma cu n ·a, em pleno ca mp o, descarril ou o tender da locomotiva
3, q ue v i nha de recú o., resultand o tombar a locomoti va, que
fi cou atravessa da sobre a l111ha .
. Neste acci_de n!e, pereceu ?oterrado pela locomotiva, o Mestre de linh a A11 to 111 0 Fernand es, ficando gravemente ferido no braço
- 79 -
esquerdo o m1chinista Horacio Lima, bem como queimado em diversas partes do corpo, tendo-se felizmente restabelecido e sendo preciso soffrer a amputação do braço.
Os demais accidentes foram de pequena importancia, não resultando delles, prejuízos pessoaes ou materiaes.
Trafego Mutuo
Com a entradá da Noroeste para a Contadoria Central, em
·1º de Maio do corrente anno, mantemos, actualmente, trafego
mutuo com as seguintes Estradas de ferro:
São Paulo Railway Company
Companhia Paulista de Estradas de ferro Companhia Mogyana de Estradas de ferro Sorocabana R. Company
São Paulo Northern Railroad Company
Companhia Estrada de ferro do Dourado Companhia ferroviaria São Paulo Ooyaz Companhia Campineira de T. L. e força Estrada de ferro Itatibense
Estrada de ferro funilense
Estrada de ferro São Paulo e Minas
Estrada de ferro Melhoramentos de Monte Alto Estrada de ferro de ltapura a Corumbá
Eis, p01s, em resumo, o relatorio · desta Repartição.
Baurú, 31 de Dezembro de 1916.
M. Brandão
CH Ef E DO TRAFEGO.
RELATORIO
DA
INSPECTORIA DO TELEGRAPHO
ANNO DE 1916
lc==©==J)1 lc==©==Jlc=:@=::JI
_ A_extensão total as linhas telegraphicas é de 874 kilometros e das lmhas telephorncas existentes unicamente em Baurú é de
4.500 metros.
. As offici as do telegrapho, durante o anno, executaram os seguintes serviços na conservação das linhas e apparelhos:
Defeitos corrigidos nos apparelhos Isoladores substituidos. . . . . Postes de madeira substituidos .
Postes de trilhos em logar dos de madeira . Arame empregado em amarração e escoras . . . Derrubada de matta que podia damnificar a linha Zincos fundidos . . . . . . . . . Apparelhos concertados e reformados . . . . . lnstallação de um apparelho Morse em Nogueira
42
900
1.308
51
. 2100111
. 45 k m.
1445
19
A titulo de experiencia,. foram installados apparelhos 11 Spag nolett is'1 nas estações de Baurú, Val de Pal mas, P.resid. Tibiriçá, Nogueira e Jacutinga.
Alem desses serviços e outros para a conservação da rede telegraphica e telephonica, a officina do telegrapho executou ser viços de installação e modificação de luz electrica na explanada
de Baurú e em carros de passageiros.
Atravessando a linha ferrea, em todo o percurso, por um picadão relativamente estreito, a linha telegraphica suspensa em postes de madeira tem soffrido quasi que diariamente interrupções. Para essa anormalidade concorrem ainda as tempestades, derru badas de matto pelos particulares e as queimada frequentes, factos esses que se poderiam ·evitar depois de conclmdoo alarga-
mento do picadão, já iniciado.
Pessoal
1 Inspector
1 Auxiliar .
5 Guarda-fios
4 Trabalhadores
- 84 -
Pessoal . .
, ateria ) . .
Despeza media mensal :
I..>espczas
14:746$720
4:435$090
Pessoa l
!a ter ia]
1:228$893
369$591
Baur t'I, 31 de Dezemb ro de 1916.
Ewald Hinke
-=----- - - -' -·-
Quadro comparativo das unidades transportadas nos ultirnos tres annos e seus productos :
DESCRIMINAÇÃO 1
1914
1915 1-
1916
·-
1
1
Pezo ou Quan.t Producto Pezo ou Quan.t Producto
, 1 1
« Trens de Passageiro_s » '
Viajantes em I.a classe
10.469
' 88:684$030
12.706 !
125:592$180
16.805
1
193:862$550
Viajantes em 2.a classe
• 1
71.284
233:154$740 !
78.455 !
254:085$830
110.988
1
340:307$530
Viajantes em I.a classe
10.469
' 88:684$030
12.706 !
125:592$180
16.805
1
193:862$550
Viajantes em 2.a classe
• 1
71.284
233:154$740 !
78.455 !
254:085$830
110.988
1
340:307$530
-
1 Pe,zo ou Quan.t Producto
1
Enc., bagagens, etc. (kilos) . li 552.202 46:723$420 1 675.752 1 62:855$630 1 1.031.086 1 91:014$740
Animaes, por cabeça 2.293 9:404$400 J 3.830 · 13:293$740 1 5.048 18:853$490
Telegrammas (quantidade) 17.632 14:160$260 1 23.010 1 20:298$027 33.609 1 27:953$540
1
(Y)
U1
TOTAES .
1 39 2:126$850 1 j 476:125$407 1
671:991$850
= = = = = = = =!=i== = =: = = = 1 1 1
« Trens de M ercadorias » j / /
Café . . . Mercadorias. Animaes .
Diversos . .
1.529.108
43.043.976
5.235
35:602$01 O 1 3.005.099 51:070$130 1 6.684.182
771:350$090 1 3 2.562.383 1 510:475$060 / 52.738.212
26:022$300 1 1.384 1 19:386$760 1 8.078
22:310$000 - 1 19:486$350
100:70.9$91 O
717:068$380
11:491$350
26:141$470
1 1 - - - - -
TOTAES
1 855:284$400 1 1 600:418$300 1
855:411 $11O
Quadro demonstrativo da renda, descriminada por estação, nos ultimos 3 annos
19 1-1- 1915 1<)J <>
ESTAÇ(>ES
_,_;__ _
_,_;__ _
.:,_- .:..:
.:,_- .:..:
, :.,_·-·-·----- -------_:....--·----------,---------· - -- - --··-- _,; . -- . - ----- -:: --- - - - --- -- - - --·::::-- :.-·-----·---------------
, :.,_·-·-·----- -------_:....--·----------,---------· - -- - --··-- _,; . -- . - ----- -:: --- - - - --- -- - - --·::::-- :.-·-----·---------------
-- -- - -
i Pa:-sage i ros
1k rcad ori:is Mcrc:ictorins
Baurü l b l :3 l 7S800 i ó1 :) :ü8 7$50 0 1lrJ:130$177 1 -Wb: l1ó9S-WO ! 327:725$330 1 -lSG:788$500 Vai de Pal mas 2:-l CUS320 : 3:T 31::,500 =--i:SL)S$1Sü ; -4:1 77$810 ; ():808$3 1 0: 5:(f)7S270 Pres. Tibiriç:í li 3:00bS550 !, 'J:t)-4())500 '3:J -l3 $S()0 ' J :-l:.FlS070 :· l:·22 1 $080 -UH 2$1 ()0
11 1
Nogueira 11 , --· 1 S3-l$370 · 2:127$190
Jacu tinga /i 21:(J8 2S0ó0 1 1 S:SS-4$300 '. 1 l):593$850 : 1 7:513$ 060 1 :tS:1 70$270 2():039$370
Pres. Alves 1/ l 4:-!-15$350 1 7:81 7$-tOU 1 7:2 51$800 i 17:5 :2-1$81 O j 25:SlJ-iS2üO i 3 1 :()3b$40íl
Toledo Piza 11 -l L 257S2ô0 17:8 ()5$800 1 (j:()() l $3 70 1 25:237$7 1 O 23:205 500 l 2C):594$21 O
Lauro 1 tt Iler 1 7:-i23$2f)0 'i:7t>()'3 00 Q:970$420 i 10:297$520 11:83ü$0 00 H>:710$ó I O
Cinci nat o Braga. !I/ 1 78$ '..WO 2645300 510$020
Pres. Pen na 1 3: 771$730 fJ:9'.27$-lOO 20:797$470 16 :912$400 30:723$760 28:909$720
Alb. Lins
. , 8 :'.23 3$1 l O 92:S53$300 ():883$300 7:424$160 21:ül 3$300 29:25()$800
CoIJ
He ctor Legrú 1 :óo l $820 1 C.)0$500 1 :-491 $050 729$630 2:680$370 l: 82ü$ó3 0 Miguel Calmon . 1 2:724$050 18:1 ()5$300 1 11:857$660 13:237$830 17:046$240 24:336$790 Pennapol is 28:437$100 28:410$500 i 27:862$750 18 :205'.ii,SoO 3 7:b22$98 0 51:266 $84(')
(Jeneral Olvcerio 3:715$8 00 5:268$050 1 5:193$370 1 8:463$300 6:846$300 1 14:956$050
Biriguy. · 378$600 526$35 0 1 :018$820 '
Araçatuba . 59:046$800 5:838$600 62:ü49$ l 30 1 9:743$550 40:919$540 17:208$450
Carrego Azul 562$300 1 2 .
3.0<) 4 •
1.770 ,
37.969
Ou111bro 1 7tl3 1
Nove m bro 2 8() 1
1 l. l l>2
l lJ.26{)
1.31 .1
"U 60 :
1.770 l
42.035
De1.e rn h ro
1 .-IU h
11 . 362
l8.S5 2
Ji), 157
3 888 .
851
2.7':_'i() : 1.770 11 41.519
·- - - -- - -- ·· -· ·------·-·----- -··-·r _ _ _ _
TOTAL 25.124 13(>. 781 176.(>10 37.3 40 19.1 24 : 21.420 416.390
Março 1.827 '. l 1.799
1 1 . 28
3.439
!
l .830
30.180
Abril 1.1ss ! 10.925
10.18'
3.141
1.770
27.174
Ma io 1. Fí5 j 11 . 362
1 2.652
2.70()
1 .860
29.738
Junho t: 2.012 11.7()()
1 2 .2<))
}·?º6 i
i
1. 740
31.35 6
Jul ho
L h2 .
l 1 .1 fi2
17.100
'.l:.J 30 • i 1. 800 1 38.054
Agnsto .
2.C.,• )7
l J .7l)1)
l 7.41(1
2 870 ! 3.319 i 1.8601 39,86 1
Setembro . , 1. 52 1
1 1 .362
17.760
2.4 (>2 .
3.0<) 4 •
1.770 ,
37.969
Ou111bro 1 7tl3 1
Nove m bro 2 8() 1
1 l. l l>2
l lJ.26{)
1.31 .1
"U 60 :
1.770 l
42.035
De1.e rn h ro
1 .-IU h
11 . 362
l8.S5 2
Ji), 157
3 888 .
851
2.7':_'i() : 1.770 11 41.519
·- - - -- - -- ·· -· ·------·-·----- -··-·r _ _ _ _
TOTAL 25.124 13(>. 781 176.(>10 37.3 40 19.1 24 : 21.420 416.390
i 3.315 770 ! l .740 30.496
1
11. ()2
2.lJ0 2 [ l. 740 1 37.418
FXI STENCIA [ U TILI SA ÇAO DAS LOCOMOTIVAS
Pr 1 c11 rrn em k il nmd ros Num ero ele
' locomo ti va s
de ]( )() a :">.000 . . 2
de 5.000 a 1 O.OOU . 4
ck 1n.ooo a 15.000 . 2
de 1 =, 000 a 20.000. l
de 211.000 a h .000 . 2
de '.:5.00 0 a 30.000 . 2
de 30.0 00 a 35.000 . 3
çfr 1) .000 a 40.000. 3
Sur cr ior a 40.000 . l
- 97 -
Os maiores percursos couberam ás locomotivas:
Numero 32 que fez o percurso de
11 23 " " li ,, ,,
li 41 " li ,, li
PERCURSO DE VEHICULOS
40.787
39.699
39.167
foi o seg uint e o perc ur so de carros e vagões durante 0
M EZES
il
CAR RO S
1 VAGÕES
TOTAL
Janeiro
11
63.334
1 159.591
222.925
f evereiro
66.386
1 153.019
219.405
Março
Abril.
1
i
66.022
67.017
153,539
155.627
219.561
Maio.
J unh o
li
73.875 1 68.902
242.777
Julh o .·
i, 70.330 156.0S3 -'1-')5.383
Ago sto
Setem bro Ou t ub ro
'i
l
75.253
84.926
209.1 5 6 208.905
284.409
293.831
Novembro.
:, ;
72.339
173.151
245.500
Dezemb ro .
73.544
179.129
252.673
Total (1916 ).
i1
j
878.618
,, .
2.104.14 9
2.982.767
M EZES
il
CAR RO S
1 VAGÕES
TOTAL
Janeiro
11
63.334
1 159.591
222.925
f evereiro
66.386
1 153.019
219.405
Março
Abril.
1
i
66.022
67.017
153,539
155.627
219.561
Maio.
J unh o
li
73.875 1 68.902
242.777
Julh o .·
i, 70.330 156.0S3 -'1-')5.383
Ago sto
Setem bro Ou t ub ro
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l
75.253
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209.1 5 6 208.905
284.409
293.831
Novembro.
:, ;
72.339
173.151
245.500
Dezemb ro .
73.544
179.129
252.673
Total (1916 ).
i1
j
878.618
,, .
2.104.14 9
2.982.767
anno de 1916:
·
222.64 4
,1
l 77.478 192 344 269 8?2
li 88 . 114 195: 723 283'.8 37
Anno de 1915 .
Differenca de 1915 para 1916
'1,:;-- 7-2-1-.042- - l. 68-1.925 --'--2-.4-02.96-7
ll 157.576 1 422.224 579.800
REPARAÇÃO DE LOCOMOTIVAS
Importaram em 136:346$590 as despezas de reparação de loco motivas durante o anno de 1916, conforme descriminação do quadro que se . segue:
M EZ ES li P ESSOA L M AT ER I A L TOTAL
Janeiro . li 3: 632$700 1:871$290 5:503$990
fevereiro Jtarço
3:716$100 2:491$240 6:207$340
li 4:010$950 2:981$490 6:992$440
Maio
4:228$100
3:422$880
7:650$980
Junho
4:466$000
14:997$510
19:463$510
Julho
4:300$300
10:103$040
14:403$340
Agosto . Setembro Outubro Novembro. Dezembro.
4:436$450
4:827$550
4:952$400
5:198 $300
6:019 $000
9:548$690
3:622$900
13:311$640
11:609$810
4:880$570
13:985$140
8:450$450
18:264$040
16:808$110
10:899$570
--
Maio
4:228$100
3:422$880
7:650$980
Junho
4:466$000
14:997$510
19:463$510
Julho
4:300$300
10:103$040
14:403$340
Agosto . Setembro Outubro Novembro. Dezembro.
4:436$450
4:827$550
4:952$400
5:198 $300
6:019 $000
9:548$690
3:622$900
13:311$640
11:609$810
4:880$570
13:985$140
8:450$450
18:264$040
16:808$110
10:899$570
--
Abril l i 3:762$000 3:955$680 7:717$680
TOTAL. li 53:549$850 1 82:796$740 136:346$590
- 98 -
Re fe r i das essas des pezas á unidade de trabalho, locomotiva kilometro, o custo da reparação foi de $32.7
D uarn te o anno soffreram rep aração geral 12 locomotivas, das quaes 2 feitas pela Comp. Paulista e 4 pela Comp . Mogyana. As outr;is locomoti vas soffr eram reparações leves.
CARROS E VAGÕES
1m p ortara m as despezas com conservação e reparaçã o de Carros e Vagões d urant e o anno de 191 6, em 99.538$000, con forme quadro abaixo descrim i nad o :
, E Z f· S rl: SSOA I. MA TER I A i. TOT AL
Ja neiro . 11 2:295S350 2:967$440
f·everei ro ! 2:584$400 1:645$420
Março ' 2:637S050 1:S66$520
Abril 2:649$100 3:974$120
5:262$790
4:229$820
4:503$570
6:623$220
Ma io
1li 2:87QS300 2:833$720
5:713$020
I
I
J unh o 'I 2:470SOOO 3: 074$980 Julho j. 2:51S$750 2:533$140 Agosto . 1 3:513$ 100 6:1 ()6$51 O
Setembr o 3:682$550 5:282$530 Outubro 4:373S300 14:6 14$880 Novembro 3:890S600 j 7:143S 100
Deze mb ro . 4:887$500 l :0 ! _$640
TOTAL. 1 38 :381SOOO 61:157$000
5:544$980
5:051 $890
9:709$610
8:965$080
18 :988$ 18 0
11:033$700
13:912S I 40
99:538$000
A un idade de trabalho por 1000 vagõ es-kil ometro importa
em 33$371.
REPARAÇÕES DE CARROS E VAdÕES
DF.SCRI MIN AÇÀO '. Grandes Medias Leves TOTAL
1,,
1,,
Carros r 10 8 4 22
Vagões
:i1-
12
15 18 45
1
1
!
!
Total
1: 22
I· 23 22 67
- 99
DESPEZAS OERAES QAS OFFICINAS
As despezas geraes das officinas, que comprehendem, con servação, installações, machina fixa, etc., montaram durante o anno de 1916 em 5Q:570$220, conforme· descriminação do quadro abaixo:
M E Z E S
li
PESSOAL
MATERJAL
1
TOTAL
Janeiro . f evereiro Março Abril Maio Junho Julho.
Agosto . Setembro Outubro Novembro. Dezembro.
TOTAL .
618$550
976$100
880$700
861 $200
956$150
838$350
707$450
951$700
1:251$000
1:296$700
1:938$050
1:478$200
764$420
3:457$430
1:193$240
1:560$210
4:196$450
1:793$110
1:127$ 610
1:211$750
6:551$230
2:831$370
13:360$500
4:768$750
1:382$970
4:443$530
2:003$940
2:421$410
5:152$600
2:631$460
1:835$060
2:163$450
7:802$230
4:128$070
15:298$550
6:246$950
12:754$150
42:816$070
55:570$220
, . · Al. O AR .IFÀD Ô . 'I A PE.RMAN ENTE · Tf{ AFEG O · D.l ..l:l SOS 1 · TÚT.L
Janeiro. .
l :6()2$200; l:S2JS7SO
-l20$1 no
6 5$ 440
S2S75o :
43$570
2üS7s oJ
()$540
2:1 ()1S80!) 2:S32$330
Janeiro. .
l :6()2$200; l:S2JS7SO
-l20$1 no
6 5$ 440
S2S75o :
43$570
2üS7s oJ
()$540
2:1 ()1S80!) 2:S32$330
, 't Z _fS. . Í• o I ; Ma te r i a l
Pe<;s oal _ .latcri I _.-. l' ; -t J-_ ;'1; teri I_- , ;:-,--;;- , -, llitt i:i: J 1 .•,, o.li L , l.1 1l'1i al
- -- ·- - - - ·- - _
T_
- ··-·- -- - --- _. - ·- 1 - - · - ·· -- - - · .....·- ------r-=-·....... - --- -···- - ---- - - ----·-· - -- -.···- . ---= ·=
Feve reiro . l: 289S350 I 1 :CJ28S7()0 -l20$05ü'. 421 $3()0 33$ 50 42$31 O 55 S250 J 3b$700 1:798$200 2:42C)$ l tio
Março . . 1 :207$400 1 2:62bSCJ30 4025150 : 1 :51 bS-L20 88$800 1 308$040 - 1 - 1 :t19SS400 4:451$JCJO
Abril . . 1:2()1$ 75,0 2 :325$1 50 168 S20 01 1 :050$-130 9S-rno: 3$550 3S7sol - 1:-l73$1oo 3:37()$330
1
1
Maio . . 1:131$4001 2:321$-130 1855900 2:3()--15380 l 4 200: 44$800 55$950: 7:38(10 1:387$-lSO -l:7b8 -l 70
Junho . . 1:1 ()J $ 350 i 3 : 2bOS150 292$7501 497$540 13 $ 150 i 18 $00 0 - il - l :4()7i250 3:775$()()0
Julho . . l: 94$ 750! 1:521$15 0 45Q$500 ! 8-lOS900 73$()00 ! 00$300 23$250 44$970 1:8')1 $ 10 0 2:4é>7$-i 1 O o
Agosto. . 1:100$950 1 2 :559$270 369$0.50 : 1:138$240 7SS2SO: 93$870 10 $8 00 208$860 1 :()4<)$050 4:000$2-W o Setembro . 1:368$350 1:367$490 186 $ 850 ! 721:S 180 176$2501 164$ 750 131$350 172$880 1:862$800 2:42()$300 Outubro . 1:327$250 939S600 2Q9$00 0 i l: 58 l)$ 140 7b5900 j 22$630 127 $050 ! 258$430 1:830$200 2:80C)S800 Novembro 1:893$300 1:309$700 682$400 i 1:604$320 18 $ 450 '. 6$4 70 503$500 6441003:097$650 3:564$590
Dezembro 2:037$500 3:729$450 1:1 53$ 750 ; 3: 13 2$ 350 14 1 $850 ! 207$730 480$ 200! 138$230 4:413$300 7:207$760
TOTAL 16 :915 S550 ? 5:7 l 3$060,5:63Q$700 1 5:Sb 1$73,0 777$200 / l :O16 $ 11O I :41 7$85011 :521$570124:750$300143:812$470
Durante o anno de 1916 foram executados serviços nas officinas de Baurú, para outras repartições e para extranhos na importancia de ( pessoal e material) 68:562$770, descriminados pelas diversas repartições conforme o quadro acima. ·
- 101 -
DESPEZAS TOT AES DA TRACÇÃO
As despezas totaes da Tracção durante o anno de 1916 su biram a 240:619$480, conforme o quadro que se segue:
i
i
Meze s ! Pessoal Material Total
Janeiro. . fevereiro. Ivarço .
Abril
7:350$200 8:544$140 15:894$340
I J 7:053$530 9:653$570 16:707$100 7:521$500 11:099 $61O 18:621$110
!
!
1 7:060$550 11:536$18 0 18:596$730
Maio i 7:123$000 11:962$600 19:085$600 Junho . 7:190$000 11:195$640 18:385$640
Julho
1 7:701$400 12:139$330 19:840$730
1
1
Agosto 1
Setembro.
8: 442$780 16:871$51O 25:314$290
8:217$700 12:084$670 20:301$370
i
i
1
1
Outubro . 8:332$200 13:218$690 21:550$890 No vembro i1 9:037$500 13:383$890 22:421$390 Dezembro 1 9:277$900 14:172$390 23:900$290
TOTAL
'
1
94:758 $260 1145:861$220
240:619$480
Differença de 1915 para 1916: --
li Pessoal
-
Material Total
Anno de 1916. . li 9 4:758$260
145:861$220
92:586$180
240:619$480
169:684$540
Anno de 1915.
Differença
77:098$360
17:659$900 53:275$040
70:934$940
FUNDIÇÃO DE FERRO E BRONZE
foram entreaues ao Almoxarifado para serem utilisados nos diversos serviços da Locomoção e outra repartições 30.710 ki.los de ferro fundido moldado e 13.326 kilos de . bronze fundido moldado. foram empregados durante o anno de 1916, 34.606,75
- 102 --
k i los de ·f erro fundido moldado na importancia de 11:867$_070 e O.Ql 2,S kilos de bron ze fundido moldado na importanc1a de 1 ü:762$740 nos d i ver sos sen·iços da Locomoção e outras repar tições, conforme o quadro seg u i nt e :
- ---== = = ,...,.....,,.,= = = = = ·-·= - - - · -·
Descri rn i naç iio
l'TRRO ft::-.:OIDO BROl': 7- E F U N DID O
- - --------- ··--- -- - -·- --· - -- -- ---- ·- - - - -
1s: í los l mp 0rt a,n 1:1 l
2:°u0-).J7i ?0
1.313,5
2:245$510
,, vagões . . :i 3.928 1 :2()8$860
Serv iços d i ve rsos .:i 4.7()C),95 · 1:b02$880
I - - ·· ----- - - - - -·
1 1.265
3.004,5 :
2:280$450
4:766$41O
·- - - -
Total . . 'i 3 -L606J 4 . 11:867$0 70
il
9 .91 2,5; 16:762$740
Preços med ios de fundição foram :
Ferro Fundido em obras Rronze Fundido em obras
kilo
li
$342,9 1$691
CONSU 1 0 TOTAL MENSAL DE COMBUSTIVEL, LUBRIFICANTE E ESTOPA
r ora m gas tos durante o ar1110 de 1916, 35.2 76 111 3 de lcnlia 11a i mp orta nc ia de 1 09:573Sn70, 26.860 litros de oleo na imp ortanc ia de 23:020$320 e 4.651 kilos de estopa na imp ort;111 cia de ..t:789$0SO conforme o quadro que se seg ue :
.. - - ... - - - ·
U .NH A OL FOS ESTOPA
Mc1.cs - - .. -·- - .. - -- - ----- -- ·- --- · · -· --· --- --
- - - - - - --- 1
- - - - - - --- 1
-- - -·- M . 1 -- -- -- l mpor t ancia - - - l. í tro s ! 111p o1 ta11cía Kilos I mp ortancia
Jan eiro. , , 2.168 ; 7:11 JS040 1 .3i'J6 1 :094$700 o
1
230 i 288$60
=r evcrc iro . ·I 2.341 i 7:53S$020 2.123 l:747$350 300 : 246$00o
Março . .1 2.71 4 : 8:828$7 ] O 2.113 l :759$520 322 i 2J3$06o
1
1
Abri l .,
1
1
1
1 1
1 1
2.QOO i
9 :51 2$000 1.87() 1:606$580
318
283$02o
i ai o
-1 2.8()3 i CJ:6 03 S260 2.437 1:780$750 359 : 337$52o
1
1
Junh o 1
2.90 ] 8:8 16 $ 290 2.0Q3 1:744$870 390 ! 408$65o
1
1
Julho ::.1 3.170: ():350$550 2.4 l l 2:026$440 430 ' 451$60o
3.24() . 8 :11 5$730
2.53 6
2.7()7 8:901S2 0
2.572
3.-t 1 7 10:592$200
2.216
3.335 I0 :308S480
2.481
3.426 10.80 6$ 140
·- - 1 - -- - - - - - -
2.643
3.24() . 8 :11 5$730
2.53 6
2.7()7 8:901S2 0
2.572
3.-t 1 7 10:592$200
2.216
3.335 I0 :308S480
2.481
3.426 10.80 6$ 140
·- - 1 - -- - - - - - -
2.643
Agosto ·1
1
2:135 $740 4-o9'3) . 517$95o
Set. .
: 2:167S290
'.)
627$50o
1
1
Out. ·1
: 1:885$000 402: 502$40o
Nov. 1
Dez.
2:468$070 431 431$00o
1
1
! 2:613$01 O 474 ! 459$78o
!: ' l
Total
,! -3)-.? '6 1 OQ:5 73$670 1
1 1
1 1
26.860: 23:029$320
1
4.651 j 4:789$08o
Consumo mensal de Lubrificantes e Estopa ( Locomotiva s e Vehiculos)
MEZES OLEOS ESTOPA OLEOS
MEZES OLEOS ESTOPA OLEOS
_/ ESTOPA
_/ ESTOPA
L O C O M O T I V A S V J..:; r- I I C C LOS
-i-;- Litros : I m port --- - l(ilo s 1 / mport _nc-i- -
-i-;- Litros : I m port --- - l(ilo s 1 / mport _nc-i- -
Jane i ro
_ _ ___ _
_ _ ___ _
Lit ros i I mpor ;t; i-;:- - L l p
Lit ros i I mpor ;t; i-;:- - L l p
-- !i - 8 836-- 1
66 7-$5--;;--- 172 . 41$' 0401 5 -I 0 1i 427$500 1 53 47$'ii:")60
feve reiro
1:170 1
1:032$600 170 139$400 953 : 71 4 $750 130 100$600
Narço ' 1.181 · 1:051$200 182 i 132$810 932 i 708$320 140 1 1 0 2$200
!
!
Ab ril
, 1.04 7 1 9 90 $900 155 1
137$950 832 1
6 15$680 163
145$070
......
o
1
1
Naio 1.14 2 1 l:053$000 1 157 1 147$640 1.025 1 727$750 202 1
189$880 w
J un ho 1.124 . l :037$500 190 1 198$650
959 1
707$370 200 1 210$000
1
1
J ulho
'• 1.368 1;365$050 208
218$500 1.043 1 761$390
222
1 233$100
Agosto . 11
1.469 l:356$630 222 233$400 1.06 7 / 778$91 0 1
271 1 284$550
1
1
Setemb ro , , 1.519 1:398$600 226 282$500 1:053 1 768$690 276
1
1
345$000
1
1
1
Outu bro 1.4 36 1 1:315$600 212 265$000 780 t 569$400 190
237$400
1
1
1
1
Novembro 1 1.518 1:582$110 208 208$000 963 1 885$960 223
1 223$000
1
1
Dezembr o .
1.486 l:548$507
•!
1
209 202$730
1
1.1571
J:064$440
265 247$050
Total
15.296l
J 4:229$160 · 2.311 1 2:307$620
f 11.344 1
8:730$160 2:340 1
2:381$410
1 1 1 1 1
I
I
I
- 10-1 -
0,08-t
valor
$263
0,036
$034
0,005
,,
$005
0,08-t
valor
$263
0,036
$034
0,005
,,
$005
Consumo medio de combu stivel , lubrificantes e estopa por Loc omotiv a - kilometro :
Locomotí, ·as - k il omet ro, combust í ve l metros
lubrificantes litros estop:1 k i los
C onsu mo medio de lubrificantes e estopa por l .000 ve
h icu los- l<.1111 :
1 .000 n:li icu los - kilometros, lubrificantes l i tros 3,803
estopa kil os O,78-+
, ·alor 2$927 valor $798
Consumo TOTAL vehicu los - kilometro foi de 3,725 ou por ve h iculo - kilometrn 0,003.
AS DfSPEZAS TOTAES DA LOCOMOÇÃO ( excepto Tracção) DURANTE O ANNO DE 1916 MONTARAM EM
3 9:201 $7-W de accordo com o quadro que se segue:
M[ Zf.S
I•'! PESSO AL
MATERIAi. TOTAL
-- - 1, = = = ===i= = = = = :;=== = = =
Jane iro.
f everein) . 11
7:786$600 1 5:772$840 1 13:559$440
8:516$600 7:760$650, 16: 277$250
Março . Abril Maio Junh o
1
_::
1
8:768$700 , 6:189$310 · 14:958$010
8:512$300 9:953$470 J 8:465$770
9:303$550 · 10:522$460 19 :826$010
Q:O14 $350 20:029$420 29:043$ 770
J u l ho Agosto.
i 8:766$500 1 4:252$29 0 23:o-t 8 S790
, i 10:191 $ 250 37:031 $ 780 47:223$030
Setembro . Outubro Nove mb ro Dezemb ro
Total
li: 11:061$ 1 oo 15:519S900 i 26:581 $000
li 11:922S400 30:081$060 1 42:003$460
I, l 2:62{)$Q5 0. 32:210$630 1 44:837$580
1 3: 994S700 : 19:4 J 2$930 j 33:407$630
-·-· --- ·----- -- -------- -- ---- - -- -- - - - - - - - - - ·
1 20:465$000 208:736$740 1 329:201$740
• 1
Differcnç ;i 1 Q 1 S e 1 O 16 :
ANNO de IQlti .
ANNO de 1915 .
Difíerença
1 120:465$000 1 208:736$740-r; 29:201$ 740
76:625$490 ; 55 :583$9 20 i l 32:209S410
; - --- - :
li 43:839$510 153:152$82 0 j 196:992$330
B AUR l ; '
M . CALMON
I ARAÇ. - T U B A
T OT A L
MEZES
· 1 1
Teleg. Palavr as T ele g . Palavras T eleg. Palavras T eleg. Palav ras
1 1 1 1 1 1
Janeiro . 159 3.834
1
72 1.960 60 1.1 50 291 6.944
f evereiro 192 4.400 87 2.415 31 713 31 0 7.528
Março 173 4.229 63 1.68 6 82 1. 874 31 8 7.780
Abril. 155 3.624 74 . 2.015 105 1.951 334 7.590
1
Maio . 152 3.838 74 2.018 95 2.733 321 7.589
Junho 178 4.194 79 2.308 88 1. 229 345 7.731
.......
o
Julho. 222 5.503 70 1.920 508 2.176
Agosto 226 4.846 86 2.448 129 2.873 1 .
400 95 99 U l
44 1 10.167
1
Setembro 172 3 290 103 2.822 88 1.887 363
1 1 1
7.999
Outubro. 163 4.072
Novemb ro . 145 3.941 1
9 0 3. 0 8 5 87 1.975 340 9.132
77 2.262 68 1.612 290 7.815
Dezeml?ro . 151 3.394 71 1.994
1 1
6 7 11
1
1
1.715 289 7.103
TOTAL 2:088
49.165 94 6 26.933 1.008
20.SS8 4.042 96 986
1 1 1 1 1 1 1 1
Especificação das Locomotivas existentes em 31 de Dezembro de 1916
.
.
'
l ·:
1 " CALDEIR A
"tl
"tl
P ISTl > LS
RO O A 5
MO T li lZ f:S
RO DA S OE AP v lO
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i 1 9 i · ·1 -- .. d :·fa:; í:-.-:-· [i ·· -- :
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' '.3 : 620001 3 2000 1 28500 il 1 7 7,00, 8 2,000i 2,lJO1 150; 5001 -106 ! 0 1 1,0 i2
1 .
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Belga
ººººº
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J 19500 ! 1 1500 10200 1 1 7 3,0 2 ; 26,97 2,49 1 üO: -!06 235 ! 4
1 1 1 1
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o
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1 r :E
3,10 150 ;,i ss 350 ü o,900 1
2,05 160 i -luü 320 6 0,990
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Baldwln
(h tados U n ido s)
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2,86 l üü -157 j ':;?1 6 1 1 ,0 67 2
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3,0 4 160 55() 1 :38 1 6 1,0()7 1 2
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(l:stado s Unidos)
Baldwln
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/
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6,51
67,18
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0,(16
1
Baldwln
(F stados U nido s)
Sharp Ste wa rt·
( 1 ng la tcr ra )
(Alu ad,n da Mog yana)
Especificações dos carros e vagões existentes em 31 de Dezembro de 1916
Lotação de cada Peso morto
NUMER,OS
Descriminação Procedencia Serie
de cada - - -- - - - - - - vehiculo vel11·c11lo Em serv,·ço / repaErmação II; TOta I
OBSERVAÇÕES
•
Carros especiaes . . .
Brazil
I 16 170 3 1 -
3 Directoria e inspecção
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3
11
li
11
l .a
Classe
36
Lugares
10.450
1
li
li
Brazil
l.a
Classe
36
Lugares
8.400
3
li
E. Unidos
2.a
Classe
60
Lugares
12.650
4
3
11
li
11
l .a
Classe
36
Lugares
10.450
1
li
li
Brazil
l.a
Classe
36
Lugares
8.400
3
li
E. Unidos
2.a
Classe
60
Lugares
12.650
4
Carros de passageiros .
Belgica
li
l .a Classe
10.450 1 1
39 Lug ares 15.000
- 1 Pagador
1 4 2 com 36 e 2 e/ 39 lugares
-
-
- l
J
J
1 5 o
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Belgica Brazil
2.a Classe
2.a Classe
-
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48 Lugares 8.000 3 -
C) Novos
4 -J
3 Novos
Carro mixto . . . . Carro Bagagem - Correio
Carro Bagagem -Animaes . . Vagões para animaes . . . . Vagões fechados (mercadorias). Vagões fechados (mercadorias,. Vagões fechados (mercadorias) .
Belgica
li
Brazil Belgica
li li
Brazil
Mixto
o
e C.D. M
42 Lugares l 0.600 - I I
5.000 9.400 2 2 4
15.000 10.400 - - 2
12.000 9.700 4 - 4
12.000 7.990 28 2 30
20.000 10.550 11 1 12
-
-
J
J
20.000 12.230 7 20 27
Em construcção
20 em construcção
Vagões fechados (mercadorias). li
M 25.000 12.800 3
0 Novos
Gondolas . . . . . . . .
Belgica
O. R. -
12. 000, 8 .730 17 3 20
TOTAL . 127
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DESPEZAS TOT ; f S DA LOCO.OÇÃO
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1 S368
S191
- 109
O numero de empregados durante o anno de 1916, em serviço da Locomoção foi o seg{1inte:
Administração Tracção Officinas .
Bo mbe i ros.
Total
2
61.
1J9
10
1- 1 92
CONCLUSÃO
O custo demasiado de quasi todos os serviços feitos na Lo comoção, como por exemplo: Reparação de Locomotivas- que sah iu a $327 por locomotiva- kilometro, vem mais uma vez cor roborar a falta com que lutamos de machinismos aperfeiçoados e em quantidade sufficiente para podermos attender a tempo os serviços affectos a esta repartição.
Na secção mechanica é que se nota a maior difficuldade porque os machinismos que possuímos são antiquíssimos e por tanto, de rendimento quasi nullo.
Na secção de madeira, que era a mais desapparelhada de todas, tem , actua lmente todos os machinismos necessarios, porém,
todos áinda por montar.
Na secção de ferraria, fundição, carpintaria, etc., tambem se nota a falta absoluta de espaço.
. Na Tracção os depositas de IV. Calmon, Araçatuba e Baurú,
são insufficientes para o movimento de locomotivas, ficando sem pre uma ou duas locomotivas expostas ao tempo. Em nenhum ' desses depositos possuímos abrigos para carros, ficando os mes mos durante o anno inteiro expostos ao tempo. Torna-se neces
1
1
sario, pois a construcção ele depositos maiores par loc :nnotiv as
e carros em Baurú, M. Calmon e Araçatuba e mais dois novos, em Itapura e Cincinato Braga.
W. Sch,nidt.
- 110
Demonstração dos diagrammas da Locomoção
1- Despezas totaes da Locomoção por trem-kilometro e por vehiculo-kilometro.
11 - · Comparação das despezas totaes da Locomoção com o
percurso das locomotivas e vehiculos.
Ili - Despezas subdivididas nas diversas verbas.
- Despezas da Locomoção.
- Despezas da Tracção.
--· Despezas das Officinas.
- Despezas de carros e vagões.
VJII - Reparação de locomotivas.
- Serviços executados para o Almoxarifado, Via Permanente,
Trafego e diversos.
- Despezas de lubrificantes.
- Despezas de estopa. .
- Despezas de combustivel.
X II I - Despeza e consumo de estopa para as locomotivas e consumo por locomotiva-kilometro.
XIV Despeza e consumo de lubrificante para locomotiva e consumo medio por locomotiva-kilometro.
XV - Despezas de lubrificante para vehiculos e por 1000 vehi culos-kílometro.
.. . XVI - Despczas de estopa para vehiculos e por 1000 vehiculos kilometro.
- Percurso de locomotivas.
- Percurso de vehiculos.
-- Telegrammas da Locomoção.
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1
Baurú, 31 de Março de 1917 .
Com este passo ás vossas mãos o relatorio dos trâ balJ10s executados durante o anno de 19 . 6 pela repartição da Linha.
Saude e fraternidade.
Ao Illmo. Snr.
..
DR. MANOEL JOSE' MACHADO DA COSTA
- M. O. Superintendente da E. f . No roeste do Brazil
Manoel Moreira Pedroso
CHEFE DA Ll.NHA .
.•
Conserv ção da Linha
Em 1.0 de Janeiro de 1916 foi a linha dividida em 6 trechos creando-se mais um lugar de Mestre de Linha. 1
A antiga divisão era a seguinte:
J.o Trecho: K. 1 a K. 104. 13 turmas. 104 Kilometros.
2.o ,, K. 104 a K. 216. 14 li 112 li
3.o ,, K. 216 a K. 320. 13 li 104 li
4.o ,, K. 320 a K. 378. 7 li 58 li
/1
/1
5.o li K 378 a K. 43ó. 7 li 58 li
A nova divisão, actualmente em vigor, foi assim feita:
).o Trecho: K. 1 a K. 88. 11 turmas. 88 Kilometros.
2.o li K. 88 a K. 176. 11 li 88 ,,
3.o li K. 176 a K. 256. 10 ,, 80 li
li
K.
320
a
K.
3 78.
7
li
58
li
li
K.
378
a
K.
436.
7
li
58
li
li
K.
320
a
K.
3 78.
7
li
58
li
li
K.
378
a
K.
436.
7
li
58
li
4.o li K. 256 a K. 320. 8 li 64 li
5.o
6.o
Essa alteração teve por fim principal, diminuindo de 40 kilometros o antigo 3.0 trecho, fazer com que o Mestre de Linha respectivo, Theodoro Navega, se occupasse mais com o trecho entre Araçatuba e Aracanguá, melhorando-o, o que foi conseguido. O · estado de conservação da linha entre Baurú e · Aracan
guá é bom, salvo em alguns pontos da turma 19, k 144 a k. 152. O 5.0 trecho, do k. 320 ao k. 378, comquanto ainda não esteja em bom estado, manda a justiça reconhecer que está muito melhor do que estava em 1.0 de Janeiro de 1916, devido aos esforços e a tenacidade do Mestre de Linha João Baptista,
nomeado n'essa data.
O 6.0 trecho, do k. 378 ao:k. 436, onde o terreno é mais humido continúa em máo estado.
A causa principal que tem impedido o melhorament o, dos
5.o e 6.o trechos, situados na zona em que reinam as febres palustres, é a difficuldade de se collocar e conservar· pessoal bom n'essa zona, não obstante a vantagem dos salarios mais elevados. Para se melhorar essa extensão de 116 kilometros, será preciso organisar no tempo da secca duas turmas de lastro, com
116
24 homens cada uma pelo menos, fasendo-as pernoitar em casas munidas · de telas de arame nas janellas para defendei-as dos mosquitos, propagadores das febres.
Uma d'essas turmas começaria o serviço em Aracanguá em direcção a Lussanvira e a outra viria de ltapura até encontrar-se com a primeira. Um serviço medico estabelecido em Araçatuba auxiliaria muito essa empresa.
Por falta de locomotiva e por não se poder lastrar nos tempos das aguas, foi supprimida em 31 de Janeiro, a turma de lastro que trabalhava no 5.0 e 6. 0 trechos, sendo distribuídos pelas turmas d'esses trechos os 24 homens que a compunham.
A turma de carregamento de lenha e dormentes, composta ele 1O homens, primitivamente a cargo do Almoxarifado, passou para a linha em 1.0 de fevereiro, sendo supprimida em }. o de Setembro e ficando o pessoal distribuido pelas turmas do 1.º,
3.o e 4.0 trechos.
Dous bons empregados, que excellentes serviços pré'staram á Estrada, falleceram no mez de Junho; um, o Mestre de Linha Antonio f ernandes, victima do desastre occorrido no dia 3, no kilometro 228; e o outro, o encarregado dos Materiaes, Manoel Orillo, antigo Mestre de Linha, fallecido em Baurú no dia 26, depois de longa enfermidade. ·
Em 22 de Julho foi nomeado Auxi1iar da Linha, com resi dencia em Araçatuba, o sr. Joaquim Duarte, homem pratico e de acção, que tem prestado bons serviços e, em 20 de Outubro, foi nomeado Engenh eiro Residen te o Engenheiro Civil Oscar achado da Costa, que, pelo seu solido preparo e actividade, Já tem prestado excellentes serviços na organisação dos projectos de obras d'ar te e na revisão dos calculos das pontes metallicas.
Os serviços executad os pelas turmas de conservação durante
o atrno foram os seguintes : '
Capinação Roçada. .
Repregação . . . . Rampagem dos cortes Lastragem dos aterros Limpeza das vallc tas .
Cercas feitas . . . . . . . Linha telegraphica concertada
8.201.236m 2
3.655.61Om 2 384.877111 80.854'" 3 366.973m 3 253.395'" 15.336m
5 7.514 111
o materiacs substituidos durante o armo foram os seguintes:
Dormentes Trilhos. . Pregos. . . . .
Tatlas de juncção .
Parafusos . . . .
170 .768
132
47.465
1.138
5.955
'·
- 117 -
Postes telegraphicos . Isoladores.
Chaves. . . Corações . . Agulhas Calços . . . Contra-trilhos
/
273
87
6
12
18
120
18
Dos 170.768 dormentes, 134.586 eram de peroba e 36.182
de faveiro.
Nos 132 trilhos· que foram substituídos estão incluídos 75 trilhos de 25 kilos por metro, que foram assentados no kilo metro 424.
Conservação de Edificios
Durante o anno foram feitos pela turma de seguintes serviços de conservação de edificios:
-
pedreiros os
Demolição da platibanda geral do grupo de 21 casas de Vilia Machado.
Reparação e emboço do telhado geral do mesmo grupo de casas.
Barra cimentada de 0,50 de altura na frente da Villa Ma chado .
Caiação interna e externa e concertos diversos nas 21 casas da Villa Machado . ·
Demolição das platibandas, reparação e emboço dos telha dos, caiação e pintura interna e externa e diversos pequenos concertos nas duas casas lateraes e isoladas de Villa Machado.
Augmento de 1 metro de altura e outras modificações no pilar da caixa d'agua em Araçatuba.
Emboço dos telhados e caiação, interna e externa, das casas das turmas n.os 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16
(15 casas). .
Reparação do telhado da estação de P. Tibiriçá.
Caiação interna e externa e abertura de uma porta na · estação de Nogueira.
Obras Novas
Os serviços novos executados durante o anpó . foram os seguintes:
EM BAURU'
Uma plataforma de 138111 de comprimento e 9111 de largura, inc1uir1do 5111 de r mpas de accesso de cada lado.
- 118
Prolongamento de 2 boeiros.
1
1
Um barracão de 37111 X 6111 l O, com a frente e um lado de
tijollos e o resto de taboas, coberto de telhas curvas para o Armazem e o Almoxarifado.
Modificações dos desvios.
Elv VAL DE PALMAS
Prolongamento de 182111 de desvios.
EN JACUTINGA
Au g ment o de 350111 de desvio e assenümento de 2 chaves.
EM PRESIDENTE ALVES
Augmcnto de 189m no des vio.
Desv io de 18·Sm para a machina de beneficiar café do snr.
Manoel 1-·crreira Jorge, que fez o movimento de terra.
EM TOLEDO PIZA
/ugmcnto de 220 ,n no desv io.
EM CINCl!JATO BRAGA
Estação de 3.n classe, em construcção, estando parte rebo cada. Essa cstaç;1o ficou no Klm. 99 k, 745 m.
Uma casa de madeira, coberta de telhas, para o portador da estação.
EM PRESIDENTE PENNA
Augmento de 730111 de desvio, incluindo um desvio por traz da -estação, sobre urn aterro novo.
Demolição da cosinlia por traz da estação e construcção de uma outra de 4111 X 3 111 , a um lado da estação, feita de tijollos e coberta de tel ha s.
/ ugrncnto de 6111 de frente do restaurante da esta<:ão, com baldrame de ti jo'os e paredes de taboas, coberta de tel ha s chatas.
Augmcnl o de 58111 da plataforma da frente da estação.
Uma plataforma de 100111 por traz da estação.
Uma caixa d'agu:1 de madeira para 20.000 litros montada
sobre um supporte de madeira.
Urna casa de 6111,30 X 5111, 30 para o pessoal da esta ão, construida de taboas e coberta de telhas chatas.
NO Kl LOMETRO 126
Desvio de 380111 de extensão para a fazenda dos snrs. José
Zucchi ti. Irmão. Esse desvio começa no Klm.125k,459m. O movi-
- 119 -
mento da terra foi feito pelos proprietarios da fasenda, sendo os trilhos assentados pela Estrada.
NO KILOlvETRO
•
211
_ Preparação do leito da modificação da linha de 672m,SQ de extensão, com escavação em terra de 845111,584. Essa modificação começa no Klm. 209 k, 945.
EM BIRIOUY
Preparação do leito da modificação da linha de 400m,25 de extensão, com uma escavação em terra de 586111, 849. Essa modi ficação foi feita para se obter uma tangente de 22Qm de nivel para a estação. •
Estação de 3.a classe em construcção, faltando a pintura e assentamento de portas e janellas. Essa estação ficou situada no kilometro 260,741 e na cóta 383 111,190.
EM ARAÇATUBA
Um poço de 3m,6Q de diametro e 12 de profundidade, com revestimento de tijolos.
Esse poço foi feito para fornecer á caixa estabelecida perto
do Deposito de locomotivas.
Um accrescimo de 11111,3 0 X 3 111 .para dµas casinhas e dois quartos nas casas dos empregados. Esse accrescimo foi construido de tijolos e coberto de telhas curvas. ·
EM ITAPURA
- Um armazem de 40111 X 91111 construido de taboas e coberto de telhas curvas.
'
Alem desses serviços, foram feitos poços novos nas turmas 2, 3, 5, 1O, 39, 40 e 47; 5 caixões com sarilhos para os poços
das turmas 34, 36, 41., 42 e 47 e 6 mezas para os trolle1s das
turmas 36, 41, 42, 45, 47 e 53.
Termino aqui o que tinha a dizer sobr,e Linha no anno de 1916.
Baurú, 23 de fevereiro de 1917.
os serviços da
M. Pedroso
CHEFE DA LINHA.