Estrada de Ferro Noroeste do Brasil por Dr. S. A. Siqueira Jr.

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Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (D r . S. A. Siqueira Jr. Oficial de Gabinete da Diretoria da E. F. Noroeste do Brasil) Foi em 15 de julho de 1905 que Bauru, então uma pequena vila de 600 habitantes assistia o iní­ cio dos trabalhos da construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, rumo a Cuiabá, situada no norte do Estado de Mato Grosso. Rompendo caminhos mais fáceis para avançar depressa, progredia a construção do leito com o assentamento dos trilhos e o primeiro trecho de 92 quilômetros, a linha férrea é inaugurada em 27 de Setembro de 1906, com a entrega ao tráfego público das estações de Val de Palmas, Presidente Tibiriçá, Jacutinga, Presidente Alves e Lauro Mul­ ler. Mas, à medida que avançava a construção pelos divisores dos rios Feio e Tieté, varando latifundios sem fim, iam os construtores da Estrada, encon­ trando pela frente os aldeiamentos dos truculentos indios Cainganges, que se opunham pelo tacape e flexa, à entrada dos incursores. Além disso, a malária, a úlcera tropical, a "leishmaniose" e diferentes outras enfermidades, constituiam entraves difíceis e dizimadores entre os operários, que a despeito de todos os obstáculos sempre avançavam com a ponta de trilhos, para alcançar a estação de Anhangaí à margem esquerda do Rio Tieté, em 1.º de Maio de 1909, já distante de Bauru, ponto inicial da Estrada, de 341 quilôme­ tros de linha. Novas dificuldades encontrava a construção para a travessia dos brejões e regiões insólitas da zona marginal do rio Tieté e com a modificação da di­ retriz da Estrada de Bauru-Cuiabá para Bauru - Corumbá, determinada pelo govêrno, era inadmis­ sível que a linha férrea cortasse o rio e por essa razão ela atravessou o Paraná no rebojo do Jupiá. Foi assim, que a Estrada em Jupiá, já em ter­ ritório matogrossense ficou ligada a Baurú em 4 de Novembro de 1910, com o estabelecimento pro­ visório de um serviço de "ferry-boat" para a tra­ vessia do rio Paraná, mais tarde desaparecido com a construção da ponte metálica de 1024 metros de extensão. Havendo por parte do Govêrno interêsse em ace­ lerar a construção e terminar os serviços foram os trabalhos atacados também a partir de Pôrto Esperança na barranca da margem esquerda do rio Paraguai, em direção a Jupiá. Em 31 de Agôsto de 1914, ficou feita a ligação dos trechos em construção, no ponto em que se acha a estação de Ligação, e, em 12 de Outubro do mes- mo ano, inaugurava e entregava ao tráfego desde Bauru até Pôrto Esperança, com 1273 quilômetros de extensão. Não parou a Estrada. Novas construções foram realizadas com o Ramal de Campo Grande a Ponta-Porã, na fronteira da República do Paraguai e com o prolongamento de Pôrto Esperança a Corumbá unindo a rêde ferro­ viária brasileira à rêde boliviana, para a união co­ mercial dos dois paises. O grande rio Paraguai foi transposto por uma difícil ponte em concreto armado e formada por uma série de arcos de diversos vãos na extensão total de 2009 metros, dando passagem franca à navegação fluvial, em qualquer época do ano. O valor econômico da Estrada é caracterizado pela extensão das terras a que serve, bem como a sua situação dentro do plano de viação. Com uma zona própria abrangendo 22 muni­ cípios paulistas e 8 matogrossenses, serve a uma região de 239. 688 quilômetros quadrados habitados por 727. 635 pessoas. Dispondo também de zonas de influência e tribu­ tários apreciáveis, ela figura como parte do sis­ tema de viação de importância inegável, integran­ do o grande tronco Paralelo - Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Baur u, Cor um bá, do Plano Geral de Viação Nacional. No plano internacional ligada em Corumbá com a E. F. Brasil-Bolivia, constitue parte inte­ grante da grande linha interoceânica que partindo de Santos sobe o Oceano Atlântico e chega no Pacífico, após atravessar todo o continente pe­ las repúblicas do Brasil, Bolívia e Chile. Atualmente tem a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, 1981 quilômetros de extensão de linha em tráfego e 75 em construção entre Itahum t Ponta-Porã. Est ação antiga em 1906 , qua ndo Bau rú era Bahu ru

Sobre a coleção

Museu Ferroviário Regional de Bauru

Instalado junto à Estação Ferroviária, no centro da cidade Bauru, o Museu Ferroviário oferece ao visitante uma volta ao passado glorioso das ferrovias brasileiras, com exposição de fotografias, documentos, peças originais, maquetes e recriação de ambientes que remetem aos tempos da construção da NOB, até o final dos anos 30. Além de um passeio histórico através de curiosidades e peças de grande valor artístico, o Museu proporciona uma aula completa sobre a importância das ferrovias para o desenvolvimento econômico de Bauru e de todo o interior do Brasil.

Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo
Associação de Preservação Ferroviária e de Ferromodelismo de Bauru
Apoio
Secretaria Municipal de Cultura de Bauru
Realização
Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo