Diário de Bauru, 8 de março de 1989.
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_RFFSA·_ _ _ _ _
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Ferroviários denunc iam· privilégio dosengenheir,
A modem• quadra de esportes construida pera os engenheiros
U.m grupo de ferroviários, poucos d,las atr6s,
encaminhou ao minlatro Oscar Dlàs Corrêa, S
Justiça, farto material, que formou um dossiê con tendo doc;umentos relacionados com a construção de ume praça esportiva para a prética de futebol de salão, cuja obra foi concretizada através de recursos oriundos da Rede Ferroviéria Federal S.A. - RFFSA, e que segundo os estatutos ora em elaboração, será utilizada exclusivamente aos elementos que inte gram o Clube dos Engenheiros da referida empre- sa.
Tal quadra, toda concretada, conta ainda com
modelar sistema de iluminação noturna e está to talmente cercada com tela de arame, tendo recebi do pinturas em vários tons no conjunto esportivo, acreditando-se tenha sido gasta uma vultosa im portãncia, unicamente restrita ao uso dos enge nheiros. Esse quadrilétero esté situado justamente no final da ruela que serve a Colõnia da Noroeste, formada por diversas casas destinadas a funcioná rios e cerca de 15 sobrados exclusivos ao quadro de engenharia da superintendência local.
ALOJAMENTO
Dos sobrados ali existentes alguns estão ocu pados, porém um deles, o de nç 32, foi destinado para ser usado como alojamento e vestiários. É di retor de esportes desse Clube de Engenheiros Ri cardo Lopes, que ficou incumbido de elaborar a minuta do futuro regulamento da agremiação.
Fica abaixo do viaduto Juscelino Kubitschek, bem ao lado dos trilhos da Fepasa, sendo que as obras foram Iniciadas na gestão do então superin
tendente de Produção da RFFSA de Bauru, engç · Antõnio Grilo Neto e terminada no atual mandato do engç Joio Batista Pacheco Fantin. Essa constru ção fai acompanhada nos mlnimos detalhes pelo
presidente do Clube dos Engenheiros Marcos Wan
deriey Ferreira.
Se nio bastasse apenas isso, vale lembrar que OI engenheiros já gozam de uma colônia de férias, com sofisticadas Instalações à margem do rio Para guai, em Porto Esperança, Estado de Mato Grosso do Sul, para onde se dirigem, em caravanas escalo
...«t• para "suas grandes pescarias". Obviamente,
para chegar a - merecido ._.,terão de chegar ao rancho dos engenheiros da Noroeste, j6 que a composição da RFFSA, em que viajaram - de graça - esteclona na parada de Agente Inocêncio, localizada a poucos metros de seu destino de lazer peequeiro.
Em Porto Esperança existem outros ranchos, que esporadicamente recebem pescadores, muitos dos quais se utilizam de vagões-dormitórios da Noroeste. Como é o caso do -Pedec:inho do Ceu", pintado de amarelo e azul, cujas acomodações anualmente agasalham inúmeros bauruenses. Da mesma forma que o rancho pertencente ao empre úrlo Cl6udlo Amantlni, também recebendo durante
óeno,liérios grupos de plrangueinJL
O custo dessa viagem Bauru/Agente Inocên
cio nlo fica barato. Gira eni torno de NCzS 600,00 a
700,00, dependendo do vagão eiue eetiffl-à.diaposi, çlo no depósito. São carros-dormitórios com capa cidade para ocupar as l6 camas e 3 cabines exis tentes. Comumente são destinadaos a essas via gens somente carros de madeira, cujas construções datam de muitas décadas. Para a realiza ção desses deslocamentos e custear as desp esas, os integran
tes da caravana rateiam o valor total. E os enge nheiros? É sabido que eles contam com carros ex clusivos, especialmente reservados à administração. São vagões melhores - se bem que de madeira - melhor conservados. etc.
DEFICIT
Num momento em que a RFFSA vem de su primir quatro horários de seus trens que cobrem a linha Bauru/Corumbá e vice-versa, alegando pro blemas deficitárics e em detrimento ao usuário, destinando as quatro locomotivas que seriam utili zadas nos horários extintos, para o transporte de cargas,. cujo aumento de fluxo é notório, tem sido crescente, vem de "nas barbas de qualquer um", desviar do próprio orçamento da Rede, verbas, que poderiam, talvez, subsidiar ou aliviar o propalado e aventado prejuízo gerado pela redução do número de passageiros em suas composições.
( de se frisar, igualmente, que a obra foi feita por funcionários da empresa, cuja mão-de-obra tem um preço, não se falando nos materiais utiliza dos. Mão-de-obra que falta para limpeza dos va-
, gões (feita por particulares empreitados); que muito bem poderia ser usada nos reparos de carros dani ficados_ - sem vidros, estofados rasgados, janelas quebradas, etc... Ou mesmo na repintura dos va gões, onde ainda se notam as sequelas de sua ori gem. Em nosso caso, o ferro-velho recebido das estradas de ferro Leopoldina, Campos do Jor dão/São José dos Campos e outras. Esse custo de execução poderia ser aplicado em muitas coisas em beneficio de seus costumeiros·viajantes. Mas não
foi. É lógico que os engenheiros pensaram primeiro
neles e, a pretensa realização de eventos esportivos na quadra construida, como campeonatos interno de futebol de salão têm a preferência da alta admi
nistração da empresa.
Como nada mais se falou a respeito do as
sunto da supressão dos quatro dias de clrculaçllo dos comboios de passageiros, cuja determinação foi posta em prática e se enoontra em vigência, não teve a intermediação de nenhum engenheiro em defesa dos interesses não só daqueles que soube ram dar o suor, derramar lágrimas e se sacrificar por um ideal, da mesma forma do desprezo ll_O u suário . Ficaram irredutlveis os integrantes do se tor de engenharia da Rede, mas não se esqueceram dos passatempos e divertimentos, proporcionados pelas..suas áreas de lazer.
Õênada valeram as manifestações oriundas
de várias fontes, cuja norma de extinção chegou a atingir. Como de nada adiantou a ingerência de for ças vivas e pollticas de municípios espalhados ao
longo da linha Mas o lazer é 1""PPrtllnte para oi
merecido· descanso após árduos dias de trabalho, possivelmente reestudando plantas e projetos anti gos, para a recuperação da via permanente; para reforma de prédios relegados ao tempo vistos a olho nu em todo seu trajeto. Ou sentados diante das pranchetas dedicando-se ao planejamento de restauração de seus vagões, estacionados que pos sibilitem oferecer aos passageiros, quando em via gem, melhores condições de higiene e limpeza.
Esse enorme património, legado de outras administrações, teve como criadores e seguid ores também ilustres engenheiros , que souberam deixar seus nomes nos anais históricos da cidade. Muitos se destacaram com hombridade e denodo a ponto de serem homenageados com a destinação de seus apelidos para designação de obras e logradouros. Difícil seria enumerá-los. A partir do inicio das obras da então Estrada de Ferro Noroeste do Brasil os engenheiros da ferrovia tiveram grande partici
pação no desenvolvimento da nossa Bauru . É de se
reconhecer que sabiam defender os interesses da NOB, mas não menosprezavam igualmente os di reitos daqueles que se serviriam de seus serviços, fossem eles no transporte de cargas como de pas sageiros. Por isso se sobressalram.
Recordemo-nos de um eng Arlindo Luz, por exemplo, engç Alfredo Castilho, coronel José de Lima Figueiredo, Major Danilo da Cunha Nunes, general Américo Marinho Lutz, engç Ubaldo Me deiros. Também as ativas, profícuas e eficazes atua ções dos engenhelros Oquendo Lopes e Dirço Dur val dos Santos, que não mediram esforços, princi palmente com relação ao Estádio Alfredo Castilho, no sentido de ser emancipado esse patrimônio ao Esporte Clube Noroeste, questão felizmente ora re solvida.
A cidade de Bauru , assim como muitas outras espalhadas em territórios do nosso Estado e de Mato Grosso do Sul, não se conformam com essa enérgica medida adotada pelos altos escalões da
RFFSA. O pior entretanto, é ver minguar à nossa
frente um património conquistado com ardor e de nodado esforço.
LESADOS
A cada dia os usudrios da Rede são mais lesa dos. Aos poucos vão se esvaindo as esperanças de termos uma modelar ferrovia, De serem consuma dos os sonhos daqueles que passaram pela direçllo da Noroeste, que se preocuparam em fortalecer seu património e que agora é dil apidado . ali enando - se aos poucos o que restou dos erros cometidos; dos gastos supérfluos efetuados; dinh eiro que vem de uma fonte, cuja história se calca numa indiscritlvel gam a de heroí sm o: a força e o desprendimento dos desbravadores do ser tão agreste , rasgando a terra que receberia os trilhos de uma ferrovia, fin
cando-os até às barrancas do Paraguai, .ª mil e
tantos quilômetros longe daqui. Levando, poste riormente água salgada do Atlântico para as tor
rentes do Pacifico.
Sindicato intercede sobre a Superintendência do BB
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Su t dênc-i -d
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O presidente do Sindicato dos Ferroviários da ex-NOB, Antonio Jorge Vendramini , considerou a atitude dos pollticos e empresários de nossa cidade,
Bauru, como autêntica, " pois devemos preservar 0
que é nosso com todas as forças". aduziu o sindica lista.
Vendramini espera, que atitude idêntica ve nha a ser tomada. exigindo-se para a ex -Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, maior autonomia. com a criação de uma DIVISÃO ESPECl'AL em Bauru , de modo que toda sua receita fique em nossa cidade.
SUBORDINAÇÃO E DECADÊNCIA
A subordinação da ferrovia a uma superin tendência da RFFSA. na capital paulista. "foi o mo tivo predominante da decadência e do agrav amento dos problemas . com falta de recursos e de autori dade em Bauru , para que a ferrovia pud esse evo luir , gerando descontentamento dos usuário s e da próprta classe que vê o esvaziamento c_1 cada di a
qu passa. com aumento apenas das crític as", defi niu o sindicalista :
UTTCãffOSTab o rda ;
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Expr essa outro ssim Veo.d..r a_ro j_n i :.o r.arl,....ri
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nifestou favorável à luta por melhores condições à· ex-NOB que, preservando para Bauru . aquilo que fo i um dos m aiore s m arco s no seu desenvolvimen to" , fin ali zou o presid ente do Sindicato dos Traba· lh ad ores em Em p resas Ferrovi árias de Baur u.
O Sind icato da ex -N OB, vem reivindicand o há alguns anos aos ferroviári os da DISPONIBI LI DADE e àqueles apo ent ados que percebem a DU PLA APOSENTADO RI A, o direito de receberem à
COMPLEMENT AÇÃO , decorrente do Decreto - Lei 956 /69 cujos proventos seriam em condiçõesidênti cas aos fe r, oviário s da ativ a que pre stam serviços à RFFSA .
Neste trabalh o. diz o presidente do Sindicat o dos Ferr oviári os. Ant onio Jorge Vendram ini, consta tam hém reivind icações idênticas para as pension is tas desses ferroviári os e autárquicos , qu e por rece bere m s uas pe nsões a t ravés de be ne fício s "27", e r>e n sõe& e spe ciais. com bases nas leis 3.738 /6 0 e 6.782/ 80 n.'tn t•""m rl,i r ,:i t o à com ple me ntação.
ESPERA DE 13 ANOS
o c J1·1; 0 e p u 1o d o f eder al Alcides Franciscato foi um dos de fenderes dessa causa, que aliás muito fez p ara q ue o estudo tive sse tramitação nos Mi nistério s da Fazenda, Previênci a e Transpor et s, trans form an clo- se no final do ano de 1987 num projeto de lei que atua lment e se encontr a na Co missão de t=in anças da Câm ara Fed era l.
Ante s das eleições de nov em bro passado , o Deputado Federal de no ssa cidad e. Tidei de Lima se prontificou a trabalhar para que essa reivindi cação se to rnasse um a realidade, terminando assim uma espera cte 1 3 anos clesses ferroviários em disponibi lidades. po r con rtições fin anceir as melhores.
" Co n tud o, n ;io temos ti do nenhum pronun ciam ento de deput ado ferferal, que esperamoso fa ça com notí cias .1u sp11: io sds a todos os f rr ov i á rios,
n ão só da ex-NOB. crnno el e todo o Brasil, que cer ta m ent e irão ,u1r,Hhn:cr ,1os esfo rços dos parlamen t ares" , fri sou .Àn 1õ n10 Jo r 1e Vendramini. pr esiden
te do Sindll.:;:1tu d us F, irro viários de Bauru.