O projeto “Preservação e informatização do acervo museológico do Museu Ferroviário Regional de Bauru” está dando seus primeiros passos. As primeiras atividades contaram com a presença da historiadora Fabiana Ferreira Rocha, idealizadora e coordenadora geral do projeto, do professor universitário Fabio Paride Pallotta, proponente do projeto, do educador Gabriel Mauad Amorim, e dos funcionários do Museu que participarão do projeto.
Os equipamentos também já estão sendo instalados na sala escolhida para a realização das digitalizações.
Contemplada no edital de preservação de acervos museológicos do Programa de Ação Cultural (ProAC) do Governo do Estado de São Paulo, a verba destinada para o projeto está sendo investida em scanners específicos para digitalizar documentos em suporte de papel (mapas, plantas, relatórios técnicos, desenhos de carros e vagões, projetos de estações, material bibliográfico técnico e fotografias), materiais para higienização, acondicionamento e pequenos reparos dos documentos, além da contratação de uma empresa especializada que, em breve, irá treinar a equipe técnica do projeto.
A digitalização do acervo do Museu tem como principal objetivo a preservação e a democratização do acesso a documentos históricos e técnicos, fundamentais para a identidade regional. Nesse sentido, os arquivos serão digitalizados, catalogados e o conteúdo será disponibilizado para consultas na internet.
De acordo com Fabiana Ferreira Rocha, a digitalização tem extrema importância na conservação preventiva do acervo, como uma alternativa em casos extremos, como incêndios ou deterioração natural dos documentos. Segundo Fabiana, “As novas tecnologias nos levam a pensar na representação digital como uma ação fundamental para a preservação não só do documento tangível, mas também como suporte e salvaguarda das informações contidas nos mesmos. Uma das grandes vantagens desse processo é a redução do desgaste do documento original, já que temos um representante digital que não sofre com esse tipo de deterioração e pode ser acessado simultaneamente por vários usuários de lugares distintos”, ressalta.
Outro ponto destacado por Fabiana é a rápida recuperação da informação através da transmissão dos arquivos digitalizados pela Internet, além de sua reprodutibilidade tanto para difusão da informação, quanto para a segurança do conteúdo através do backup.
O acervo
O Museu Ferroviário Regional de Bauru, inaugurado em 26 de agosto de 1989, tornou-se o “guardião” de documentos da expansão férrea, muitos deles em exemplares únicos como registro histórico do município de Bauru e outros municípios por onde a ferrovia passou. Entre estes documentos estão: coleções de periódicos que datam das primeiras décadas do século XX, projetos e documentos da implantação e administração da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, tais como plantas, mapas, relatórios, documentos relacionados à construção das estações, além de edições de livros raros.
A partir da percepção sobre a importância do acervo do Museu Ferroviário Regional de Bauru, entende-se que a digitalização e a universalização do acesso a esses documentos são as principais medidas de salvaguarda às informações históricas e também aos documentos físicos. O projeto “Preservação e informatização do acervo museológico do Museu Ferroviário Regional de Bauru” visa digitalizar uma seleção inicial de quatro mil páginas de documentos planos e fotografias. A publicação desses documentos em um portal na internet permitirá o acesso de maneira democrática e facilitada para pesquisa, busca e recuperação de informações. “Tal difusão possibilitará aos cidadãos da cidade de Bauru e região uma relação de pertencimento e reconhecimento do passado, direcionando o olhar de todos para a questão patrimonial sob um contexto social, através da preservação e difusão do conhecimento em geral”, de acordo com o projeto de Fabiana.